A Casa que conhecemos hoje como
casa da Feitoria era a sede da Real Feitoria do Linho Cânhamo e foi construída no
século XVIII e em 1788 foi ocupada pela Feitoria. Os primeiros contingentes de escravos
chegaram ao RS para trabalhar na plantação de linho cânhamo – do qual era
extraída uma fibra muito forte para se produzir cordas e o velame dos navios
portugueses. Os escravos foram todos transferidos da iniciativa mal sucedida em
Rincão do Canguçu (próximo a Pelotas) para a Feitoria em São Leopoldo. O nome
do local então era Faxinal do Courita. Em 1801, haviam 238 escravos na
Feitoria, veja o gráfico que discrimina suas idades e ocupações. A Feitoria
também acabou sendo desativada em março de 1824 por diversos insucessos e
conflitos. Os insucessos eram devidos a excessiva exploração do material
humano, a certa fertilidade do solo e à má gestão. A casa foi usada depois, em
1824, para abrigar os colonos recém-chegados.
As imagens que possuímos e
estudos já bem consolidados comprovam que ela era originalmente uma casa com
típica arquitetura colonial portuguesa e que em 1940 sofreu alterações para
comemorar também a Imigração, foi aplicado o estilo enxaimel, construído um
anexo e a casa foi inaugurada com pompa e circunstância em 1941. O arquiteto
desta obra era Theo Wiedersphan, talvez o mais importante arquiteto do início
do século no RS, com outras obras também em São Leopoldo, como o atual prédio
da Câmara de Vereadores – que aparece nas fotos da Praça do Imigrante e muitas
obras neoclássicas em Porto Alegre e outras cidades do Rio Grande do Sul.
Fontes:
BERND, Zilá, BAKOS, Margaret M. O
Negro: Consciência e Trabalho. Porto Alegre: Editora da Universidade/UFRGS,
1998.
MEIRA, Ana Lucia Goelzer. O
Patrimônio Histórico Artístico e Nacional no Rio Grande do Sul no Século XX:
Atribuições de valores e critérios de intervenção. Tese de Doutorado.
Orientação Sandra Jatahy Pesavento. Porto Alegre: UFRGS, Faculdade de
Arquitetura, 2008.
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