A CILADA MACABRA E O CÁLCULO
MORTAL DO COVID-19 NO BRASIL
Se você já se sente advertido ou
bem Informado, com medo ou amedrontado ou amedrontada, não leia o que vem a
seguir.
Primeiro os dados do Brasil e do
Rio Grande do Sul:
Hoje é o 60º Dia de óbitos de
Covid19 no Brasil. Dia 15/05/20
Brasil:
14.817 + 824 óbitos,
218.223 + 15.305 casos;
RS
3.707 casos,
132 óbitos,
224 cidades.
As tendências são claramente de
crescimento tanto no Brasil, quanto no RS.
São Leopoldo tem hoje 158 casos e
1 óbito, ampla testagem com 1258 testes, busca ativa e rastreamento de casos,
mas não está isolada do contexto regional, gaúcho e nacional.
O nosso problema, assim, vai
continuar aumentando de tamanho. Vejamos.
Em dois meses do Primeiro óbito
no Brasil, em 17 de março, saltamos em 60 dias para 14.817 óbitos.
Nos primeiros trinta dias, com o
Ministro Henrique Mandetta, foram 2.141 óbitos.
Depois da posse de Teich até sua
renúncia hoje, em 17 de abril, foram a óbito mais 12.676 brasileiros e
brasileiras.
Ou seja, Teich foi ministro em
85,55% dos óbitos. Os óbitos cresceram 6 vezes em um mês.
Digamos, por hipótese, que os
óbitos cresçam só duas vezes nos próximos 30 dias, já serão 30 mil óbitos em 15
de junho.
Se os óbitos crescerem três
vezes, somente a metade dessas seis vezes, serão 45 mil óbitos. Se crescer
quatro vezes, serão 60 mil óbitos. Se forem cinco vezes, teremos 75 mil óbitos.
Se o crescimento repetir as seis vezes, teremos 90 mil óbitos. Nenhuma dessas
hipóteses é agradável para nós. Porque não se tratam de números, mas sim de
vidas e de existências humanas.
Sabem o que é o pior nesse
cálculo macabro, que é produto não de uma matemática perversa, mas sim da
conduta negligente das pessoas que tem nos levado para essa cilada, é que é
elevada a probabilidade de crescimento acima de seis vezes no próximo período
de um mês a 45 dias.
Veja que, em qualquer caso, o
crescimento dos óbitos vai continuar basicamente porque essa conta é sim, um
resultado desse surto de não isolamento combinado com a chegada da Covid19 nas
periferias e a sua interiorização em cidades sem estrutura de saúde e também o
agravamento da ocupação dos hospitais nos grandes centros.
Mesmo assim, se não houvesse a
manutenção do isolamento por parte de prefeitos e governadores, podem ter
certeza que o número de óbitos teria sido muito maior.
O nosso problema, que diz
respeito às nossas vidas, é que o número de óbitos vai continuar crescendo. É
preciso considerar também para piorar a nossa perspectiva e talvez arregalar os
olhos de alguns ou acordar outros,
que o número de casos atuais, 218
mil, mesmo que nós multiplicassemos isso pela estimativa rasa de
subnotificações, em dez vezes, dariam 2,18 milhões de Brasileiros contagiados,
sendo boa parte desses assimtomáticos e transmitindo a doença para cada três
outros cidadãos em 15 dias. Isso é uma estimativa que nos leva a multiplicação
de dois milhões que chega a quase sete milhões.
Ora, isso mostra que o contágio
teria que crescer até vinte vezes mais para atingir 60% da população ou essa
quimera de imunidade de rebanho para a qual o presidente está preconizando o
fim do isolamento. Sabem em quantos óbitos e mortes de brasileiros e
brasileiras isso importaria? Entre 1,4 milhão e 2,8 milhão de brasileiros.
Podem ter certeza de uma coisa, quando os óbitos ao dia chegarem a dois mil no
início de junho - a média hoje, nessa semana, que iniciou no domingo e fecha
amanhã é de 700 a 750 óbitos ao dia, nós todos viveremos em praticamente todos
os estados o esgotamento dos hospitais e da capacidade de atendimento do
sistema de saúde. E, portanto, começaremos a viver a Calamidade Pública
generalizada.
Alguém acredita em sã consciência
que uma barbaridade dessas não vá atingir a si mesmo, um familiar seu, um
colega seu ou um amigo seu?
Como foi possível duramente
compreender aqui. Nós precisamos sim reforçar o isolamento. Nós precisamos
evitar contatos e aglomerações sociais. Nós precisamos usar máscaras. Nós
precisamos manter a higienização e profilaxia de nossas mãos, rostos, narinas.
Nós precisamos sim lavar nossas roupas e separar nossos sapatos. Nós precisamos
nos cuidar. E, principalmente, nós precisamos tapar os nossos ouvidos e parar
de ouvir as besteiras que são ditas por aqueles que ainda não estão entendendo
o que está acontecendo, seja porque não acreditam, seja porque não querem
acreditar, seja porque não conseguem raciocinar direito nessa situação.
P..S.: a imagem abaixo é uma
pequena projeção da evolução dos óbitos no Brasil nessas últimas 8 semanas. É
usada a média de óbitos dia da semana de domingo a sábado.
Os dados médios são:
1ª SEMANA – 17/03 – 21/03 2,57;
2ª SEMANA – 22/03 – 28/03 13,71;
3ª SEMANA – 29/03 – 04/04 47,28;
4ª SEMANA – 05/04 – 11/04 99,28;
5ª SEMANA – 12/04 – 18/04 172,42;
6ª SEMANA – 19/04 – 25/04 238,42;
7ª SEMANA – 26/04 – 02/05 390,57;
8ª SEMANA – 03/05 – 09/05 553,85;
9ª SEMANA – 10/05 – 15/05 -
698,33 óbitos ao dia. Faltando nessa nona semana os dados desse sábado que
provavelmente vão levar a média para cima.
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