Powered By Blogger

sexta-feira, 2 de agosto de 2019

DESINTELIGÊNCIA: O ESTADO NOVO E A CRISE DO INTENDENTE MUNICIPAL DE SÃO LEOPOLDO COM O INTERVENTOR ESTADUAL


“Outro fato veio trazer problemas nos meses iniciais da ditadura estado-novista no Rio Grande do Sul. Em abril de 1938 ocorreu um acidente que novamente preocupou Viriato Vargas. Tratava-se do pedido de demissão do prefeito de São Leopoldo, Theodomiro Fonseca, em decorrência de um desentendimento com Cordeiro Farias, recém empossado no cargo de interventor. A renúncia do prefeito deu espaço às forças oposicionistas ligadas a Flores da Cunha de articularem-se e buscar um nome comprometido com eles. Em carta a Getúlio Vargas, Viriato esclarecia a situação: “Há pouco deu-se uma desinteligência entre Cordeiro de Farias e Theodomiro Fonseca, prefeito de São Leopoldo. (..) Era uma necessidade que ele continuasse, é a única forma organizada que tem o novo regime aqui, afora São Borja. E o Cordeiro via bem isto. Aliás, o Cordeiro não teve culpa alguma”.( nota: 113. FGV/CPDOC, Arquivo Getúlio Vargas, GV.38.04.20/2.)

Como era politicamente importante manter o prefeito, ele acabou ficando no cargo. Esse episódio mostra que o Estado Novo não possuía no Rio Grande do Sul lideranças políticas suficientes para colocar à frente das administrações municipais e até do estado, necessitando angariar apoios de integrantes de partidos opositores a Vargas antes de 1937. Não havia getulistas suficientes para administrar a grande máquina pública criada ao longo do tempo pela experiência dos republicanos rio-grandenses.”  Assim, era preciso confiar em getulistas “de última hora” e conter as oposições mais recalcitrantes.”

IN: KONRAD, Glaucia Vieira Ramos. Os trabalhadores e o Estado Novo no Rio Grande do Sul : um retrato da sociedade e do mundo do trabalho (1937-1945). Campinas, SP: [s.n.], 2006, pp. 61-62.


Nenhum comentário:

Postar um comentário