Estes dias fiquei pensando na
relação entre arte e filosofia e também entre política e cultura. Vejo pessoas
que tocam o mesmo disco e cantor do mesmo modo uma vida inteira ou ficam dez
anos ou mais com algo que podemos chamar de ladainha ou chorumelas. Dá vontade
de mandar mudar o disco... Mas eu sei que não vai adiantar. David Bowie é um
típico exemplo e extraordinário exemplo de produtividade e criatividade. Por
mais de 50 anos produziu muito e foi extremamente profissional, apesar de suas
loucuras próprias, crises e outras inventivas, era muito profissional - meus
amigos e amigas astrólogas diriam um típico capricorniano ( como eu aliás) mas
não fazia sequer viver de si mesmo e nem daqueles que admirava, pois sempre
respondia ao tempo com atualizações, adaptações e mutações, com muita estética
e também cuidado e apuro. Deveria ser uma lição para muitos. Mas vamos convir
que é preciso estudar muito, trabalhar muito e viver muito para se reinventar
com tanta fecundidade sendo uma mesma pessoa. Ele foi chamado de camaleão do
rock, mas creio que era muito mais. Era um artista completamente criativo e que
não copiava nem a si mesmo. E outro aspecto interessante é o modo como se
relacionava com as obras dos outros e com os outros artistas. Creio que podemos
aprender muito com ele. E sei que milhares de músicos e artistas no mundo todo
são praticamente seus filhos ou trilham a picada que ele abriu com tanta
ousadia e coragem. Olhe-se para as obras dele - que são obras que ele fez com
extraordinários colaboradores alguns que ele descobriu e foi parceiro de
diversas obras, não há nele uma bela lição sobre fazer junto? Vira o disco,
muda a forma e faça alho com os outros, dívida e seja generoso, porque é mais
ou menos assim o melhor caminho possível para fazer algo efetivamente
interessante. Talvez assim teu gênio ou de outros desponte, apareça e tenha
alguma relevância para muitos. Mais trabalho e mais trabalho coletivo, mais
pensamento e mais pensamento coletivo, mais sensibilidade e criatividade podem
ajudar muito.
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