#FORABOLSONARO, #SOMOS70PORCENTO
& #JUNTOS
Todo movimento contra o genocida deve
ser muito bem vindo no Brasil de hoje. Todo esforço é válido e legitimo e pode
se expressar ao seu próprio modo. É essa diversidade de movimentos uma
expressão de tomada de consciência da sociedade se disseminando. Isso é muito
importante porque vai contribuir de forma combinada para o fim desse pesadelo.
Somos 70% expressa bem a situação
já nas eleições em que esses 70% votaram em Haddad, em Branco, Nulo ou não
compareceram às eleições e isso sem levar em consideração aqueles que não
puderam votar porque eram menores de 16 anos e alguns outros incapazes. Nessa
altura da jornada é preciso sustar a conflitividade e o remorso entre as partes.
Eu mesmo tenho lado e uma caderneta carregada de continhas e responsabilidades a
cobrar. Mas vamos perder a chance de se livrar dessa aberração por causa disso,
de um passado e de ações cujo reparo vai ficar mesmo para a história contar?
Já o movimento #Juntos expressa
claramente no seu manifesto as razões mais sensatas e comuns possíveis para
enfrentar Bolsonaro. Subscrevo ambos movimentos sem nenhuma dificuldade. Já estava
no #ForaBolsonaro mesmo, então isso só soma. Se observarmos os detalhes de
outras movimentações, só falta mesmo uma resposta efetiva das instituições e
que se saia da retórica para a ação. Isso pode acontecer sim.
Mas esses dois movimentos são
mais importantes ainda para acelerar esse processo e dar legitimidade junto à
opinião pública de tal modo que esses 30% que ainda o sustentam, que ainda
defendem Bolsonaro, vão acabar por se reduzir a menos de 10% que é essa base barulhenta
e chantagista que é efetivamente autoritária ou escorada nos restos da Ditadura
Militar e na ignorância histórica de alguns mais jovens.
A saída de Moro do governo - sem
querer aqui dar nenhuma benção a ele e a sua natureza casuística, marca a
ruptura de um bloco. Já a saída de Mandetta marca o descolamento do DEM dessa
barbárie. Isso já desidrata e muito esse presidente que já estava em franco
isolamento.
Quando Celso Lafer foi
entrevistado no Roda Viva ele pontou a chave de virada – recomendo que vejam a
ótima e tranquila entrevista dele. Lá ele citou uma expressão lapidar de Hannah
Arendt: "O poder resulta de uma ação conjunta." E, nesse sentido,
tanto Juntos quanto 70% são ações conjuntas que expressam uma unidade.
O único setor hoje que parece
sustentar Bolsonaro ainda é o dos militares, mas mesmo para esses o dilema de
honra, moralidade e prestígio está posto como também apontou com finesse Celso
Lafer. E vou descontar aqui os neoliberais oportunistas que ainda olham para
Paulo Guedes como grandes coisa. O neoliberalismo é absolutamente incompatível
com o enfrentamento consistente da Pandemia e a sua superação na economia. O
autoritarismo é absolutamente incompatível com a sobrevivência das instituições
de justiça e democráticas, bem como, com a liberdade de imprensa, de opinião e
de expressão cultural, investigação científica e mesmo reflexão filosófica
livre e desimpedida.
Então, para mim fica claro que o
processo evoluiu ao ponto de unificar no que já chamei de aliança branca lá atrás
em outra postagem e comentários aqui e ali. Veja que talvez o mais correto
fosse uma aliança colorida por causa das diversas bandeiras, mas isso é um detalhe
desimportante e irrelevante e essa unidade que consegue tratar do momento
atual, mesmo com eventuais disputas eleitorais posteriores entre todos ou quase
todos divididos em pelo menos três blocos, pode sim ter eficácia.
Primeiro: resolver Bolsonaro e
reconstituir a democracia e fortalecer as instituições. Porque sem isso não há
como enfrentar a Pandemia efetivamente e nem como superar as diversas crises
que ela trouxe com aquelas outras que Bolsonaro cria por pura insensatez e
também insanidade. Após isso haveremos de dar conta da questão de uma nova
concepção de estado mais fortalecida que a sociedade brasileira vai precisar
ter para superar esse quadro de calamidade.
Esse esforço de conversar,
dialogar, criar consenso e promover acordos pode nos ajudar muito. Os óbitos e
casos crescem, as subnotificações são muito aterrorizantes, o sistema de saúde
está muito próximo, no limite, do seu colapso. Precisamos virar essa página com
urgência. Nesse sentido a plataforma de juntos é uma esperança.
Depois disso podem discutir quem
tirou o corpo estendido do chão. Tenho convicção que Bolsonaro já caiu e disse
que falta apenas retirar o corpo fétido do meio da sociedade brasileira para
sanear a presidência e o governo federal.
Expressei isso já na minha única
live na semana passada e me chama muita atenção a afinidade das ideias que
guiam todos esses movimentos na mesma direção com algumas análises de base bem
diversas, mas com unidade de objetivo a curto prazo e com senso de urgência. Já
disse em diversas ocasiões que pouco importa como cada um expressa sua posição,
o que nos interessa é que elas tenham a mesma direção – ou o mesmo target – e que
todos esses movimentos seguem na mesma direção e, de certa forma, com o mesmo
sentido. Há, portanto, uma unidade de propósito.
Todos estão, enfim, pelo
#ForaBolsonaro
Abraço.
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