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sexta-feira, 2 de agosto de 2019

HISTÓRICO DA FEITORIA DO LINHO CÂNHAMO


A Casa que conhecemos hoje como casa da Feitoria era a sede da Real Feitoria do Linho Cânhamo e foi construída no século XVIII e em 1788 foi ocupada pela Feitoria. Os primeiros contingentes de escravos chegaram ao RS para trabalhar na plantação de linho cânhamo – do qual era extraída uma fibra muito forte para se produzir cordas e o velame dos navios portugueses. Os escravos foram todos transferidos da iniciativa mal sucedida em Rincão do Canguçu (próximo a Pelotas) para a Feitoria em São Leopoldo. O nome do local então era Faxinal do Courita. Em 1801, haviam 238 escravos na Feitoria, veja o gráfico que discrimina suas idades e ocupações. A Feitoria também acabou sendo desativada em março de 1824 por diversos insucessos e conflitos. Os insucessos eram devidos a excessiva exploração do material humano, a certa fertilidade do solo e à má gestão. A casa foi usada depois, em 1824, para abrigar os colonos recém-chegados.

As imagens que possuímos e estudos já bem consolidados comprovam que ela era originalmente uma casa com típica arquitetura colonial portuguesa e que em 1940 sofreu alterações para comemorar também a Imigração, foi aplicado o estilo enxaimel, construído um anexo e a casa foi inaugurada com pompa e circunstância em 1941. O arquiteto desta obra era Theo Wiedersphan, talvez o mais importante arquiteto do início do século no RS, com outras obras também em São Leopoldo, como o atual prédio da Câmara de Vereadores – que aparece nas fotos da Praça do Imigrante e muitas obras neoclássicas em Porto Alegre e outras cidades do Rio Grande do Sul.

Fontes:

BERND, Zilá, BAKOS, Margaret M. O Negro: Consciência e Trabalho. Porto Alegre: Editora da Universidade/UFRGS, 1998.

MEIRA, Ana Lucia Goelzer. O Patrimônio Histórico Artístico e Nacional no Rio Grande do Sul no Século XX: Atribuições de valores e critérios de intervenção. Tese de Doutorado. Orientação Sandra Jatahy Pesavento. Porto Alegre: UFRGS, Faculdade de Arquitetura, 2008.

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