No 127° Ano da Proclamação da
República fica consagrada de forma gritante a total desmoralização das
instituições nacionais. O Executivo é presidido por um traidor. O Legislativo
se transformou no fórum de negócios de diversas facções que se elegem
ludibriando o eleitorado com todo o tipo dissimulação, retórica moral e
encenação. O Judiciário fica consagrada como o maior poder em privilégios,
benesses e completamente isolado e protegido de qualquer encrenca econômica,
crise política ou crítica moral. Já a imprensa regozija-se com tudo isto
mantendo o equilíbrio e a finesse frente à toda esta farsa. A república se
envergonha e a democracia passou a ser rebaixada a figura de linguagem,
conceito cuja extensão e qualidade dependerá de financiamento de campanha,
cachê de propaganda e atendimento às demandas de poderosos. Perderam os
escrúpulos de tal modo que ficam todos assistindo o espetáculo como uma
tragédia anunciada, um Titanic à deriva, adernando lentamente nas águas gélidas
da realidade. Jovens, professores e cidadãos revoltados com isto fazem o papel
do coro, sem poder sequer incidir sobre a trama, mas apenas narrar lhe os atos,
clamar por piedade e humanidade e chorar pelas vítimas. Quanto tempo este país
irá suportar está encenação sem recobrar furiosamente a vergonha na cara e
reagir contra estes avisos todos?
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