Não conhecemos a sua cabeça
inaudita
Onde as pupilas amadureciam. Mas
Seu torso brilha ainda como um
candelabro
No qual o seu olhar, sobre si
mesmo voltado
Detém-se e brilha. Do contrário
não poderia
Seu mamilo cegar-te e nem à leve
curva
Dos rins poderia chegar um
sorriso
Até aquele centro, donde o sexo
pendia.
De outro modo ergue-se-ia esta
pedra breve e mutilada
Sob a queda translúcida dos
ombros
E não tremeria assim, como pele
selvagem.
E nem explodiria para além de
todas as suas fronteiras
Tal como uma estrela. Pois nela
não há lugar
Que não te mire: precisas mudar
de vida.
Tradução de Mário Faustino,
Poesia completa e traduzida.
Org. Benedito Nunes. São Paulo: Max Limonard,
1985, p.262-263.
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