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segunda-feira, 25 de maio de 2020

O BRASIL VAI PRECISAR DE UM TRIBUNAL DE NUREMBERG?


O BRASIL VAI PRECISAR DE UM TRIBUNAL DE NUREMBERG?



A situação brasileira é tão grave e tão séria que a barreira sanitária americana e o olhar do mundo inteiro com expectativas ruins para o nosso país já deveria ter ligado a luz vermelha não de alerta, mas de emergência do governo para corrigir os seus rumos. Mas não é isso que ocorre. O governo federal persevera no erro em relação a Pandemia e soma a isso conflitos e crises de ordem cada vez mais amplas. E todos esses conflitos tornam cada dia mais eminente a situação de grande calamidade e tragédia social no país.

Temos uma Crise Sanitária provocada pela Pandemia e pelo tratamento inadequado do governo federal. Tal tratamento nos coloca como provável epicentro da Pandemia no mundo. Isso significa a superação dos números de casos e de óbitos em relação a todos os demais países.

Temos uma Crise Econômica resultado dessa Pandemia, mas que vai sendo agravada por medidas retardadas e insuficientes para fazer frente a ela. Nesse mesmo tema o governo com suas atitudes vai provocando certo isolamento em relação aos seus maiores parceiros econômicos. Tanto China como EUA, ao seu modo se afastam e procuram se proteger em relação ao nosso país e às consequências da política sanitária de nosso governo.

Temos uma crise Política permanente que é agravada pela extrema litigância da parte do presidente em relação aos Estados e Municípios que procuram adotar às medidas propugnadas pela OMS, mas que sofrem boicotes e sabotagens de toda ordem dos seguidores de Bolsonaro que apenas reduzem a eficácia das medidas de isolamento e promovem um desserviço contra a saúde pública. Além disso são assaz notáveis os ataques sistemáticos às Câmara dos Deputados e seu presidente e ao Senado e seus membros. Vira e mexe, o Presidente afronta o Poder Legislativo simplesmente porque tem discordância em relação às suas ações ou reparos às suas proposições.

Temos uma Crise Jurídica e, portanto, uma crise de legitimidade de um governo que tem afrontado diretamente o poder Judiciário e a Polícia Federal em seus papéis de fiscalizadores dos Preceitos constitucionais. O processo que ora se encontra em andamento ainda tem o agravante de contar como seu responsável decisivo, não o Senado ou o Congresso, não o STF e seus 11 Ministros, mas sim um Procurador Geral da República que segundo interpretam os juristas mais especializados e preparados para observar e avaliar esse quadro, opera muito mais como um advogado ou aliado do Presidente do que como um Procurador autônomo que possa lhe corrigir ou julgar seus atos. Nesse tema se combinam também a crise política e a crise jurídica haja visto que estão sendo cada vez mais intrincadas por ação dos ministros do Governo que tem junto com o Presidente adulado e emulado ataques por seus aliados e apoiadores ao STF e ao Congresso na tentativa de constrangedora de impedir ambos poderes de fiscalizar e cumprirem integralmente e legitimamente seus mandatos e obrigações constitucionais.

Se soma, além disso para agravar esse quadro, a essas crises, sendo a Pandemia a única que possa aqui ser encarada como causa natural e não produto ou resultado de ação humana, uma Crise de Segurança Nacional expressa claramente nas medidas de rearmamento da população por medidas do Governo Federal, que agora descobrimos com a divulgação da reunião de 22 de abril, tem por objetivo não aumentar a segurança de um pai de família em relação a uma eventual ocorrência de crime de ameaça a vida de si ou de seus familiares, mas sim com propósito de promover o armamento de parte da população para que esta promoção sedição ou desobediência civil armada às medidas sanitárias propugnadas pelas autoridades municipais e estaduais. Além disso, ora vejam, tal ação administrativa se combina com manifestações de ameaça de instauração de uma guerra civil no país se alguma decisão dos demais poderes desagradarem, mesmo que juridicamente perfeitas, as disposições do governo ou seus desideratos de manutenção do país na mesma direção ou sob a mesma direção. Esta é uma ameaça de elevada gravidade que não pode ser tolerada.

Se tudo continuar nesse compasso torto e violento, crítico e instável o nosso país terá com certeza um genocídio generalizado por Pandemia, por crise econômica e por violação da segurança nacional através de uma guerra civil

Ora, se assim prosseguem as coisas, o Brasil vai precisar de uma espécie de Tribunal de Nuremberg depois da Pandemia e da Tragédia Sanitária, Econômica e Política que vamos passar com esse nível de irresponsabilidade genocida promovida por Bolsonaro, seu governo e seus conselheiros e apoiadores. E Osmar Terra, para exemplificar um pouco, que enfiou essa teoria da imunidade de rebanho na cabeça de Bolsonaro deve ir para a primeira fila do banco dos réus, tamanha a irresponsabilidade e seu papel de mentor intelectual com outros dessa grande insensatez e irracionalidade contra todas as orientações técnicas e científicas validadas na comunidade internacional e nacional.

Para esse Genocídio, o tribunal da história e o julgamento das urnas não será suficiente para reparar os danos infringidos sobre o nosso povo e o destino da nossa nação. Um genocídio não pode ser o destino da nossa nação por falta de determinação das instituições.

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