Eu creio que a única alternativa
para a humanidade está na linguagem. Na possibilidade de nos expressarmos
melhor e transmitir melhor nossos sentimentos, curar dores e superar distâncias
e diferenças. O discurso de ódios e raivas tem causas culturais e sociais e tem
atingido bons alvos, destruído coisas boas e acabado com muitos diálogos, mas
temos que tentar, não podemos desistir de argumentar melhor e ser mais e mais
sinceros e honestos, leais e com boa vontade uns em relação aos outros. É
preciso lutar muito para resistirmos ao que vem vindo aí, mas é preciso
compreender mais e comunicar melhor também. E assumir o risco de não deixar sem
resposta as barbaridades que tem acovardado muitos que sabem conduzir uma
caneta, usar um teclado e conduzir seu cérebro para um bom debate. Não podemos
deixar de disputar as versões, narrativas e métodos. Talvez a gente não
encontre a verdade final, mas podemos construir mais consensos e descobrir
saídas melhores que aquelas que estão postas aí e que não conseguem responder e
nem indicar uma alternativa que forme esperança e disposição para lutar pelo
futuro em disputa. Não tenho certezas, mas tenho estas impressões...
Grato a Renata Mattos.
Últimos parágrafos do livro
"era dos extremos" de Eric Hobsbawm (1994):
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