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domingo, 25 de agosto de 2019

AMOR E POSSE: FEMINICÍDIO


AMOR E POSSE: FEMINICÍDIO

Estou triste com o que ocorreu em São Leopoldo. Um homem de quarenta anos baleou no rosto uma menina de vinte anos porque ela não queria mais manter o relacionamento e havia, inclusive, solicitado medidas protetivas e restritivas contra ele. O fato ocorreu no mesmo dia em que se completou mais um ano da sanção da Lei Maria da Penha que estabelece essas medidas protetivas às mulheres vítimas de todas as formas de ameaças, assédio e violência.

Me dói perceber que persiste essa violência contra as mulheres que partem de homens que acreditam que amar elas, namorar elas, casar com elas ou ter filhos com elas, fazem deles donos da vida e do corpo delas. O conceito de amor e de posse persiste gerando essas violências e causando muitas vítimas de feminicídio no Brasil. E tudo isso ocorre num momento em que somos governados por pessoas que promovem e estimulam diversas formas de violência verbais e não verbais. O escândalo da situação em que hoje vivemos é tão grave que até mesmo o atual Ministro da Justiça ao comentar, em cerimônia oficial, o aniversário da Lei Maria da Penha consegue confessar a sua baixa compreensão desde tema. Disse o ministro Sérgio Moro que "os homens cometem violências contra as mulheres por sentirem se intimidados pelas mulheres".

Dada a expressão dele, a culpa é das mulheres. Pois, eu creio que os homens só se sentem intimidados pelas mulheres porque são incapazes de reconhecer a autonomia e a liberdade delas de serem, pensarem, se vestirem e se portarem e decidirem as suas vidas e os seus destinos como quiserem.

O fato é que há uma ilusão por trás do machismo e da violência dos homens sobre as mulheres, de que somente os homens t esses direitos e sai livres para determinar a vida e a conduta das mulheres. E eles só pensam assim quando julgam que possuem elas, seja por amar elas seja por compartilhar alguns momentos de suas vidas. A ideia de posse se confunde com o amor e essa possessividade é uma violência contra as mulheres que sendo silenciosa e tácita acaba aparecendo nas ações e nos gestos dos homens que não suportam ser frustrados em suas vontades, desejos e decisões pelas vontades, desejos e decisões das mulheres. É o pressuposto de uma imposição natural da vontade masculina sobre a feminina.

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