A ocupação portuguesa do Rio
Grande do Sul foi primeiramente um empreendimento religioso, como já vimos,
através das Missões Jesuíticas e depois do insucesso de tentativas civis, foi
uma empresa militar sob a liderança do brigadeiro José da Silva Paes (1679-1760),
conhecido como um grande estrategista, engenheiro e administrador colonial.
Comandou as expedições à Colônia de Sacramento e fundou a cidade de Rio Grande
em 1737, construindo nela o forte Jesus, Maria, José.
“...a 19 de fevereiro de 1737, o
Brigadeiro Silva Paes descia a terra, com um contingente de 254 arcabuzeiros e
dragões, dando nascimento ao quartel e vila de Rio Grande – núcleo inicial da
Capitania Real de São Pedro do Rio Grande do Sul." - Manuel José Gomes de
Freitas.
O tratado de Madri de 1750, entre
Portugal e Espanha, esta reconhece pelo princípio do direito privado romano do
uti possidetis, ita possideatis (quem possui de fato, deve possuir de direito),
garante a posse desse território conquistado por Silva Paes à Coroa Portuguesa.
Para povoar o território português conquistado.
Entre os anos de 1750 e 1754,
cerca de 1273 açorianos aportaram na Vila de Rio Grande, em trânsito para as
Missões. Em 1752, sessenta dos casais instalados na Vila do Rio Grande são
conduzidos para o Porto de Viamão, na Sesmaria de Gerônimo de Ornellas. Seis
anos mais tarde o lugar já é conhecido como Porto dos Casais, hoje Porto
Alegre. Os portugueses que ocuparam o Rio Grande do Sul, são em geral chamados
de açorianos, porém, pesquisas mais recentes esclarecem que nas Ilhas dos
Açores havia no início do século XVIII uma superpopulação de portugueses e
outros povos do continente europeu que se refugiavam das muitas guerras que
ocorriam entre as nações europeias. Muitos destes eram cristãos novos e isso
significa que os sobrenomes portugueses eram apostos ou substituíam as
identidades étnicas de judeus, flamencos, holandeses, franceses e muitos outros.
Estes são os casais açorianos que passaram a povoar o Rio Grande do Sul após
1750. Eles chegam ao Porto de Viamão que passa também a ser conhecido como
Porto dos Casais e se espalham por diversas outras sesmarias que foram
concedidas até 1815. São destas levas os portugueses, açorianos ou europeus que
passaram a se ocupar nas áreas que vão de Viamão, passam por Gravatai e atingem
o Vale do Rio dos Sinos.
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