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terça-feira, 22 de julho de 2014

DO VELHO CONFLITO ENTRE ECONOMIA E POLÍTICA - NÓS EDUCADORES EXIGIMOS PARA NOSSOS ALUNOS E ALUNAS EMPREGOS E EMPRESAS ASSIM E ASSADO...

Pode parecer uma provocação esquerdista, juvenil ou pretensiosa, mas de fato vai chegando o dia em que este tipo de apelo deixará de ser um apelo de uma minoria e passará a categoria de movimento social político e organizado com poder de exigir, impor uma pauta e dar até prazo de solução.

Isto é exatamente o que eu prevejo que irá acontecer nos próximos anos, pois mais cedo ou mais tarde os jovens, os educadores e os demais cidadãos vão apontar suas flechas de ataque para aqueles que de fato acumulam, acumulam e acumulam riquezas com os sistema de relações opacas e aparentemente invisíveis existentes entre os “interesses do mercado” e as “necessidades dos cidadãos”.

Em outras palavras, entre a vontade política de uma maioria não mais silenciosa e obediente e os dispositivos econômicos, legais e de exploração que concentram poder e riqueza nas mãos de muito poucos. De todos os comentários realizados sobre o livro de Thomas Piketty o que mais me atraiu foi aquele que disse “esta verdade é o limite da realidade descrita”. A partir da prova há que se medir e contar os dias, semanas, meses e anos que tal concentração de riqueza há de se sustentar sem sofrer a contra-fração política limitadora dos eu abuso, usura ou acumulação. Use o conceito que quiser, mas parece mesmo que a exploração econômica e a dominação política que a sustenta está com seus dias contados em alguma suave e leve caderneta da história.

A minha percepção do problema teve sua origem em certa leitura do problema entre Política e Economia presente na citação marxista de Jean Baptiste Durosselle, em sua obra máxima de teoria de relações internacionais, Todo Império Perecerá, da Editora UNB, que a certa altura, nos idos de 2002, me levou a tratar analiticamente do conflito entre P e E, da determinação entre P e E. A forma como Durosselle tratou disto foi para mim um modelo, matriz ou paradigma que me levou a diversas formulações.

Na mesma época eu era, aliás, Conselheiro estadual do Orçamento Participativo – sim no último ano do Governo de Olívio Dutra e não poucos camaradas de jornada sabem que um dos nossos principais problemas era justamente como inverter o poder econômico e submetê-lo a um ditame político. Olivio de Oliveira Dutra enfrentou diversas versões deste mesmo conflito. Começo com a primeira: A FORD, passo a segunda: a GREVE DOS PROFESSORES DO CPERS, passo a terceira: A CPI DA SEGURANÇA, passo à quarta: O PACTO FEDERATIVO E A DÍVIDA DO RS, e daria para sistematicamente prosseguir enumerando diversos conflitos em que às razões econômicas calhou – com apoio da mídia, do governo federal, dos partidos de oposição, dos “aliados”, se sobrepor as razões políticas ou programáticas.


Vimos de forma muito objetiva que não bastava a VONTADE POLÍTICA para realizar seus objetivos. Havia claramente um outro poder que possuía supremacia – para bem além de ambições pessoais ou ideológicas – se impondo e sendo enfrentado naquele governo.  

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