A PANDEMIA, A EUGENIA E O
GENOCÍDIO:
QUATRO ANOS DE NEOLIBERALISMO E A CRISE HUMANITÁRIA NO BRASIL
O Brasil é hoje visto com terror
e espanto no mundo todo, por ter se tornado um caso global de negligência,
descalabro e terror em meio a Pandemia de Coronavírus.
A Pandemia de Coronavirus se soma
aí Surto de Neoliberalismo e ao atual Presidente e tem sido enfrentada de forma
tíbia com boicotes e sabotagem presidencial ao isolamento.
Ora, quanto menor a adesão ao
isolamento, mais longo e alargado o período de contágio e mais rápida a
disseminação do vírus e mais rapidamente as pessoas suscetíveis de desenvolver
uma Covid grave se contagiam. Isso pode levar ao colapso do sistema de saúde e
agravar mais ainda a crise econômica e, por consequência, aumentar os óbitos
por outras patologias que vão ficar sem leitos. Isso tudo ainda agrava o
contágio de trabalhadores essenciais que são cruciais para resistirmos a esse
mesmo colapso.
Estamos em maio, e como esse
processo de isolamento a meio pau permitiu a interiorização e a chegada do
vírus nas periferias, setembro poderá ser o mês em que estaremos ainda fazendo
o rescaldo muito sofrido desse colapso no sistema de saúde. O primeiro resultado
dessa perspectiva é o isolamento sanitário do país. O segundo resultado disso é
o estado de Crise Humanitária para o qual nos encaminhamos. Para piorar essa
situação, o país viveu nesse último período de 4 anos de aventuras neoliberais
que só agradam ao andar de cima, a banca e ao “Sr. mercado”.
A ascenção social claramente
conquistada nos anos dourados do Presidente Lula e da Presidente Dilma, está
sendo desperdiçada. Logo após o golpe o crescimento da classe média brasileira
e a melhoria da renda – que é o único instrumento de redução da desigualdade
econômica e social no pais, estão sendo estancadas e invertidas e a
concentração da renda e da riqueza vem aumentando. Bancos aumentaram seus
lucros e dividendos e continuam sendo protegidos na usura, enquanto capitais
fogem do país, o dólar aumenta, pois não havendo PIB ou economia em
crescimento, não há no que investir.
As reformas trabalhistas e
previdenciárias jogaram um grande contingente de trabalhadoras e trabalhadores
na informalidade – a uberizacão e a precarização das relações de trabalho - e
também geraram uma onda de aposentadorias no serviço público, sem concursos
públicos que os substituíssem.
Ao mesmo tempo, tanto as
privatizações do Pré-Sal, quanto a limitação dos gastos públicos geraram um processo
de desinvestimento nos serviços e nas estruturas de atenção a saúde, educação,
segurança pública e assistência social. Programas de obras estruturais como o
PAC foram abandonados. Programas de habitação e saneamento foram abandonados.
Estratégias de melhoria da atenção a saúde como Mais Médicos e a construção de
UPAS foram também abandonados para “satisfazer o mercado, reduzindo o gasto
público”. No meio disso, o novo presidente da nova política compôs um governo
inapto e incapaz em responder aos desafios da sociedade brasileiro que gasta
mais tempo em desestruturação do estado – do que os incêndios e queimadas na
Amazônia e o massacre de índios é a face macabra com o desmanche do INPE e da
FUNAI, das políticas públicas brasileiras, em conflitos e litigâncias meramente
ideológicas e de conteúdo real esvaziado, ao invés de fazer uma gestão a altura
da grandeza, da história e do tamanho do Brasil no cenário internacional e
regional, o governo dele se mantem envolvido em futilidades e inutilidades de
caráter mais pessoal e familiar.
E foi assim, que o país foi
encontrado pela pandemia de Coronavírus, a partir de março de 2020. Não somente
as classes C e E, como percebemos, estão perdendo os seus ganhos, mas mesmo
fatias grandes das classes A e B estão sendo rebaixadas para uma camada abaixo
na pirâmide econômica. Essas classes médias que já estavam descendo a ladeira
violentamente, agora vão ver que a solução equivoca do presidente de, em meio a
Pandemia, voltar ao trabalho, abrir o comércio e manter as atividades econômicas
serão ineficazes.
Além disso, o governo federal e
seus especialistas em massa falida continuam preconizando a volta das reformas,
quando o que precisa ser abandonado é esse receituário que fica completamente
fora de lugar numa situação de crise e depressão econômica profunda. São
incapazes de trocar o CHIP e reconhecer os novos desafios que a realidade está
impondo a todos os países do mundo.
A preocupação pueril e
amesquinhada com o fechamento de CNPJs, demonstrada na visita deselegante ao
STF, na semana passada, esquece gravemente que não há CNPJ, se não há CPF para
consumir ou se os CPFs estão endividados, desvalorizados e pauperizados. O que
Bolsonaro não entendeu ainda com sua equipe econômica de cabeças de planilha, é
que a falência ou o desemprego, o aumento da pobreza e da miséria, a fome e
também a desigualdade, só tendem a aumentar sob o modelo Neoliberal que só
satisfaz especuladores e não investidores, e que o Brasil não vai sair dessa
situação com uma gestão que é incapaz de compreender a real dimensão da
Pandemia e o seu impacto na economia por via de mais casos, mais óbitos e do
colapso do sistema de saúde.
E a persistência tola do presidente nessa
cantilena de boicote, sabotagem e desobediência ao isolamento, sob o título
fantasioso e delirante de “salvamento da economia” vai apenas agravar a
situação com mais óbitos e cidadãos e cidadãs doentes e promover um processo
equivoco, confuso e inútil em que não se resolve nem a crise econômica e nem se
resolve a crise de saúde pública. As vítimas disso certamente não serão apenas
os que pertencem aos grupos de risco, os mais vulneráveis ou os mais pobres,
mas a todos os brasileiros e brasileiras.
O resultado disso é um genocídio
sim, que atinge a todos, basta se observar quem são os óbitos, mas também é uma
eugenia que gera mortes principalmente nas periferias das grandes cidades, das
palafitas do norte e nordeste às favelas do sudeste e do sul, em que a
população empobrecida morre ou de fome ou doença por falta de política
articulada entre um governo federal turrão e os governos estaduais e
prefeituras que lutam e resistem para proteger a saúde e a vida da população,
pela responsabilidade e pelo senso do qual eles não declinam, por capricho ou
ignorância, por fanatismo e pequenez.
Triste destino do nosso país. Ter
sentado na cadeira de presidente, alguém incapaz de compreender essa realidade
complexa que se resume ao simplismo espontâneo e que persiste numa cadeia de
erros mortais para o povo brasileiro.
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