Agora fiquei muito feliz, pois
acabo de reencontrar uma revista de setembro de 1990, com a primeira referência
que eu conheço ao ensino em regime de politecnia no ensino básico. CIÊNCIA
& MOVIMENTO. Revista do Centro de Estudos Honestino Guimarães. CEHOG. Ano
1, N° 1, Setembro de 1990. Quem assina o texto é Lucília Regina de Souza
Machado. Título Em defesa da politecnia. A chamada de capa, como podes ver, é A
Proposta Radical da Politecnia. Nestas horas eu adoro minha papelada.
NOTA: Está é a revista que faz a
crítica aos absurdos daquele projeto do Chiarelli. Tenho até hoje o documento
vergonhoso que esboçava a reforma do ensino superior. Nesta revista tem uma
maravilhosa entrevista com o saudoso e gigante da sociologia brasileira
Florestan Fernandes. Lembro que fizemos coletivamente picadinho do projeto
deles e um pouco depois rolou o fora Collor com a vanguarda de esquerda que
acabou sendo expulsa do PT em 1991 por contrariar a linha do então campo
majoritário. A CST se foi então. Já em 1993 houve o racha na articulação dos
114 que gerou a corrente Articulação de Esquerda na qual Milito hoje. Num debate
recente discutimos o tema da domesticação ou acomodação da militância no PT que
para mim tem origem justamente neste período do início do governo Collor, nas
nossas lutas de então é numa tentativa de administrar a rebeldia da militância.
No conselho editorial da revista está lá o então governador de Brasília
Cristóvão Buarque que começa já a se afastar do PT por conta de confrontos com
o povo da educação no DF. A politecnia neste texto da Lucília tem um viés muito
mais interessante e não tem nada de simplificação não.
Sobre recuo do PT. Eu penso que
esta avaliação é bem controversa. Creio que a dinâmica de avanços e recuos é
bem maior. Discordo de você em outros aspectos além deste. Até porque não foi
só o governo ou o partido que mudou e que se acomodou ou se adaptou à
institucionalidade. Ainda vou gastar um tempo para escrever sobre isto. O tema
envolve uma vasta geração de militantes, intelectuais, técnicos e lutadores
sociais. Da base ao topo das hierarquias houveram mutações materiais,
culturais, religiosas e ideológicas.
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