Tenho alguns amigos que pensam diferente de mim na política, neste ou naquele assunto e neste ou naquele tema. Tendo hoje a ser muito compreensivo com eles por conta das nossas perspectivas diferentes e também de nossa cultura argumentativa e de valores diferentes. Mas para mim isto tem limite e tento ser claro sempre sobre isto. Assim, após bloquear alguns deles por conta de situações e postagens em meu mural que não me agradaram, não somente porque eram contrárias à minha opinião, mas porque exibiam e defendiam diferenças que reconheço como possíveis, mas que não tolero em minhas postagens e que considero desrespeito e desfaçatez ao serem apresentadas de forma simplória e pouco séria, considerando-se a minha perspectiva singular e própria em meu mural e minhas postagens Resolvi escrever, então, este texto há mais de dez meses para deixar tudo posto com a maior clareza e detalhe possível aqui no meu mural e no meu blog também.
Por exemplo, defendo a democracia brasileira e o seu aperfeiçoamento acima de tudo desde menino e não renunciei a esta defesa. Isso para mim é uma questão de princípio e por conta disto defendo seriamente a Reforma Política no país, sou absolutamente contrário a qualquer tipo de apologia à Ditadura Militar. Vejo todos os problemas existentes na esfera política, mas não vejo outra forma de corrigi-los a não ser fazendo uma política melhor. Assim, entendo que a nossa sociedade e nossos cidadãos devem passar a assumir sua responsabilidade também sobre as instituições, os políticos eleitos e os programas de gestão que estão sendo implementados. Em filosofia é dito com certa freqüência que do nada, nada sai, portanto quem parteja os políticos que ai estão, são todos nós. Não aceito, portanto, e também não admito como razoável ou plausível como justificativa aos problemas políticos no país a responsabilidade limitada aos políticos, pois é o povo que os elege e é ele o responsável de princípio e no desenvolvimento pela forma como a sociedade está e também pela forma como a política funciona. Na democracia “todo poder emana do povo e em seu nome é exercido” portanto nada que nos desagrada na política brasileira é produto exclusivo da padaria ou da cozinha dos partidos e dos políticos profissionais. O sistema inteiro ads alegrias e tristezas da política brasileira se sustenta na atuação e na forma de atuação e reflexão dos cidadãos nas eleições, em relação aos partidos e á formação de líderes no seio da sociedade, ads instituições e toda a grande diversidade de organizações sociais, Isso quer dizer que todo argumento de ignorância ou impotência em relação ao status da política, sua forma e condições é uma alegação de irresponsabilidade, que não exime aquele que argumenta de ter ao fim e ao cabo da análise a sua devida parcela de responsabilidade.
Milito em partido político e assumo minha responsabilidade, mas não me sinto mais responsável do que aqueles que não fazem nada ou que não assumem responsabilidade nenhuma, ou que votam no dia da eleição e lavam às suas mãos após fazer isso, seja votando em branco, anulando o voto ou votando e,m algum notável infalível aos seus próprios olhos. Trabalhei e atuei em todas as pontas possíveis em dia de eleição como mesário, fiscal de seção, fiscal de escola, coordenador de fiscalização do meu partido e sempre tive alguma atuação em eleições, mesmo quando não votava ainda. Em geral sempre participo e participei com certa freqüência de discussões partidárias, sindicais, do movimento estudantil e dos locais de trabalho em que estou inserido. Meu primeiro voto foi apenas aos 21 anos em 1986, mas milito politicamente desde 1979. Lutei e fiz campanha pelas Diretas Já e pertenço ao segmento da minha geração que tem atuação política desde o final da ditadura que atua em partidos e em organizações sociais. Voto sempre com muita responsabilidade e jamais esqueci meus candidatos e candidatas eleitos ou derrotados e alguns mesmo que não vote mais neles, por escolha e construção de outras opções acompanho em suas ações, trabalhos e trajetórias.
E rola muita discussão e debates sobre política com meus amigos e amigas aqui com certa freqüência. Em períodos eleitorais isso é mais freqüente inclusive porque alguns consideram, as vezes mais do que os políticos mesmo que fora do período eleitoral estão em férias e viraram somente expectadores da política. Já perdi amigos ou conhecidos no facebook que se desligaram de mim por minhas postagens ou que eu bloqueei pelas suas. Portanto, não me importo tanto em bloquear alguém cujo prefixo de entrada não ajuda num diálogo sério e responsável sobre a política e quando reflito sobre minhas razões para tal, tento sempre ser justo e correto.
Alguns eu bloqueei por conta da forma desairosa como as opiniões são manifestadas, outras pelo tipo de postagens que publicam e outros por conta de serem claramente FAKES, com o único propósito de te afrontar e te ofender de modo a bloquear qualquer tentativa sua de argumentação ou de promoção de um debate elevado sobre os temas que trazes. Como vês, portanto, sou meio chato e exigente com meus amigos. Vou desbloquear a todos hoje, mas vou adiantar meu ponto de vista sobre isso tudo e o que poderá levar a bloqueá-los em definitivo em minha lista de amigos ou conhecidos ou em excluí-los. Vou aproveitar o período eleitoral, inclusive, para fazer isso, haja visto que alguns defenderam com unhas e dentes a eleição do Pior Governo da História de São Leopoldo e espero que estejam m ais humildes em relação à política e suas promessas, decepções e frustrações fazem parte já do anedotário geral e público da atual administração que tem notícia ruim toda semana. Sei que alguns deles nunca foram ouvidos ou respeitados, sei também que outros já se decepcionaram completamente com suas apostas e esperanças apresentadas em 2012 e que triunfalmente foram se esmorecendo ao longo de 2013, por culpa do PT de São Leopoldo, é claro.
Apesar da minha ironia apresentada no parágrafo anterior, tenho sido bem comedido na crítica ao governo municipal porque já me sinto – bem descontemplado, como cidadão em vários quesitos da administração pública e não creio ser triunfo algum que isso seja o caso. Ao contrário, queria sinceramente um governo bem melhor para a nossa cidade.
Penso que as pessoas devem procurar, curtir e compartilhar com quem elas gostam, concordam, discordam ou toleram e não ficarem se espezinhando por suas diferenças tentando dar uma de experto, vencer no grito, ou blaguear na falta de mais argumentos. Não gosto de argumentos cujo espírito de porco salta aos olhos, não gosto de argumentos simplórios que desprezam por falta de reflexão ou informação certas diferenças e também não gosto de argumentos que distorcem a realidade. Não acredito em solução absoluta para nenhuma questão política. Vejo a realidade política como um processo em evolução, cuja dinâmica não é de simples compreensão e penso que a posição de cada um e de todos na democracia é que determina os resultados finais e não renuncio a isso, sob hipótese alguma.
E as diferenças entre todos nós podem ser de diversos tipos: sobre valores, sobre experiências, vivências e conhecimento ou até mesmo se pode construir diferenças e perspectivas diferentes devido ao tipo de fonte de informação do qual a gente se serve para avaliar ou opinar sobre as coisas.
E há, ainda, e também diferenças ideológicas, partidárias esta podem ser consideradas, ao meu ver, somente se entendermos e compreendermos exatamente qual tipo de envolvimento cada um de nós tem com alguma militância partidária ou simpatia partidária ou mesmo adesão pessoal a determinada autoridade ou candidata a autoridade. Penso que é muito diferente a perspectiva entre um militante e um simpatizante. Algumas pessoas colocam todos em uma vala comum (observadores, simpatizantes e militantes), o que pode ser muito enganador e gerar muitos equívocos de análise e interpretação. Quem tem por hábito nivelar isso perde qualidade e perde a capacidade de entender quem fala, a partir de que experiência fala. É mais fácil dar opinião sem sopesar muito isto, mas me é muito claro que isso é um erro. Não porque discorda de mim, mas simplesmente porque cada vez se afasta mais de uma possibilidade de compreender sua parte nisto tudo. Aprendi que esta diferença ajuda a determinar o grau de compromisso de cada um com a sua opinião política. Isso não quer dizer que não é sério, quem somente observa ou simpatiza, mas quer dizer que quem é assim para mostrar que é sério vai ter que lembrar e relacionar as suas opiniões com os seus atos e opiniões anteriores, portanto, com as conseqüências reais das suas escolhas políticas e das suas opiniões políticas. Penso que isso envolve também a maturidade de cada um a respeito das conseqüências de suas opiniões e escolhas e um certo exercício de memória que todos nós que queremos uma política melhor deveríamos fazer para comparar e assumir sua parcela de culpa e de responsabilidade nos feitos ou mal feitos dos eleitos por nós.
Existem, ainda, e deriva-se do que eu disse antes, outras diferenças que são relacionadas ao tempo de vida que cada um tem e em que cada um se encontra. Assim, faz muita diferença para mim a pessoa ter lembranças e ter registrado em sua consciência anos, décadas ou todos os pleitos e eleições das quais participou e nas quais de alguma forma atuou e incidiu seja como militante, como simpatizante ou observador com opinião. Eu, para exemplificar, vou olho para mim mesmo neste caso – ou seja vou fazer esta dialética comigo mesmo, para estimular a mesma coisa em meu próximo e que quer me compreender ou que considera que tem algum ganho me compreendendo, mesmo que não concorde comigo ou tenha reparos a me opor.
Em geral me sinto muito respeitado, mas não sou muito dado a tolerar falta de respeito e afrontas pessoais. E considero afronta pessoal a pessoa saber, por exemplo, no meu caso, que fui, sou e continuarei sendo um petista e vir aqui exibir ou exercitar sua capacidade de ofensa na minha timeline.
Eu não gosto disto até mesmo porque não vou na timeline de ninguém fazer algo correspondente, nunca. Mas eu me acostumei com este aspecto de sofrer ataques e passar por debates sem solução, já faz muito tempo, mas confesso que houve uma época em que eu acreditava piamente que era possível convencer alguém a pensar o contrário. Que era possível provocar alguma transitividade e tentava de todas as formas, inclusive com muita delicadeza e tato fazer isto, mas a resposta com algumas pessoas é em geral grosseira. Mas também tem pessoas que eu discordo, mas que tem tanta habilidade argumentativa e certa abundância de informação sobre determinados assuntos que eu já decidi nem discutir e ficar somente prestando atenção e aprendendo como elas vão levando isso por aqui.
Meu pai sempre me questionou sobre isso. Sobre a possibilidade de mudar de opinião sobre a política. Dizia que eu malhava em ferro frio e que eu devia compreender que algumas pessoas não querem de forma alguma admitir ou aceitar sequer a hipótese de que podem vir a pensar diferente, por uma questão de orgulho mesmo, e que outras nem conseguem fazer um exercício mental a tal ponto de compreenderem coisas diferentes ou as coisas de forma diferente das que estão habituadas a pensar, preferir e expressar.
Bem, a verdade sobre isso é que ele me convenceu que não é possível mesmo, e que após muitas tentativas e atitudes persistentes, mudanças de técnicas argumentativas, aquisição de métodos de ilustração, exemplificação, comparação e uma busca segura de conhecimento e do uso transparente e honesto de um método cada vez mais confessional nos diálogos, reconheci que estava falando para surdos.
Mas já tive o reconhecimento de pessoas que passados alguns tempos, vieram a admitir que eu tinha razão. E o maior índice de pessoas que fazem isto comigo pertence aquelas que foram atingidas efetivamente seja pelos êxitos - do que contra a sua pequena esperança – defendi que era possível, seja aquelas as quais adverti que era uma roubada seguir tal orientação ou interpretação na deliberação de um voto ou na sua escolha. Eu aprendi a dizer como Chicó “quem quiser, que se lasque...” para isso. Sem culpa e sem dor alguma, pois as vezes esta é a única forma de aprender a votar,e escolher e compreender a pensar política de fato como algo mais sério e decisivo e frente ao qual não podemos seguir impulsos, ser lenientes ou preguiçosos e infantis em nossas escolhas.
Também porque por incrível que pareça ter abundância de informações fidedignas não mais é uma raridade hoje em dia, e que mesmo com todos os meios disponíveis, alguns persistem em deixar a sua escolha política ao sabor de uma maré ou vento mais favorável no último dia. Assim, então, me convenci de vez que talvez não, que talvez não valha a pena perder tempo com tudo isso ou com quem se comporta desta forma. Não rola mudança de opinião por mágica, e, em especial, se o teu status for encarado por teu interlocutor representar um grande desafio à resistência ou inteligência dele, tanto pior. E na ausência de alguma estimulo favorável, então, pior ainda.
Posso ver isto ainda por outro aspecto e de forma muito sincera. Apesar da minha formação acadêmica e mesmo de tudo que tenho estudado nesta vida e, também, das diversas disciplinas que tenho ousado lecionar, apesar da minha formação ser filosofia, eu admito um limite meu aqui. Limite este que envolve meu grau de paciência, mas também certo amor próprio e, ainda, a certeza de que a sorte e o juízo não são coisas tão regulares e presentes na vida da gente. E que muitas vezes elas não se encontram disponíveis todo o tempo mesmo.
E na argumentação e nos exercícios de argumentação que fazemos ao falar sobre algo, ensaiar algo ou emitir opinião, formular juízos e mesmo quando se transmite conhecimento isso é notável também.
Nenhum dia é igual ao outro e não há mesmo garantia de que se será sempre brilhante, límpido, claro ou eficaz na argumentação.
Não há sucesso em performance argumentativa sempre, mesmo com todo estudo ou sabedoria que se possa adquirir. E eu sei que algumas pessoas parecem transmitir certa imagem de que só argumentam com razão ou que são infalíveis ou invencíveis quando entram no debate, mas isso não é bom aos meus olhos. Basicamente porque engana a vaidade e cria uma soberba cuja eficácia acaba sendo bem negativa ao seu portador
Tem muita coisa na qual não me sinto habilitado a discutir porque desconheço, não estudei, não tive uma formação e nem que eu tivesse adquirido conhecimento à respeito como autodidata eu me sentiria autorizado a discutir em pé de igualdade com quem teve formação específica, é estudioso ou lida com isso durante boa parte do tempo de sua vida. Mesmo quando tenho muitas informações ou opiniões sobre isso eu sei que nunca tive vivências sobre algo assim e então me sinto bem limitado em tratar disto.
Pois às vezes não se trata de pensar diferente apenas...se trata de ter ou não conhecimento de fatos e ter ou não adotado certas versões das coisas e, ainda, dos efeitos que nossas preferências, gostos e valores tem sobre nossas crenças.
Eu, por exemplo, não falaria de caprinos nem que a vaca tuça...ou a cabra cante o hino nacional...e tenho a opinião de que política não é só opinião....até porque dediquei um pedaço razoável os últimos 36 anos a este tema...com militância, atuação e tempo, estudo e leituras que passa por estudos econômicos, sociais, culturais e etc...então é um debate que não gosto de meter ou fazer a partir de certas posições ou formações...e eu prefiro ter amigos que pensam diferente do que ficar me digladiando ou provando para eles que eles estão errados...
Assim, tem debates em que tenho opiniões diferentes, baseadas em conhecimentos, experiências diferentes ou mesmo iguais cuja interpretação minha é diversa da interpretação de outros, cuja polêmica não me parece ser razoável nem desejável e então não entro mesmo. Desta forma, eu reconheço assim uma certa assimetria de conhecimento entre as pessoas. Não somente vantajosa para mim ou para os especialistas ou universitários. Pressuponho, então, que à igualdade no direito de opinião, não corresponde uma igualdade no acesso à verdade. E considero mais justo e correto julgar diverso o background de cada um de nós sobre certos assuntos e não creio que seja elegante fazer debates retóricos ou estéreis que não levam ao entendimento ou que sequer permitem, com que a gente se desentenda com clareza, precisão e muito rigor fatual e formal.
Por pensar assim baseado em uma suave e pouco refletida experiência própria e uma dedicação muito minha que, na maior parte das vezes não é mesmo compartilhada pelo meu interlocutor, eu considero razoável e não um gesto de arrogância pedir para não entrar ou entabular certas controvérsias cujo parti pri me é claramente tendencioso nas primeiras palavras. Assim, penso diferente e se quiser aceitar minha honestidade e sinceridade como aval do que digo tudo bem...senão é melhor parar de ficar me provocando ou ofendendo...porque eu evito mesmo isso...assim como eu sei que não poderia nem começar a falar do que não sei e seria um grande desprazer se o fizesse se falasse disso de qualquer forma ou qualquer maneira com quem sabe bem mais do que eu.
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