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sábado, 16 de janeiro de 2016

UM ANO DEPOIS: OS SENTIDOS DO AMOR

O amor e o sexo às vezes me parecem uma forma de diálogo numa linguagem, mas numa outra linguagem. Me parece um diálogo que mobiliza todas as linguagens e todos os sentidos. Tal linguagem que, ao contrário, do que certos artistas pensam não é uma linguagem de poder, não é isso tanto um jogo de sedução ou somente de apreciação, não é uma arte a ser ensinada, mas algo a ser precisa e silentemente sentido e que só é sentido na mais simples sensibilidade. E, é bom que se diga, é algo que não é, dado a todos possuírem. E isso não por ser inefável ou sagrado, pecaminoso ou abjeto, mas porque é algo do qual depende certa sintonia, certa afinidade, certa entrega e despreendimento. E também certa forma de comunicação e de surpreendimento em que o receptor e o emissor encontram a partir deles algo mais. Na literatura quando isto é posto claramente resta àqueles que não o sentem apenas a excitação, aquele prazer da pura fantasia, mas isso não me parece melhor que o prazer real e sentido, e, então, o que para alguns parece pornografia e é tratado como tal ou peça de excitação é bem mais do que isso. É uma outra forma de ser, é, nas palavras não somente uma disposição mas um estado do ser com o outro. E ainda que quando é posto em palavras te apenas um cujo propósito é dar a quem contempla um prazer que não é seu, mas que poderia ser com o seu outro, seu par imaginário. Lembro e retomo isto ao ver Anais Nin e Artur Miller que são - no amplo universo daqueles que já sentiram isso, e que sentiram isso num uso bem amplo e liberto da linguagem - os escritores e descritores que se exibiram ao tratar disto e eu agradeço porque esta matéria quando é tratada cientificamente não tem muita graça, mas quando é posta em sua delicadeza é algo do humano que nos toca e nos alerta para sua importância, isso se ainda não percebemos ou sequer desconfiamos disto. E toda vez que alguém te pedir para te ver novamente lembre exatamente disto, recusando ou não...

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