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quarta-feira, 16 de julho de 2014

O TRABALHO É REAL OU IMAGINÁRIO?

Obrigado pela gentil resposta. Eu tento falar do ponto de vista de quem atua no cotidiano e quer a superação do atual estado de coisas e, inclusive, entendendo que isto não se dará por obra exclusiva do partido dos trabalhadores no poder ou na agitação das massas. O PT é somente parte da sociedade e não o seu todo e nunca o será. E é a vez da sociedade dar um passo à frente. Como ela vai fazer isso eu não sei. Os pessimistas dizem que isto nunca acontecerá porque consideram a sociedade acomodada e sempre em processo de acomodação, mas há aqueles que consideram que isto já acontece. As mudanças materiais estão efetivamente acontecendo a questão que resta é as mudanças espirituais. E é aí que a disputa de hegemonia e o debate ideológico deveria ser feito. A questão é então que pensamento organiza e pode organizar o surgimento do novo e isso é algo bem superior aos reclames e críticas que temos escutado. Nem o PT que acha que sabe tudo existe mais. Ao contrário do que você imagina nunca foi tão importante o papel dos intelectuais independentes para o Brasil, mas me parece sinceramente que a eles repugna a tarefa de construir algo novo com o povo., E, também, é bom que se diga que nem a esquerda que continua incapaz de travar a luta real e cotidiana tem existência garantida. Tenho o maior respeito por intelectuais como Chico de Oliveira ou Paulo Eduardo Arantes, mas não vejo neles a solução que tanto fascina a inteligencia rebelde de todos nós. Assisti idas e vindas de ambos. E vejo uma racionalidade domesticada em ambos. O mundo já é bem outro e este mundo não corresponde mais ao que eles pensam e nem ao que nós pensávamos nos anos 80. Um marxismo de academia não me serve de nada, é muito fácil ser um aristocrata das idéias e professar certa fé democrática quando a sua parte e o seu quinhão material não entra em jogo. Mas e as tarefas espirituais de disputa de hegemonia, onde mesmo é que elas se encontram sendo disputadas? Eu sempre penso no dia a dia. E seria bem bom que uma boa parte dos militantes atuassem diretamente na sociedade, de seus pedestais caíssem e passassem a se ocupar com a educação popular, para talvez ensinarem, mas também aprenderem para onde é que vai indo a história. Eu não acho que o problema é crítico, ou que o problema  é a crítica contra o PT, o PT já é uma quimera, a questão é se o trabalho é real ou imaginário...

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