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quarta-feira, 22 de outubro de 2014

SOBRE A ARROGÂNCIA E O GRANDE DEBOCHE DO PMDB DO RS

Vejo nas duas versões do vídeo do Sartori – que não possuem e não acrescentam, na versão ampliada, nenhuma diferença substantiva ou atenuante ao deboche -  e na reação dos seus correligionários à divulgação e ao impacto do deboche dele, um grande deboche do PMDB, ao povo gaúcho, aos professores e professoras, ao partido adversário e ao candidato adversário.

A própria defesa deles de que o vídeo é fora de contexto é somente uma outra versão tão ou quão mais debochada aos fatos e ao significado dos fatos. O nome disso é estultície. Isso é, para mim, o mais puro deboche deles também posto que ao ver o vídeo maior, mais contextualizado o que é apresentado como razão para um deboche é também um agravante pois exibe o deboche arrogante ao adversário.

Nas discussões aqui no face e no twitter e em alguns sites que trataram disto, cito Zero Hora on line, Terra on line e Sul21, os defensores dele que acusam o PT de ter manipulado o texto passam rapidinho para o deboche aos professores, ao PT e ao adversário. Ou seja, o mote e o modus operandi deles é mesmo o deboche, a política como deboche, posto que abandonam a argumentação quando se demonstra que estão errados e passam para as ofensas e deboches. Imagine-se num governo tal conduta levada como regra. Algo que já se viu antes quando certo governador chamava seus adversários de micuins, certo presidente chamava aposentados de vagabundos e um correligionário deste candidato lançava moedas ofendendo aos professores em pleno plenário da Assembléia Legislativa.

Eu fiquei pensando nisto ontem também. Na relação entre a conduta do candidato – ou candidatos deles - e a conduta dos seus representantes. Identifico uma grande soberba e arrogância deles que é a base da forma debochada e triunfal com que ele e eles falam muito à vontade qualquer besteira pressupondo que não dá nada, para usar o jargão popular.

Mas não creio que deva ser assim, nem que será sempre assim, como eles estão pensando não. Penso diferente também aqui. Creio que isso vai mudar sim, na exata medida em que enfrentarmos e repudiarmos estas condutas. Na medida em que aprimorarmos os debates e os discursos com mais informações e mais argumentação nas eleições e nos tema das política.

Sendo assim, creio que não deveríamos aceitar como normal e inteligente um candidato que debocha dos seus adversários e me parece que temos sim uma questão de ética pública que se exibe aqui de forma evidente e que se apresenta para nossa consideração com este e outros exemplos. O deboche dele em relação às promessas ou propostas do Tarso também é aquele velho simplismo infantil. Eu disse que o PMDB se apequenou com este candidato e isso em pareceu muito evidente em diversos momentos. Em especial quando ele nega o passado e o seu próprio partido e o que me comoveu mais nisto foi a resposta  tíbia dele ao ataque de Ana Amélia ao Caçapava naquele debate. Em que ele nem assume e nem expressa claramente uma defesa de suas posições no governo Brito e também não assume responsabilidade e altivez na defesa do seu correligionário.

O deboche, assim, me parece em síntese a confissão da forma como pensam muitos membros do PMDB do RS sobre a educação e a política e como eles tem tratado os professores em governos anteriores. E o riso debochado demonstra algo que no mínimo não se desejar como paradigma num debate político, numa democracia e numa sociedade esclarecida.

De forma tosca ele apresenta um elogio embutido à certa conduta cuja base mental é menor, é irresponsável e descomprometida. Então ele dá de ombros para tudo que possa comprometê-lo e faz de conta que é a solução ao desafio da gestão pública do nosso estado é simples assim. E é por isso que ele não se dá ao trabalho de apresentar propostas e fica pedindo cheque em branco ao eleitor.


E isso é lá filósofo que se apresente? A política deveria ser uma coisa tratada de forma mais séria em consideração ao nosso povo, ao nosso país e a tudo que se passou para construir uma democracia.

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