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segunda-feira, 4 de janeiro de 2016

AS NOSSAS ANGÚSTIAS COMUNS

Calma Rapaz!

A desconstrução não é nem um método. É apenas uma técnica de interpretação literária. Não tem todo este poder.

O que na verdade estais falando aqui é da crítica. Da crítica social sobre os ídolos, mitos, ideologias, quimeras e crenças compartilhadas por muitos. Os fantasmas assombram as pessoas e algumas pessoas adoram fantasmas em busca de um passado glorioso ou majestoso que nunca foi e nem será.  Mas nem te preocupa com o impacto disto.

As referências coletivas e culturais me parece que não se perdem. São apenas substituídas, trocadas ou permutadas. Algumas sofrem os impulsos e ondas das modas, das novidades e outras ficam a mercê do mercado, da mídia ou de alguém que se projete acima da linha do horizonte e vire e voz de uma geração. É na cultura que vemos muito isto. As escolas estéticas, críticas e culturais. Os movimentos e as ondas seguem batendo na praia e alterando a posição dos grãos de areia.

O vento segue batendo e mudando a paisagem. Não é possível ocorrer esta  erupção instantânea de uma certa consciência de classe. Os despertos são poucos, muitos nunca despertam e  outros voltam simplesmente a dormir após uma temporada de muitas conquistas e avanços culturais e críticos. Veja o Brasil tem gente que projeta uma gigantesca frustração em outros simplesmente porque comprou ilusões ou adotou certas coisas pelas razões erradas ou por ilusões e  ingenuidades.

A verdade mais completa sobre este mundo não existe. Temos uma grande colcha de retalhos e fragmentos que vez ou outra recebe uma espécie de conjuntada ou conjuminação que a integra e nos dá a impressão de ser completa, mas o Sistema não fecha...o sistema nunca fecha e quem acha que vai encontrar a chave ou a última porta do sistema para dar seu acabamento final, deixa apenas de perceber que para fazer tal coisa é necessário parar a ampulheta do tempo e abolir a história.

Ser e tempo não é apenas o título de um livro importante, é uma condição sem a qual não há com pensar o ser. Assim, o tal processo está sempre inacabado, Resta sempre um devir. E hoje isso me agrada bem mais do que antes porque é a partir disto que eu sei que as coisas podem mudar ainda neste mundo e que nem tudo está perdido e nem o melhor resultado foi atingido.

O povo não precisa ser preservado de verdade alguma. Ao contrário, precisa ser protegido e proteger-se das mentiras e falsidades e a única solução para isto é a velha recomendação socrática: conhece-te a ti mesmo com uma boa pitada de iluminismo: pense por si mesmo. Uma vida sem reflexão não vale a pena ser vivida, mas a reflexão que vale a pena é aquela que nos faz viver mais e melhor, com todos os percalços e abalos, desafios e dores que porventura isto nos custar, sem medo e sem vergonha alguma de ter que começar a pensar de novo e de novo e de novo.


Um abraço de um professor que também tem angústias.   

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