Contemplo este olhar do Deleuze
que nem por isto vira um símbolo sacro do pensamento e vejo que ele parece nos
mirar dizendo "acreditas nisto mesmo?".
Um olhar da desconfiança
suavizada por um carinho intelectual. Ontem falei da filosofia errada como uma
piada de quem a pontua ou de quem crê saber a diferença de fundo entre esta ou
aquela. Mas sim, é claro que é preciso fazer uma filosofia boa - talvez a
atitude típica da tal cabeça que possui algo como uma filosofia certa seja
somente algo mais reflexiva sobre si mesma, sobre seus impulsos e ideias, sobre
suas crenças, talvez ela tenha que dizer um gigantesco "talvez não"
em muitos momentos e em outros "talvez sim"...dizer mais vezes NÃO
SEI e mais vezes ainda perguntar Qual a efetiva importância disto para nossa
vida? E é claro que ser mais tolerante, respeitoso, considerar o outro como
digno a priori - mesmo com suas tolices, idiotices, burrices e estultícies -
seja sim uma cultura dos afetos, o resultado nobre da nossa reflexão e da nossa
superior inteligência na relação com o outro....do outro lado ficam aqueles que
acreditam que vão resolver algum problema da humanidade sendo brutais,
violentos, impositivos, fortes e poderosos. Deixo para pensar a dúvida então:
ACREDITAS MESMO NISTO?
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