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domingo, 31 de maio de 2020

COMO RESOLVER A QUESTÃO COMERCIAL E DAS NOVAS FORMAS?


COMO RESOLVER A QUESTÃO COMERCIAL E DAS NOVAS FORMAS?

Só máscara e álcool gel não adianta e não é suficiente mesmo em locais fechados. É por isso que não é recomendável abertura de shoppings, pizzarias e outros negócios em locais fechados que tendem a atrair aglomerações de pessoas. Se pensarmos bem por nós mesmos, aceitarmos a condição imposta pelo vírus e não por governos ou restrições sanitárias, vamos ter que nos adaptar e reinventar. Temos que cair na real que certas operações, instalações e estruturas são inviáveis, até que se tenha uma vacina e a imunização da população.



Tem também a questão de que além de ser muito contagioso segundo todos os especialistas, esse vírus ficar no ar e sobrevive bastante tempo em diversos tipos de superfícies. Locais fechados, com difícil ventilação e renovação do ar, por conta da respiração das pessoas tendem a aumentar a concentração do vírus. De tal modo que mesmo com máscara ele pode chegar ao teu sistema respiratório e iniciar o processo infeccioso. Dito isso, uma coisa é muito certa: espaços fechados e aglomerações são absolutamente não recomendados.

Vamos precisar inventar mesmo outras formas. Mercados de rua, comércios de porta, lojas com janelas, tele-entrega, comércio virtual e delivery e tudo que puder reduzir a aglomeração e os contatos de muitas pessoas.

Por exemplo, já dá para fazer uma visita panorâmica na loja e comprar por aplicativo. Se podem instalar monitores do lado de fora das lojas com esses passeios. Já estão também disponíveis quase todas essas tecnologias que viabilizam essas adaptações e inovações.  Que tal pensar mais e começar a resolver isso? Não dá e não devemos voltar ao que era o tal normal ou aquela situação anterior a Pandemia muito cedo. Vai demorar meses ainda.

Assim, quem quer realmente voltar a trabalhar e fazer frente à crise econômica, tanto empreendedores, microempresários e médios, precisam mesmo assimilar isso e parar de culpar os governos e se reinventar para enfrentar e encarar essa realidade.

Parar de dar murro em ponta de faca ou ficar batendo com a cabeça na parede. Se não dá desse jeito, vamos inventar ou criar ou adaptar um novo jeito. Tenho certeza, me colocando nesse meio, que somos capazes de fazer isso, se tomarmos a decisão para tal. E vai dar certo e ainda vai modernizar as empresas de todo porte.

Obs.: As máscaras funcionam sim, mas tem seus limites. Sim, mesmo com máscaras se corre risco de contágio. Imagina que médicas e enfermeiras com equipamentos de proteção completos sofrem contágio por exposição intensa ao vírus que acaba passando por descuido, acidente ou pela intensidade da exposição. Considerando essa observação resta evidente que as máscaras tem limites e que mesmo todas as proteções e cautelas tem limites e que, portanto, contato social, aproximação ou convívio com contagiados, sejam sintomáticos ou não, é arriscado e perigoso. Dessa perspectiva não se abre absolutamente nada e se deve entrar em lockdown que é a medida mais restritiva possível e que é aplicada imediatamente em caso de colapso do sistema da saúde. Colapso de sistema de saúde significa morrer em casa, sem leito, sem hospital e sem cuidados médicos com o grave risco adicional de contágio de todos os demais moradores e também vizinhos.

Para um ex-aluno e para todos os amigos e amigas que vivem, trabalham ou estão relacionados a atividades comerciais. Lembrando que trabalhei somados mais de 12 anos no ramo do comércio e de alimentação antes de ser Professor e Pesquisador.

SOBRE ABERTURA DE SHOPPING EM SÃO LEOPOLDO


SOBRE ABERTURA DE SHOPPING EM SÃO LEOPOLDO

Eu estou vendo a Live de sexta-feira do Prefeito só ontem pela manhã. É a primeira vez que faço isso nesses 74 dias de Pandemia. É sistemática, porém, a repetição da pergunta, desde a primeira Live aliás: o Shopping vai abrir, pode abrir ou não?

Compreendo que quem pergunta isso trabalha no Shopping ou tem parentes e amigos que trabalham lá e estão muito preocupados com os seus empregos e também com a preocupação de que a economia volte à normalidade. Isso será possível um dia. Porém, esse dia deveria parecer muito distante para quem realmente pensa no todo da situação que vivemos.

Assim, desculpe a sinceridade, mas eu tenho ficado muito admirado com a incapacidade dessas pessoas serem capazes de pensar consigo mesmas com responsabilidade e com as informações objetivas sobre a viabilidade de funcionamento de shoppings ou sobre o possível impacto no contágio de Covid-19 nisso. Ou mesmo sobre o impacto na abertura de outros tipos de estabelecimentos. Será que não conseguiram entender a gravidade ainda dessa exposição ao risco? Das dificuldades e dos limites reais de se fazer essas estruturas funcionarem com segurança a saúde e a vida das pessoas.

Como é possível que não consigam compreender ainda a gravidade e a seriedade da atual situação e as suas consequências por si mesmas? E o tema da economia é sério sim, mas será que não conseguem ponderar sobre os riscos com suas próprias cabeças de tal modo que parece que o prefeito é cobrado pela abertura como se só ele tivesse que ser o mensageiro ou o portador da questão? É claro que ele se coloca como responsável e é muito bom que faça isso. Mas eu acho mesmo que está na hora das pessoas assumirem a sua parcela decisiva de responsabilidade pela situação e pelos riscos. Se não fica muito fácil cobrar e depois reclamar ou chorar pelas consequências.

Tenho convicção que está mesmo na hora dessas pessoas e da população em geral sentirem um pouco a responsabilidade sobre a Pandemia. Com certeza se avaliarem com clareza essa questão passa a ser compreendida e começa a mudar essa abordagem simples e descomprometida de cobrar do prefeito se abre ou não abre.

Os dados de ontem de aumento de 18 casos positivos são muito claros sobre o que estamos enfrentando agora em São Leopoldo. A semana fecha, até esta sexta-feira com um acréscimo de mais de 51 casos positivos. Para fechar mesmo a semana ainda faltam, porém, os dados de sábado e domingo. Ora, é evidente que aumentou o contágio da população de São Leopoldo, não por descuido do prefeito ou por falta de medidas, ações, informações e advertências à população sobre os cuidados, os riscos e a gravidade da Pandemia de Covid-19, mas porque, infelizmente, algumas pessoas continuam acreditando que esse problema não é delas, que esse problema não vai atingir elas ou que o problema é só do, prefeito e que só o prefeito é responsável.

Olha, acho que está na hora de uma parcela relevante da população voltar a se sentir responsável por isso tudo. A situação é muito grave e crítica e esse rascunho aqui não é feito para brigar com ninguém, mas apenas para externar uma reflexão e uma preocupação que não é menor, não é desimportante e não é maldosa com ninguém. Ao contrário do que alguns podem pensar a questão crucial aqui é como a nossa cidade vai enfrentar essa situação de uma forma melhor, mais segura e mais cuidadosa.

Dou meu abraço e meus parabéns ao prefeito e a todos aqueles que já compreendem isso, convidando os demais a tomarem mais cuidados e ficarem mais atentos e alertas.

Obs.: Vejam de novo com atenção o impacto no gráfico de contaminação por Covid-19, depois da abertura do Comércio e Shopping em Blumenau, em Santa Catarina. Nós cidadãos e cidadãs queremos mesmo que ocorra algo parecido a isso em São Leopoldo? O prefeito e uma parte da população não. E você?



Até a ABIN se salva da irresponsabilidade de Bolsonaro.


Até a ABIN se salva da irresponsabilidade de Bolsonaro

Tudo que a matéria do canal Terra expressa como sendo OS RELATÓRIOS DA ABIN, já foi pontuado diversas vezes nas redes sociais, seja por especuladores ou conjecturas como as que eu e muitos outros produzimos, de técnicos, a jornalistas passando por cidadãos e cidadãs que estão levando a sério e tendo clareza da gravidade e da dimensão histórica e epidêmica dessa Pandemia. Nem vou comentar a Cloroquina que já é um escândalo de desserviço e desperdício de recurso público. Veja o link da matéria a seguir:


Com base nas informações disponíveis, nacionais e internacionais, da OMS e de orgãos de comunicação responsáveis, com base nas posições oficiais de governadores e prefeitos e com base também em exercícios e pesquisas.

Então, o que estes relatórios - vazados ou compartilhados - provam é que Bolsonaro foi negligente, desconsiderou os avisos, não só não escutou a opinião pública e a imprensa, mas também a Agência Nacional de Inteligência pela qual ele demonstrou desdém e certo desprezo na reunião do dia 22 de abril.

Quem me lê sabe muito bem que considerei a hipótese de que tenha sido feita a proposta de barreira sanitária nos aeroportos já em Janeiro pelo Ministério da Saúde. Mas que está foi rejeitada por covardia política, desprezo e preconceito - o que não é menos que ignorância e burrice - por parte do Presidente irresponsável que se aconselha no Gabinete do Ódio que é orientado por pessoas que se guiam mais por paixões políticas do que por alguma dose de racionalidade e tranquilidade.

Dito isto, cresce a consideração necessária de afastar urgentemente esse irresponsável e criminoso que atuou francamente e abertamente para aumentar a Crise em diversas dimensões no país. E restaurar uma nova ordem para tentar barrar a escalada de óbitos e casos que logo adiante, até meados ou última quinzena de junho, vai nos colocar em segundo ou primeiro lugar no número de vítimas da Pandemia em escala global e deteriorar ainda mais a economia do país.

(e tome rascunho para quem não serve nem para fazer rascunho.)

TEMOS UMA CRISE, MAS COMO DEVEMOS REAGIR A ISSO?


TEMOS UMA CRISE, MAS COMO DEVEMOS REAGIR A ISSO?

Quando São Leopoldo, após 4 anos de desgoverno (2013-1016) e completo abandono obteve três anos seguidos de crescimento de empregos e PIB, com retomada de obras, investimentos públicos, desenvolvimento de ações e programas, recuperação de equipamentos e espaços públicos, saneamento financeiro, reorganização e modernização da máquina pública, com transparência e escuta da população e muitas melhorias na infraestrutura urbana, a prefeitura não tinha nada a ver com isso, segundo alguns gênios em economia. É essa uma velha limitação sistêmica de certas análises.

Agora que aumentaram as demissões - além da desativação da Deca e da redução das operações da Taurus já antes e em meio a Pandemia, mais esses 1.600 desempregados em março e abril devido à crise sanitária e suas restrições e a consequente crise econômica – que não é privilégio do Brasil - e também a fragilidade econômica das empresas que viviam três anos de uma pseudo e frágil recuperação econômica na esfera nacional, fantasiada em reformas e boas satisfações ao mercado e aos especuladores,  a culpa é exclusiva do prefeito e suas medidas de proteção da saúde e da vida dos 240 mil habitantes, segundo alguns. Assim fica fácil!

O desafio não é só descrever a realidade ou criar explicações alternativas e transferências de culpa ou responsabilidade, mas sim responder a essa realidade com ações e propostas. E esse desafio não é só do prefeito, esse desfaio está posto a todos os cidadãos e cidadãs.  

A questão crucial que se coloca me parece ser a seguinte: nós vamos assumir a responsabilidade por essa cidade juntos e propor soluções articulando empresas, sindicatos, organizações sociais, trabalhadores e trabalhadoras frente a Pandemia?

Ou a única questão aqui é fazer de conta que só o Prefeito precisa ser responsável quando tem crise? Acho que é bom acabar com esse hábito recorrente de se eximir das responsabilidades pelos problemas e pela sociedade em que vivemos.

A Pandemia é uma calamidade que atinge a todos, uma tragédia de extrema gravidade, mas essa é a hora daqueles que tem estatura real e não aparente, de assumirem posições e contribuírem para superar ela. Um passo à frente quem quer ajudar e contribuir. Muitos e muitas já estão fazendo isso, mas faltam aqueles que ainda estão somente observando ou testemunhando. Para não dizer atônitos, reclamando ou resmungando. E eu não tenho dúvida que se fizermos isso juntos, nós encontraremos soluções, mesmo que o governo federal e estadual não queiram ajudar tanto ou passem muito tempo em diversionismo e litigância cada um com um foco exclusivo, sem encarar essa grave realidade e limitem suas ações. Lembrando que o foco amplo de Bolsonaro na criação de crises está escancarado já. E a estrita atenção do Leite na Pnademia, sem nenhum suporte aos agricultores que enfrentaram a maior seca dos últimos anos e com parcas medidas de segurança alimentar.  

Temos, então, para quem é capaz de dar um passo à frente nessa quadra da história da nossa cidade, três desafios combinados: Manter e reforçar os cuidados de Saúde e de proteção contra a Pandemia, viabilizar a Assistência e a proteção social e o combate a fome na cidade e construir soluções novas de trabalho, de instalações e de operações para recuperar a Economia da cidade e superar esse quadro com cuidados, responsabilidade e compromisso coletivo.

E eu tenho certeza que a nossa cidade tem estofo social, cultural, político e econômico para fazer frente a esse desafio. A esperança se constrói na ação.

Obs.: Abaixo a Capa do Jornal VS da última sexta feira, 29/05/2020.



#FORABOLSONARO, #SOMOS70PORCENTO & #JUNTOS


#FORABOLSONARO, #SOMOS70PORCENTO & #JUNTOS

Todo movimento contra o genocida deve ser muito bem vindo no Brasil de hoje. Todo esforço é válido e legitimo e pode se expressar ao seu próprio modo. É essa diversidade de movimentos uma expressão de tomada de consciência da sociedade se disseminando. Isso é muito importante porque vai contribuir de forma combinada para o fim desse pesadelo.

Somos 70% expressa bem a situação já nas eleições em que esses 70% votaram em Haddad, em Branco, Nulo ou não compareceram às eleições e isso sem levar em consideração aqueles que não puderam votar porque eram menores de 16 anos e alguns outros incapazes. Nessa altura da jornada é preciso sustar a conflitividade e o remorso entre as partes. Eu mesmo tenho lado e uma caderneta carregada de continhas e responsabilidades a cobrar. Mas vamos perder a chance de se livrar dessa aberração por causa disso, de um passado e de ações cujo reparo vai ficar mesmo para a história contar?

Já o movimento #Juntos expressa claramente no seu manifesto as razões mais sensatas e comuns possíveis para enfrentar Bolsonaro. Subscrevo ambos movimentos sem nenhuma dificuldade. Já estava no #ForaBolsonaro mesmo, então isso só soma. Se observarmos os detalhes de outras movimentações, só falta mesmo uma resposta efetiva das instituições e que se saia da retórica para a ação. Isso pode acontecer sim.

Mas esses dois movimentos são mais importantes ainda para acelerar esse processo e dar legitimidade junto à opinião pública de tal modo que esses 30% que ainda o sustentam, que ainda defendem Bolsonaro, vão acabar por se reduzir a menos de 10% que é essa base barulhenta e chantagista que é efetivamente autoritária ou escorada nos restos da Ditadura Militar e na ignorância histórica de alguns mais jovens.

A saída de Moro do governo - sem querer aqui dar nenhuma benção a ele e a sua natureza casuística, marca a ruptura de um bloco. Já a saída de Mandetta marca o descolamento do DEM dessa barbárie. Isso já desidrata e muito esse presidente que já estava em franco isolamento.

Quando Celso Lafer foi entrevistado no Roda Viva ele pontou a chave de virada – recomendo que vejam a ótima e tranquila entrevista dele. Lá ele citou uma expressão lapidar de Hannah Arendt: "O poder resulta de uma ação conjunta." E, nesse sentido, tanto Juntos quanto 70% são ações conjuntas que expressam uma unidade.

O único setor hoje que parece sustentar Bolsonaro ainda é o dos militares, mas mesmo para esses o dilema de honra, moralidade e prestígio está posto como também apontou com finesse Celso Lafer. E vou descontar aqui os neoliberais oportunistas que ainda olham para Paulo Guedes como grandes coisa. O neoliberalismo é absolutamente incompatível com o enfrentamento consistente da Pandemia e a sua superação na economia. O autoritarismo é absolutamente incompatível com a sobrevivência das instituições de justiça e democráticas, bem como, com a liberdade de imprensa, de opinião e de expressão cultural, investigação científica e mesmo reflexão filosófica livre e desimpedida.  

Então, para mim fica claro que o processo evoluiu ao ponto de unificar no que já chamei de aliança branca lá atrás em outra postagem e comentários aqui e ali. Veja que talvez o mais correto fosse uma aliança colorida por causa das diversas bandeiras, mas isso é um detalhe desimportante e irrelevante e essa unidade que consegue tratar do momento atual, mesmo com eventuais disputas eleitorais posteriores entre todos ou quase todos divididos em pelo menos três blocos, pode sim ter eficácia.

Primeiro: resolver Bolsonaro e reconstituir a democracia e fortalecer as instituições. Porque sem isso não há como enfrentar a Pandemia efetivamente e nem como superar as diversas crises que ela trouxe com aquelas outras que Bolsonaro cria por pura insensatez e também insanidade. Após isso haveremos de dar conta da questão de uma nova concepção de estado mais fortalecida que a sociedade brasileira vai precisar ter para superar esse quadro de calamidade.

Esse esforço de conversar, dialogar, criar consenso e promover acordos pode nos ajudar muito. Os óbitos e casos crescem, as subnotificações são muito aterrorizantes, o sistema de saúde está muito próximo, no limite, do seu colapso. Precisamos virar essa página com urgência. Nesse sentido a plataforma de juntos é uma esperança.

Depois disso podem discutir quem tirou o corpo estendido do chão. Tenho convicção que Bolsonaro já caiu e disse que falta apenas retirar o corpo fétido do meio da sociedade brasileira para sanear a presidência e o governo federal.

Expressei isso já na minha única live na semana passada e me chama muita atenção a afinidade das ideias que guiam todos esses movimentos na mesma direção com algumas análises de base bem diversas, mas com unidade de objetivo a curto prazo e com senso de urgência. Já disse em diversas ocasiões que pouco importa como cada um expressa sua posição, o que nos interessa é que elas tenham a mesma direção – ou o mesmo target – e que todos esses movimentos seguem na mesma direção e, de certa forma, com o mesmo sentido. Há, portanto, uma unidade de propósito.

Todos estão, enfim, pelo #ForaBolsonaro

Abraço.

segunda-feira, 25 de maio de 2020

O BRASIL VAI PRECISAR DE UM TRIBUNAL DE NUREMBERG?


O BRASIL VAI PRECISAR DE UM TRIBUNAL DE NUREMBERG?



A situação brasileira é tão grave e tão séria que a barreira sanitária americana e o olhar do mundo inteiro com expectativas ruins para o nosso país já deveria ter ligado a luz vermelha não de alerta, mas de emergência do governo para corrigir os seus rumos. Mas não é isso que ocorre. O governo federal persevera no erro em relação a Pandemia e soma a isso conflitos e crises de ordem cada vez mais amplas. E todos esses conflitos tornam cada dia mais eminente a situação de grande calamidade e tragédia social no país.

Temos uma Crise Sanitária provocada pela Pandemia e pelo tratamento inadequado do governo federal. Tal tratamento nos coloca como provável epicentro da Pandemia no mundo. Isso significa a superação dos números de casos e de óbitos em relação a todos os demais países.

Temos uma Crise Econômica resultado dessa Pandemia, mas que vai sendo agravada por medidas retardadas e insuficientes para fazer frente a ela. Nesse mesmo tema o governo com suas atitudes vai provocando certo isolamento em relação aos seus maiores parceiros econômicos. Tanto China como EUA, ao seu modo se afastam e procuram se proteger em relação ao nosso país e às consequências da política sanitária de nosso governo.

Temos uma crise Política permanente que é agravada pela extrema litigância da parte do presidente em relação aos Estados e Municípios que procuram adotar às medidas propugnadas pela OMS, mas que sofrem boicotes e sabotagens de toda ordem dos seguidores de Bolsonaro que apenas reduzem a eficácia das medidas de isolamento e promovem um desserviço contra a saúde pública. Além disso são assaz notáveis os ataques sistemáticos às Câmara dos Deputados e seu presidente e ao Senado e seus membros. Vira e mexe, o Presidente afronta o Poder Legislativo simplesmente porque tem discordância em relação às suas ações ou reparos às suas proposições.

Temos uma Crise Jurídica e, portanto, uma crise de legitimidade de um governo que tem afrontado diretamente o poder Judiciário e a Polícia Federal em seus papéis de fiscalizadores dos Preceitos constitucionais. O processo que ora se encontra em andamento ainda tem o agravante de contar como seu responsável decisivo, não o Senado ou o Congresso, não o STF e seus 11 Ministros, mas sim um Procurador Geral da República que segundo interpretam os juristas mais especializados e preparados para observar e avaliar esse quadro, opera muito mais como um advogado ou aliado do Presidente do que como um Procurador autônomo que possa lhe corrigir ou julgar seus atos. Nesse tema se combinam também a crise política e a crise jurídica haja visto que estão sendo cada vez mais intrincadas por ação dos ministros do Governo que tem junto com o Presidente adulado e emulado ataques por seus aliados e apoiadores ao STF e ao Congresso na tentativa de constrangedora de impedir ambos poderes de fiscalizar e cumprirem integralmente e legitimamente seus mandatos e obrigações constitucionais.

Se soma, além disso para agravar esse quadro, a essas crises, sendo a Pandemia a única que possa aqui ser encarada como causa natural e não produto ou resultado de ação humana, uma Crise de Segurança Nacional expressa claramente nas medidas de rearmamento da população por medidas do Governo Federal, que agora descobrimos com a divulgação da reunião de 22 de abril, tem por objetivo não aumentar a segurança de um pai de família em relação a uma eventual ocorrência de crime de ameaça a vida de si ou de seus familiares, mas sim com propósito de promover o armamento de parte da população para que esta promoção sedição ou desobediência civil armada às medidas sanitárias propugnadas pelas autoridades municipais e estaduais. Além disso, ora vejam, tal ação administrativa se combina com manifestações de ameaça de instauração de uma guerra civil no país se alguma decisão dos demais poderes desagradarem, mesmo que juridicamente perfeitas, as disposições do governo ou seus desideratos de manutenção do país na mesma direção ou sob a mesma direção. Esta é uma ameaça de elevada gravidade que não pode ser tolerada.

Se tudo continuar nesse compasso torto e violento, crítico e instável o nosso país terá com certeza um genocídio generalizado por Pandemia, por crise econômica e por violação da segurança nacional através de uma guerra civil

Ora, se assim prosseguem as coisas, o Brasil vai precisar de uma espécie de Tribunal de Nuremberg depois da Pandemia e da Tragédia Sanitária, Econômica e Política que vamos passar com esse nível de irresponsabilidade genocida promovida por Bolsonaro, seu governo e seus conselheiros e apoiadores. E Osmar Terra, para exemplificar um pouco, que enfiou essa teoria da imunidade de rebanho na cabeça de Bolsonaro deve ir para a primeira fila do banco dos réus, tamanha a irresponsabilidade e seu papel de mentor intelectual com outros dessa grande insensatez e irracionalidade contra todas as orientações técnicas e científicas validadas na comunidade internacional e nacional.

Para esse Genocídio, o tribunal da história e o julgamento das urnas não será suficiente para reparar os danos infringidos sobre o nosso povo e o destino da nossa nação. Um genocídio não pode ser o destino da nossa nação por falta de determinação das instituições.

quinta-feira, 21 de maio de 2020

OS NÚMEROS DE CASOS DE COVID-19 EM SÃO LEOPOLDO SÃO ALTOS EM RELAÇÃO ÀS CIDADES VIZINHAS?


OS NÚMEROS DE CASOS DE COVID-19 EM SÃO LEOPOLDO SÃO ALTOS EM RELAÇÃO ÀS CIDADES VIZINHAS?

Sim. Porém, para esclarecer e dissipar a leitura apressada ou superficial dessa informação e da evolução dos dados, São Leopoldo é a cidade da região que promove a estratégia mais ampla de preparação e organização dos serviços públicos no enfrentamento da Pandemia e na direção de reduzir o seu impacto na população da cidade. Dentro dessa estratégia, a testagem e o rastreamento para reduzir o contágio da Convid-19 é crucial e decisivo. Isso é combinado com diversas medidas que incluem o Hospital Centenário, a UPA, as Unidades Básicas de Saúde, o SAMU, a Vigilância Sanitária, o Laboratório Municipal, a Farmácia Municipal e todas as estruturas de gestão e saúde estão voltadas ao cumprimento dessa estratégia de prevenção e proteção da nossa população. 

São Leopoldo também é a cidade que desde o início do isolamento em 19 de março, tem promovido o mais intenso e rigoroso processo de fiscalização das empresas locais, e procurado coibir as aglomerações ao máximo, seja por descumprimento das medidas e restrições necessárias para a redução do contágio, seja no sentido de proteger os trabalhadores e trabalhadoras e os cidadãos em geral. Mas toda essa estratégia depende muito, na sua eficácia, da compreensão, da sensibilidade e da conduta de todos. E também do apoio dos outros governos municipais, estadual e nacional. Porque a responsabilidade no enfrentamento a pandemia é de todos os governos e também de toda a população. O governo municipal não recusa a sua parte nessa responsabilidade. 

O resultado dessa estratégia, nos 64 dias de enfrentamento a Pandemia desde o dia 19 de março, é que tivemos um óbito em 9 de abril, 176 casos de Covid-19, 56 pessoas suspeitos de portarem o vírus, 147 curados, 1061 negativos e forma realizados 1.402 testes. Nesse período, os testes que deram resultados negativos foram de 1.061.

Alguns testes realizados em São Leopoldo ajudaram, inclusive, a identificar e encaminhar com a devida atenção 16 casos de outros municípios também. Essa estratégia da cidade identificou um surto de Covid-19 em um frigorífico de outra cidade e também três surtos locais – com mais de três pessoas contagiadas, em três empresas. Duas empresas ontem uma delas do setor industrial e outra do setor de serviços no centro da cidade com três trabalhadoras com Covid-19.

 Essas empresas são fechadas em obediência ao que diz o decreto preventivo para a proteção imediata dos trabalhadores e usuários e para efeito de isolamento e sanitização preventiva para reduzir ao máximo a possibilidade destes locais serem novamente focos de transmissão do vírus. E todos os trabalhadores e trabalhadoras diagnosticados por exames ou testes são colocados em isolamento, seus contatos que podem ter adquirido o vírus também são rastreados e examinados, testados e todos ficam sob acompanhamento dos profissionais de saúde do Município. O que seria preferível em relação a isso?

Mais testes e talvez mais casos e menos óbitos ou menos testes e poucos casos registrados e provavelmente a possibilidade de mais óbitos por falta de acompanhamento e isolamento? Ou seja, a Prefeitura Municipal de São Leopoldo não fica sentada esperando os casos aparecerem. Monitora a cidade quase inteiramente, acolhe denúncias e faz um esforço grandioso e que deve ser reconhecido para proteger a saúde e a vida da população.    

Essa é a diferença: São Leopoldo tem um óbito e 176 casos com 147 recuperados e mais de 1.402 exames feitos. São Leopoldo faz hoje quase 12 vezes mais testes do que o Brasil para cada cem mil habitantes. São Leopoldo faz também mais testes que a maioria das outras cidades da região.

E as outras cidades o que tem feito? Não tenho observado esse tipo de estratégia em outras cidades. E olha que eu gostaria muito mesmo de estar enganado sobre isso. Acredito que podemos ter certeza que quem não faz mais exames vai ter mais óbitos, porque quanto mais retardado o diagnóstico, mais provável a evolução da doença para o seu nível mais grave e com certeza esperar isso não vai deixar a população da cidade melhor nunca. Isso não precisa ser reconhecido amanhã ou no futuro. Pode ser reconhecido agora mesmo. Esse reconhecimento é importante também porque pode motivar todos que estão participando desse esforço a fazerem mais e a tornar essa estratégia mais eficaz ainda no objetivo de proteger a população de nossa cidade

O futuro, aliás, com essa pandemia já é e se faz agora. Isso é preciso reconhecer também. Com certeza todos os servidores da saúde e também todos que estão atuando nessa estratégia de reduzir o contágio em São Leopoldo, o que inclui também os servidores da segurança, os fiscais e também aqueles que produzem a comunicação e a divulgação das informações, ações e medidas  serão reconhecidos e também a gestão que faz essa opção por fiscalizar, coibir as aglomerações, estruturar o hospital e a rede de saúde  e manter a vigilância sanitária atuante, fazer busca ativa, fazer mais testes e rastrear os casos identificando surtos e zelando pelo isolamento dos suspeitos e contagiados também será reconhecida.

Esse é um esforço acompanhado e apoiado por muitas pessoas, instituições e empresas também da sociedade civil que estão doando insumos, se engajando em trabalho voluntário, sustentando o isolamento, respeitando o distanciamento e usando máscaras e divulgando informações importantes que reforçam essa estratégia geral. Não se pode dizer que os cidadãos e cidadãs de São Leopoldo não colaboram. A contribuição de todos é muito importante e pode aumentar mais e isso vai proteger mais a população da cidade e ajudar muito mais os profissionais da saúde e os servidores do hospital e todos aqueles e aquelas que estão trabalhando nos serviços essenciais a sofrerem menos e a se exporem menos ao Covid-19.

Estamos à beira do agravamento da situação no Brasil e no Rio Grande do Sul, na nossa região Metropolitana e no Vale dos Sinos também, e é muito importante reduzir ao máximo o impacto da Pandemia na nossa cidade. O resultado disso não pode ser subestimado ou subvalorizado porque importará em salvação de vidas. E não há valor maior do que a vida humana. Veja que Sapucaia do Sul, aqui do lado, infelizmente, teve quatro óbitos já, três no último final de semana, com uma população muito menor que São Leopoldo e eu imagino o sofrimento de todos nessa querida cidade aqui ao lado. São Leopoldo não é uma ilha e nós temos compromisso com a vida de todos da nossa região. Sendo a maior prova disso a já histórica manutenção e a sustentação financeira do Hospital Centenário, com recursos da ordem de 70% oriundos dos cofres municipais, o que é uma injustiça ainda não corrigida pelo Estado e a União no financiamento do nosso Hospital para o atendimento da população da nossa região. Apesar disso, em meio a esse processo de enfrentamento a Pandemia, o Hospital tem sofrido melhorias e, sob orientação técnica do Hospital Sírio Libanês, e com intensa dedicação e participação de sua equipe de profissionais e gestores está preparado e adaptado para o atendimento seguro no tratamento aos pacientes de Covid-19.  

Então, São Leopoldo, sob a Liderança do Prefeito Ary Vanazzi, tem mais exames e mais casos identificados que as cidades vizinhas, mas isso é produto de uma política e de uma estratégia acertada para proteger a população da nossa cidade e com certeza isso é bom para a cidade e bom para a nossa região também. O ideal seria que todos os municípios da região adotassem a mesma estratégia para a proteção das vidas dos nossos cidadãos e cidadãs.

Obrigado

#FiquemEmCasa

#CuidemDosSeus

#UsemMáscaras

#EvitemAglomerações

#ApoiemAsMedidasProtetivas

#DenunciemNoFone156

terça-feira, 19 de maio de 2020

ALERTA MÁXIMO PARA O AVANÇO DA COVID-19 NO RIO GRANDE DO SUL


ALERTA MÁXIMO PARA O AVANÇO DA COVID-19 NO RIO GRANDE DO SUL - DOMINGO 17 DE MAIO DE 2020

O número de casos no Rio Grande do Sul cresceu em três semanas (de 25 de abril a 16 de maio), mais de 306%, do dia 25 de abril, 1.217, até hoje, 3.734. Sendo que muitos casos apontados por exames rápidos de PCR - os de São Leopoldo, por exemplo, ainda não estão no registro geral do site do estado. É importante apontar aqui que nem todas as cidades gaúchas, por enquanto, estão adotando a estratégia de testagem mesmo que rápida de casos suspeitos, o que aumenta a subnotificação de casos no RS.

Já os óbitos que também envolvem fechamento e confirmação de casos de Covid-19 com exames pelo Lacen, cresceram 376% nesse período. De 34 óbitos para 128 óbitos de gaúchas e gaúchos. Ou seja, o número de óbitos praticamente quadruplicou.

E esta notícia sobre a lotação do Hospital de Clínicas de Porto Alegre, ao meu ver indica que estamos a beira de um crescimento de casos com internações no RS e, infelizmente, de óbitos também. Não é o colapso do sistema de saúde, mas é simbólico que a maior estrutura hospitalar do estado já esteja nesse estágio.

Quanto às cidades atingidas nesse período, saímos de 113 cidades com caos para 225, praticamente o dobro. Considerando que a maior parte das grandes cidades com mais de 50 mil habitantes já haviam sido atingidas lá atrás, agora temos a interiorização de casos e óbitos de Covid-19 no estado, acompanhada do agravamento nas grandes cidades já atingidas e as cidades conurbadas da Região Metropolitana de Porto Alegre, bem como no eixo Porto Alegre Caxias do Sul e a região do Planalto Médio com Passo Fundo como centro.

Teremos problemas sérios pela frente. Talvez isso seja resultado da flexibilização em alguns locais nas últimas três semanas e também das condutas negligentes já conhecidas, porém, acredito que é muito importante lembrar de novo que o vírus também é transmitido por pessoas assintomáticas. Essa doença infecto-contagiosa tem elevada capacidade de contágio.

Nesse sentido, aglomerações de crianças, jovens ou adultos saudáveis nesse período de Pandemia, mesmo com máscaras e sem guardar distanciamento, são o melhor modo de disseminação do vírus.

Por fim, não podemos negligenciar o fato de que o inverno está chegando e que este é um período no Rio Grande do Sul muito marcado por doenças respiratórias e outras que vão acabar levando pessoas aos hospitais e unidades de saúde a procura de tratamento e que com esse quadro de Pandemia crescente, podemos ter agravados essas doenças e as dificuldades para atender todos os pacientes.

DA LUTA ENTRE A EDUCAÇÃO E A IGNORÂNCIA


DA LUTA ENTRE A EDUCAÇÃO E A IGNORÂNCIA

Essa crise da Pandemia tem agravado um conflito que já era latente e exposto entre os educadores e cientistas e uma parte da Sociedade que tem pretendido negar a ciência e a educação e limitar aquilo que a ciência e a educação apontam para a sociedade.

Isso já aparecia entre os professores e professoras nas escolas, com o projeto escola sem partido e também já aparecia no conflito estimulado por algumas seitas e concepções religiosas com as suas diversas versões de doutrinas criacionistas e as teorias darwinistas. Para ser honesto esse tipo de concepção não esclarecida ou irracional também povoa, para nossa infelicidade, as mentes de alguns educadores.

Também aparecia no espaço escolar nos temas da educação moral e do ensino de história, sociologia, filosofia, geografia e outras disciplinas. Os professores e professoras foram muitas vezes afrontados de que aquilo que eles lecionavam era matéria de opinião e não de conhecimento. Tem também os eventos de boicotes a vacinação promovidos por algumas concepções religiosas ou mistificadoras. O terraplanismo também tem figurado no espaço escolar.

Não custa lembrar que o homem não pisou na lua, segundo algumas opiniões corriqueiramente apresentadas nas escolas. O negacionista avança também em bloco contra o holocausto judeu e europeu. Bem, tem uma tonelada de temas que os negacionistas e suas defesas da ignorância voluntária, e que eles fazem questão de defender como questões de liberdade de opinião ou de uma espécie de direito que não pode ser contestado em ter opiniões, pensamentos e juízos distintos dos que são correntemente aceitos e reconhecidos nos meios científicos e divulgados nos livros e nas lições escolares .

E essas defesas são feitas de um modo cada vez mais audaz. Isso, em parte, é produto de uma educação democrática, mas por certa coincidência vem acompanhado também de desejos autoritários e de disposições a impor censura e constrangimento aos educadores. Em alguns casos marcantes atendem nesses ataques ao lado de acusações de ideologia ou educação ideológica que deva ser enfrentada. É curiosa essa simplificação grosseira e essa generalização leviana em relação às lições dos educadores.

Estou pensando muito nisso agora também em meio a Pandemia de Coronavirus. Já tinha observado no processo político o impacto desse negacionismo e percebido a aproximação dele com o irracionalismo e uma modalidade de absolutismo que versa dogmaticamente de que se uma questão não possa responder uma resposta ou solução absoluta, então ela deve ser desconsiderada ou simplificada simplesmente para o rol das questões cuja solução deve ser a mais radical possível.

É um raciocínio bipolar e simplório que sempre vem carregado de uma base no tudo ou nada e que também traz junto uma espécie de má fé subjacente de que se eu não consigo compreender o que você diz ou afirma então nada disso pode ser verdadeiro. Como se tudo que não é compreendido por um determinado acervo de conhecimento limitado ou ligeiramente adquirido não pudesse ser verdadeiro mesmo.

O tema de fundo aí é o conflito básico entre conhecimento e Ignorância e toda essa fumaceira ideológica em volta apenas aumenta o abismo entre uma e outra. Isso gera uma indisposição ao conhecimento do que é difícil de compreender e um reforço da posição do ignorante em não aprender. Não aprender algo vira um direito de escolha. Me parece que trata-se de uma questão crucial do nosso ofício. A relação entre Educação e Ignorância.

Rapidamente, me sinto compelido em afirmar que isso não pode ser justificativa para nós desistirmos ou nos lamentarmos demais. É um cavaco do nosso ofício. Quando escolhemos ser educadores fizemos uma opção muito desafiadora em fazer parte de um exército de trabalhadores cujo principal combate se dá nesses termos bem definidos da luta entre o conhecimento e a sabedoria e a ignorância e perversidade. É uma luta civilizatória.

Vou resumir assim. Quando decidi ser Professor escolhi por tentar atuar para reduzir a ignorância no mundo. Algum aluno ou aluna pode olhar para mim e dizer que não quer saber, pode dizer que não interessa saber, pode dizer que quer ser livre para "pensar diferente", mas não será isso que me fará desistir de tentar tirar ela da ignorância.

Para ser mais filosófico, nós somos aqueles moradores da caverna de Platão que conseguimos sair dela e optamos por voltar para tentar tirar os nossos irmãos e irmãs de dentro dessa caverna. Isso provoca rejeição, isso provoca resistência e até mesmo alguma violência contra nós, mas não vamos desistir.

Tocamos em frente. Vamos enfrentar esse jogo de ilusões e opiniões e dar informação, ter posição e tentar ao máximo acrescentar cada vez mais conhecimento e, se possível, mais sabedoria para enfrentar a ignorância e a perversidade que decorre dela.

Essa luta pode parecer ser entre os sábios arrogantes e pretensiosos e os coitadinhos que não conseguem aprender ou que não querem sacrificar a sua liberdade de opinião e de pensarem o que bem entenderem, mas de fato é uma luta entre uma humanidade que quer vencer e viver com conhecimento e sabedoria e uma parcela da humanidade que recusa isso e não quer isso.

Nós ficamos nessa luta do lado de toda a humanidade e da vida.



Obs.: A imagem abaixo é de uma travessia sobre tábuas em uma enchente (1926 ou 1941, não sei precisar agora), na primeira quadra da Rua São Joaquim, em São Leopoldo, de umas duas dúzias de seminaristas entre os dois prédios do então Instituto Anchietano de Pesquisas e a Faculdade de Filosofia Natural nos antigos prédios da futura Unisinos. Escolhi ela agora porque estamos sim enfrentando um acidente natural, essa Pandemia, e porque devemos atravessar ela com uma combinação inteligente de fé e conhecimento, entendimento e compreensão, que seja dirigida por educação, sabedoria e amor a humanidade. A imagem pertence ao Acervo do MHVSL - Museu Histórico Visconde de São Leopoldo.

RECUPERAR O ESTADO DE ALERTA NO BRASIL: A PANDEMIA DE COVID-19 EM 18 DE MAIO DE 2020


RECUPERAR O ESTADO DE ALERTA NO BRASIL: A PANDEMIA DE COVID-19 EM 18 DE MAIO DE 2020

Nesse final de semana e na semana passada, assistimos aqui no Rio Grande do Sul, um movimento de relaxamento e de aumento da negligência em relação às medidas de isolamento, distanciamento social e evitar as aglomerações parece ter se tornado um pesadelo para todos que assistiram o que ocorreu.

Apesar desse relaxamento, os óbitos aumentaram, os casos aumentaram e a Pandemia tem se interiorizado cada vez mais em nosso estado. Hospitais comec atingir miveis elevados de internação de pacientes em leitos de covid-19, o que reduz leitos para outras doenças sazonais do nosso inverno e de outras situações de agravos e acidentes.

Mas esse problema não tem se dado só aqui no RS. Diversos outros estados e capitais, cidades e regiões estão vivendo o mesmo processo. Esse processo é um problema e um desafio tanto para os gestores públicos e suas estruturas de fiscalização, quanto para todos os cidadãos e cidadãs que não estão negligenciando as informações disponíveis e o crescimento dos dados galopantes de contágio e de agravamento da mortalidade no nosso país.

Na verdade, me parece que essa é uma onda que começou a ganhar forma com a demissão do Ministro da Saúde, Luis Henrique Mandetta lá por volta do dia 17 de abril. Com a demissão do Mandetta e a posse do Teich reduziu muito o estado de atenção da população. A percepção da gravidade da Pandemia caiu a níveis tão baixos que o que vivemos hoje é sim um reflexo disdo. Como isso aconteceu? As pessoas cansaram ou se imunizaram? Não.

Em parte porque as coletivas diárias do Ministério da Saúde, passando Informações e dando o quadro e seus desafios e sustentando o isolamento foram suspensas por diversas vezes e foram rebaixadas quando ocorreram a um detalhe num painel de exibição de outros ministros como Onix, Guedes, Damares. Assim, o que parecia no início uma Estratégia de colocar no centro do governo o debate sobre o Combate a Pandemia, foi esvaziado do seu conteúdo ligado às políticas de saúde.

De outro lado, porque o Mandetta, com efeito, tinha uma excelente performance comunicativa e conseguia manter a atenção da população com informações suas e de sua equipe muito precisas e claras, mesmo com diversas incertezas permeando as ações do Ministério.

Depois dele, os óbitos no Brasil subiram de 2 141 para 15.000 óbitos na gestão apagada e quase invisível do Teich. Além disso, Bolsonaro ficou mais agressivo ainda contra as medidas dos Governadores e Prefeitos ao tirar Mandetta do caminho.

Assim, ocorreu também, na sociedade, uma mais extrema politização paralela e intencional do processo de enfrentamento da Pandemia nos temas do isolamento e seus impactos econômicos e da cloroquina como panacéia geral. A população quase de um modo inconsciente deve pensar mais ou menos assim: se o ministro caiu e se o presidente não tá dando bola para a doença, eu não vou dar também.

Mas isso é um erro e um desvio do combate efetivo a Pandemia e devemos sim recuperar o Estado de Atenção da População e aumentar a percepção da população perante o que está ocorrendo para prevenir e proteger a saúde e às vidas dos brasileiros e brasileiras. Ao mesmo tempo, será preciso reforçar a sensibilidade da população perante o sofrimento dos profissionais de saúde e o sacrifício que já está sendo feito pelos trabalhadores dos serviços essenciais.

O isolamento não é uma medida que pude ser relaxada, o distanciamento é muito necessário e o uso de máscaras e a manutenção do estado de alerta pode salvar muitas vidas ainda.

Nessa semana vão evoluir os óbitos para uma média de mil óbitos por dia. Ora, isso significa que na próxima segunda feira já teremos mais de vinte mil óbitos. Se os cuidados forem abandonados a evolução dessa média pode ser muito agravada nas próximas três semanas.

#FicaAlerta

#FiqueEmCasa

#UseMáscara

#RespeiteAVida

Na imagem abaixo, o card do Nível de Alerta do Governo da Nova Zelândia.

O slogan da campanha deles é:

UNIDOS CONTRA A COVID-19



FELIPE NETO NO RODA VIVA


FELIPE NETO NO RODA VIVA:
UM MENINO DE 32 ANOS ASSUMINDO
O MEIO CAMPO DO BRASIL COM
MUITA INTELIGÊNCIA E CLAREZA

Em política, em especial, em política numa acepção democrática aprendemos a respeitar os adversários e a compreender seus erros ou descaminhos, principalmente quando sabemos que podemos errar também, sabemos que não somos infalíveis e quando sabemos também que não se faz política sozinho. Quando uma personagem aparece no espaço público com sabedoria, inteligência e senso de responsabilidade, todos nós ficamos admirados e admiramos. Porque isso é um bom exemplo e isso é um ótimo sinal: ainda há serenidade em meio a esse Pandemônio todo.

Assisti ontem, após uma overdose de lives muito boas durante o dia e a noite, o menino Filipe Neto. A minha impressão é que ele virou um cidadão pleno, honesto e muito bem posicionado. A concepção de responsabilidade dele na sua atividade de influenciador ou de emissor de mensagens para milhões de jovens é irretocável. O que me admirou mais não foi a autocrítica dele, o reconhecimento dele do seu papel no Golpe e no processo que levou certamente até Bolsonaro no poder, mas sim os posicionamentos dele que são extremamente atuais e não tem nenhum traço de omissão, covardia ou lanheza com o fascismo e o autoritarismo.

Ele obteve, com a dura experiência, mas muito bem sucedida de youtuber ou influencer, uma certa humildade no trato do tema Político que merece muito respeito de todos nós, porque aponta para questões necessárias e essenciais sem parecer dissimulado e sem parecer ser falso ou procurando agradar marinheiros ou náufragos com um canto de sereia.

Eu gostei muito dessa entrevista. Ela me lembrou muito a sabedoria de alguns jogadores de futebol que mesmo vindo de famílias modestas ou humildes demonstram extrema inteligência e maturidade, responsabilidade social e clareza histórica. E eu acredito que como ele muitos outros jovens devem estar despertando para uma outra relação com a política e com o Brasil. A percepção que eu tenho desses jovens é que eles são uma espécie de órfãos de educação criados nessa transição e abismo que apareceu entre o mundo real e o mundo virtual que muitos educadores e líderes não conseguiram acompanhar e que chegou explodindo na forma dos protestos de 2013 como uma revolta justa – não é só vinte centavos, que foi sequestrada e manipulada pela direita e ultra direita. Eu olho para ele e avisto milhões de jovens ali dizendo que não sabiam, que precisam aprender, que querem mudar e que querem mudar o nosso país com muita coragem e não por vaidade, mas porque é necessário. Se todos virarem antifascistas, o que requer muita água sob a ponte, tanto melhor.

Ele também citou Amoedo e Ciro Gomes, sem citar Lula ou o PT nesse quadro, como pessoas que ele monitora. Ora, isso me parece que ele aponta sua perspectiva de observador do centro político. Acho que ele falou ou expressou que está usando ambos como balizas. Mas ele de fato se posiciona no centro do debate e isso é muito bom. No futebol, para lembrar minha comparação anterior e esboçar um mapa do espectro político, ele não é goleiro e nem zagueiro, não é ponta e nem centroavante, não é lateral. Ele é um meio campo distribuidor e pode acabar virando goleador. É uma ótima posição e uma posição necessária não para construir uma terceira via, mas para ajudar a organizar o time e contribuir para o povo brasileiro com o apoio da juventude comece a vencer, derrotar e dissolver o fascismo e o autoritarismo.

Acredito que até 2022, podem mudar muito mais, apesar da paciência e da resistência que vamos ter que fazer para isso. Por fim, a citação dele e o enfoque dele sobre a questão de não se tolerar mais os intolerantes na democracia é absolutamente crucial. Se ele entendeu isso passa imediatamente para o nível daqueles que não são pseudo democratas e assume um dos maiores desafios da democracia que é se imunizar ao fascismo e ao autoritarismo e impedir fascistas e autoritários de sequer fazerem proselitismo ou propaganda na sociedade democrática.

Talvez muitos subestimem esse menino, por seus erros do passado e por alguns sinais dele que precisam ser melhor interpretados, mas a posição dele é excelente. Não poderia ser melhor. E ele demonstra claramente que sabe exatamente do seu papel nesse processo. Eu realmente fico muito feliz também porque ele se apresenta com um senso crítico e auto crítico, com compreensão dos seus limites em relação ao conhecimento, aos temas da autoridade e da Democracia que é inédito pela lucidez e a precisão. Está extremamente bem posicionado no espectro ideológico.

Tem também uma noção bem clara de limites. Para mim, tanto ao apontar contra a meritocracia, portanto, contra a desigualdade, e contra a opressão, portanto, contra o fascismo e o autoritarismo ele coloca a bola de futebol no centro do gramado. Parece um capitão de um time que tomou um gol e foi lá no fundo da rede da goleira, pegou a bola e trouxe para o meio para retomar o jogo.

Eu posso estar enganado e ele pode errar, mas já acerta muito mais agora do que muitos outros antes dele. Acho que ao apontar para o Amoedo e o Ciro Gomes ele faz um gesto muito claro de que esses dois personagens se posicionam nas posições intermediárias, mas que podem e devem ajudar mais. Como petista, sem rancores e com certa experiência pedagógica e histórica que considero respeitável e razoável, acho que não poderia ser melhor a indicação dele. Ele está correto, porque se corrigir só na sugestão e no apontamento esses dois meias direita e esquerda, será possível organizar o time para vencer o fascismo. O nosso papel à esquerda desse espectro é ajustar o time da saga, passando pela lateral e a ponta direita. Se fizermos isso dá jogo, dá composição e vamos virar juntos essa página, reconstituindo um pacto democrático e progressista nesse país.

A única alternativa contra essa é uma revolução, mas até onde eu sei, apesar de ter tanto desejo disso, não há um partido revolucionário no Brasil. Nós todos, incluso PSOL, PCO, PCdoB, PT e várias pontas de outros mais a esquerda de outros partidos somos todos reformistas modernizadores. No quadro atual, um pacto honesto e democrático entre todos, é a melhor saída.

Não sei se ele é possível, mas não creio que devemos abdicar disso tanto para os diálogos políticos, quanto para as disputas eleitorais e os governos. O desafio é construir a pauta para acabar de vez com certas corporações militares e jurídicas que precisam ganhar limites e ter as devidas tarefas constitucionais ajustadas, abolindo privilégios e punindo abusos. Eu não vejo como fazer isso sem uma nova Constituinte e uma reforma política profunda, bem como uma transformação radical do estado brasileiro e dos estatutos legais de diversos poderes.

A Pandemia é uma tragédia, mas pode ser a oportunidade para a gente começar a colocar a conta inteira na mesa, no centro do debate, e também para criar dispositivos de política econômica que limitem a interferência abusiva do poder econômico do mercado, dos especuladores e dos rentistas na economia nacional.

O Brasil vive agora uma tragédia política em meio a essa pandemia, essa tragédia foi construída e cevada com a ajuda de muitos jogadores, mas mesmo assim tem tudo para dar certo, mas é preciso fazer um pacto à quente com uma nova plataforma. E não vai ter ninguém mais para poder dizer que é o dono da bola. Ou o pais joga inteiro como time ou não haverá jogo e vamos perder todos de goleada, uma goleada trágica e mortal. Ser dono da bola ou tentar o tempo todo forçar a mão para ser o dono da bola pode ser chamado de hegemonismo também. E esse é sim um problema recorrente nas disputas intestinas e pequenas de liderança no país.

E esse menino aponta claramente para isso, ainda que com muita modéstia, mas se trata mesmo de chamar a responsabilidade aqueles que pretendem liderar o nosso país. Dando um recado de que ninguém vai liderar sozinho, nenhum time vence o jogo sem uma organização e esquema tático - ou projeto comum. É muito razoável portanto usar a posição dele como ponto de partida para derrotar o fascismo e reconstruir a Democracia no Brasil. Virar essa página e dar dignidade, justiça social e uma boa vida para todo o povo brasileiro.


RECOMENDO.

ESCLARECIMENTO SOBRE MINHAS POSTAGENS E INFORMAÇÕES E ALGUMAS PROPOSTAS


ESCLARECIMENTO SOBRE MINHAS POSTAGENS E INFORMAÇÕES E ALGUMAS PROPOSTAS

Eu acredito nos dados e na evolução dos dados. Todas as informações que apresento são públicas e tem fontes oficiais. O que é de minha responsabilidade é a análise dos dados e as conjecturas que produzo sobre eles. Aqui apresento algumas considerações e esclarecimentos sobre isso.

O Governador não está indo mal, mas é muito arriscado o nosso quadro pelos dados que eu tenho observado e as tendências que são visíveis na evolução da disseminação do vírus no RS, nas cidades e regiões. Só para exemplificar rapidamente e atualizar de um dia para o outro. Já são três óbitos em Sapucaia do Sul, no município aqui do lado de São Leopoldo. E o número de óbitos no RS agora de manhã, nesta segunda feira, é de 144 óbitos, são seis a mais já, sem contar esses dois a mais de Sapucaia do Sul. Nós temos sim problemas de subnotificações de, pelo menos seis tipos diferentes que não vou apontar aqui agora e que nem todos são responsabilidade dos gestores, mas sim do modo como são alimentados os dados e da demora nos resultados de exames quando estes são feitos oportunamente. E como disse no  texto de ontem: a estratégia de testagem rápida, mesmo com seus limites, precisa ser adotada por todos os municípios ou em todas as regiões para se ter clareza da situação em cada cidade. Além disso, o rastreamento e a busca ativa também deve ser adotada. Ambas estratégias estão sendo adotadas em São Leopoldo, nossa cidade, e isso tem permitido ter uma visão talvez mais segura ou melhor da situação local. Mas São Leopoldo não é uma ilha, pertence ao eixo Porto Alegre Caxias do Sul e faz parte de uma Região Metropolitana com altíssima densidade populacional e altamente conurbada. Essa região já tem casos em todas as cidades. Essa região tem óbitos em praticamente todas as cidades também.

Vejam que também há uma espécie de Delay nos registros dos dados. Vejam que esse delay se agrava também com a interiorização, apesar do caso claro de Delay de Sapucaia do Sul que citei acima. Não estou colocando em suspeita, porém, a gestão estadual nesse tema, devo frisar aqui. Tenho divergências como professor com toda a política para a educação do Governador Eduardo Leite e também a falta de atitude do Governo Estadual em relação a seca no estado, mas em relação ao combate ao covid-19 tenho quase pleno acordo. Não gosto apenas dessa estratégia de flexibilização ou zoneamento que considero temerária e muito arriscada. Acredito que é um erro, no quadro nosso de ingresso no inverno e pela extrema velocidade de disseminação desse vírus para o qual basta uma semana de descuido para começar a aparecerem mais casos e óbitos em ciclos de 7, 15 e 21 dias. O meu objetivo aqui mão é gerar pânico, mas sim compartilhar informação e apresentar algum tipo de análise com base nos dados fechados e registrados.

Por isso, encarando a importância dessas informações,  optei na análise da evolução nacional e também em parte no estado por um recorte semanal com médias dia. Eu não tenho dúvida que boa informação pode salvar vidas, pode salvar muitas vidas aumentando o estado de atenção e mantendo as medidas protetivas e preventivas e, muito sinceramente, penso mesmo em ajudar a salvar as vidas de todos, em especial, daqueles que estão sendo negligentes, ou que estão nessa onda de negacionismo, porque o mal deles é um mal que atinge a todos. Nós precisamos sim saber o que está acontecendo e ter informações, nós precisamos ser responsáveis e conscientizar a todos sobre essas informações. Isso não é uma brincadeira.

O trabalho de quem discorda das minhas informações pode ser o de refutar o que é mentira com provas e argumentos e demonstrar o que é verdade com provas e argumentos. Pode também me corrigir com análises melhores ou mais precisas. Provas são fatuais e argumentos são racionais. A mera negação, não é refutação e acusar ou expressar que é mentira não torna algo uma mentira. Você pode ter convicções diferentes das minhas. Mas convicções só se sobrepõem de forma melhor a outras convicções com provas e argumentos, não com meras acusações ou afirmações de suspeição quanto a intenções.

Sobre a criação de pânico com essas informações, eu creio que não se trata disso. Quem entra em pânico com elas deve estar apenas negligenciando ou não estar bem informado. Eu acredito que boa informação gera proteção e um reforço da prudência das pessoas. Por fim, eu seria um covarde se aceitasse a censura ou tivesse alguma temor em relação aos que tentam me censurar ou me constranger a não divulgar o que eu sei e o que eu penso sobre o que eu sei. E, com certeza, quem tiver boa vontade e tentar compreender o que eu apresento em minhas postagens, há de entender que a minha intenção é genuína e honesta.

Vou terminar com uma sugestão aqui. Na nossa cidade, São Leopoldo, o governo municipal tornou obrigatório que as empresas notifiquem a secretaria de saúde municipal sobre os casos de Covid-19 entre os seus funcionários. É uma medida extremamente importante que vai permitir a cidade cuidar melhor dos seus cidadãos e reduzir a possibilidade de surtos de covid-19 nas empresas.  Essa medida é uma consequência direta da atuação da Secretaria Municipal de Saúde nos dois surtos identificados e controlados pela gestão municipal nas últimas três semanas. Assim, acredito também que todo empresário ou empreendedor deve adotar, além disso, na medida das suas possibilidades, uma rotina de testagem, pelo menos semanal de seus trabalhadores e trabalhadoras. Em especial, naquelas empresas que atuam em serviços essenciais ou que estão sob algum regime de excepcionalidade em relação ao isolamento e as medidas de restrições. É esta uma opinião que me parece importante. A adoção disso pode fazer muita diferença na nossa capacidade de reduzir o contágio e a disseminação do vírus no intuito de se evitar o colapso dos sistemas de saúde.  

Nesse sentido, na minha opinião, acredito que toda a população deve parar de achar que a responsabilidade sobre o que ocorre é exclusivamente dos governantes. É responsabilidade de todos. É a conduta das pessoas individualmente, com mais proteção ou menos proteção que produz resultados que podem fortalecer as medidas dos governantes ou por a perder essas medidas, aumentando o contágio, os números de casos e de óbitos. Acredito mesmo que transmitir informações sobre os dados, as medidas e a evolução do Covid-19 nas nossas cidades, regiões, no estado e no país pode ajudar a adotarmos uma conduta que proteja a saúde e a vida de mais pessoas com mais segurança e eficácia e isso é uma condição para podermos ter alguma forma de saída da Crise gerada por essa Pandemia.          


sábado, 16 de maio de 2020

A CILADA MACABRA E O CÁLCULO MORTAL DO COVID-19 NO BRASIL


A CILADA MACABRA E O CÁLCULO MORTAL DO COVID-19 NO BRASIL

Se você já se sente advertido ou bem Informado, com medo ou amedrontado ou amedrontada, não leia o que vem a seguir.

Primeiro os dados do Brasil e do Rio Grande do Sul:

Hoje é o 60º Dia de óbitos de Covid19 no Brasil. Dia 15/05/20

Brasil:
14.817 + 824 óbitos,
218.223 + 15.305 casos;

RS
3.707 casos,
132 óbitos,
224 cidades.

As tendências são claramente de crescimento tanto no Brasil, quanto no RS.

São Leopoldo tem hoje 158 casos e 1 óbito, ampla testagem com 1258 testes, busca ativa e rastreamento de casos, mas não está isolada do contexto regional, gaúcho e nacional.

O nosso problema, assim, vai continuar aumentando de tamanho. Vejamos.

Em dois meses do Primeiro óbito no Brasil, em 17 de março, saltamos em 60 dias para 14.817 óbitos.

Nos primeiros trinta dias, com o Ministro Henrique Mandetta, foram 2.141 óbitos.

Depois da posse de Teich até sua renúncia hoje, em 17 de abril, foram a óbito mais 12.676 brasileiros e brasileiras.

Ou seja, Teich foi ministro em 85,55% dos óbitos. Os óbitos cresceram 6 vezes em um mês.

Digamos, por hipótese, que os óbitos cresçam só duas vezes nos próximos 30 dias, já serão 30 mil óbitos em 15 de junho.

Se os óbitos crescerem três vezes, somente a metade dessas seis vezes, serão 45 mil óbitos. Se crescer quatro vezes, serão 60 mil óbitos. Se forem cinco vezes, teremos 75 mil óbitos. Se o crescimento repetir as seis vezes, teremos 90 mil óbitos. Nenhuma dessas hipóteses é agradável para nós. Porque não se tratam de números, mas sim de vidas e de existências humanas.

Sabem o que é o pior nesse cálculo macabro, que é produto não de uma matemática perversa, mas sim da conduta negligente das pessoas que tem nos levado para essa cilada, é que é elevada a probabilidade de crescimento acima de seis vezes no próximo período de um mês a 45 dias.

Veja que, em qualquer caso, o crescimento dos óbitos vai continuar basicamente porque essa conta é sim, um resultado desse surto de não isolamento combinado com a chegada da Covid19 nas periferias e a sua interiorização em cidades sem estrutura de saúde e também o agravamento da ocupação dos hospitais nos grandes centros.

Mesmo assim, se não houvesse a manutenção do isolamento por parte de prefeitos e governadores, podem ter certeza que o número de óbitos teria sido muito maior.

O nosso problema, que diz respeito às nossas vidas, é que o número de óbitos vai continuar crescendo. É preciso considerar também para piorar a nossa perspectiva e talvez arregalar os olhos de alguns ou acordar outros,
que o número de casos atuais, 218 mil, mesmo que nós multiplicassemos isso pela estimativa rasa de subnotificações, em dez vezes, dariam 2,18 milhões de Brasileiros contagiados, sendo boa parte desses assimtomáticos e transmitindo a doença para cada três outros cidadãos em 15 dias. Isso é uma estimativa que nos leva a multiplicação de dois milhões que chega a quase sete milhões.

Ora, isso mostra que o contágio teria que crescer até vinte vezes mais para atingir 60% da população ou essa quimera de imunidade de rebanho para a qual o presidente está preconizando o fim do isolamento. Sabem em quantos óbitos e mortes de brasileiros e brasileiras isso importaria? Entre 1,4 milhão e 2,8 milhão de brasileiros. Podem ter certeza de uma coisa, quando os óbitos ao dia chegarem a dois mil no início de junho - a média hoje, nessa semana, que iniciou no domingo e fecha amanhã é de 700 a 750 óbitos ao dia, nós todos viveremos em praticamente todos os estados o esgotamento dos hospitais e da capacidade de atendimento do sistema de saúde. E, portanto, começaremos a viver a Calamidade Pública generalizada.

Alguém acredita em sã consciência que uma barbaridade dessas não vá atingir a si mesmo, um familiar seu, um colega seu ou um amigo seu?

Como foi possível duramente compreender aqui. Nós precisamos sim reforçar o isolamento. Nós precisamos evitar contatos e aglomerações sociais. Nós precisamos usar máscaras. Nós precisamos manter a higienização e profilaxia de nossas mãos, rostos, narinas. Nós precisamos sim lavar nossas roupas e separar nossos sapatos. Nós precisamos nos cuidar. E, principalmente, nós precisamos tapar os nossos ouvidos e parar de ouvir as besteiras que são ditas por aqueles que ainda não estão entendendo o que está acontecendo, seja porque não acreditam, seja porque não querem acreditar, seja porque não conseguem raciocinar direito nessa situação.

P..S.: a imagem abaixo é uma pequena projeção da evolução dos óbitos no Brasil nessas últimas 8 semanas. É usada a média de óbitos dia da semana de domingo a sábado.

Os dados médios são:

1ª SEMANA – 17/03 – 21/03 2,57;
2ª SEMANA – 22/03 – 28/03 13,71;
3ª SEMANA – 29/03 – 04/04 47,28;
4ª SEMANA – 05/04 – 11/04 99,28;
5ª SEMANA – 12/04 – 18/04 172,42;
6ª SEMANA – 19/04 – 25/04 238,42;
7ª SEMANA – 26/04 – 02/05 390,57;
8ª SEMANA – 03/05 – 09/05 553,85;
9ª SEMANA – 10/05 – 15/05 - 698,33 óbitos ao dia. Faltando nessa nona semana os dados desse sábado que provavelmente vão levar a média para cima.