Vejo nas duas versões do vídeo do
Sartori – que não possuem e não acrescentam, na versão ampliada, nenhuma
diferença substantiva ou atenuante ao deboche - e na reação dos seus correligionários à
divulgação e ao impacto do deboche dele, um grande deboche do PMDB, ao povo
gaúcho, aos professores e professoras, ao partido adversário e ao candidato
adversário.
A própria defesa deles de que o
vídeo é fora de contexto é somente uma outra versão tão ou quão mais debochada
aos fatos e ao significado dos fatos. O nome disso é estultície. Isso é, para
mim, o mais puro deboche deles também posto que ao ver o vídeo maior, mais contextualizado
o que é apresentado como razão para um deboche é também um agravante pois exibe
o deboche arrogante ao adversário.
Nas discussões aqui no face e no
twitter e em alguns sites que trataram disto, cito Zero Hora on line, Terra on
line e Sul21, os defensores dele que acusam o PT de ter manipulado o texto
passam rapidinho para o deboche aos professores, ao PT e ao adversário. Ou seja,
o mote e o modus operandi deles é mesmo o deboche, a política como deboche,
posto que abandonam a argumentação quando se demonstra que estão errados e
passam para as ofensas e deboches. Imagine-se num governo tal conduta levada
como regra. Algo que já se viu antes quando certo governador chamava seus adversários
de micuins, certo presidente chamava aposentados de vagabundos e um correligionário
deste candidato lançava moedas ofendendo aos professores em pleno plenário da
Assembléia Legislativa.
Eu fiquei pensando nisto ontem
também. Na relação entre a conduta do candidato – ou candidatos deles - e a
conduta dos seus representantes. Identifico uma grande soberba e arrogância
deles que é a base da forma debochada e triunfal com que ele e eles falam muito
à vontade qualquer besteira pressupondo que não dá nada, para usar o jargão
popular.
Mas não creio que deva ser assim,
nem que será sempre assim, como eles estão pensando não. Penso diferente também
aqui. Creio que isso vai mudar sim, na exata medida em que enfrentarmos e
repudiarmos estas condutas. Na medida em que aprimorarmos os debates e os discursos
com mais informações e mais argumentação nas eleições e nos tema das política.
Sendo assim, creio que não deveríamos
aceitar como normal e inteligente um candidato que debocha dos seus adversários
e me parece que temos sim uma questão de ética pública que se exibe aqui de
forma evidente e que se apresenta para nossa consideração com este e outros
exemplos. O deboche dele em relação às promessas ou propostas do Tarso também é
aquele velho simplismo infantil. Eu disse que o PMDB se apequenou com este
candidato e isso em pareceu muito evidente em diversos momentos. Em especial
quando ele nega o passado e o seu próprio partido e o que me comoveu mais nisto
foi a resposta tíbia dele ao ataque de
Ana Amélia ao Caçapava naquele debate. Em que ele nem assume e nem expressa
claramente uma defesa de suas posições no governo Brito e também não assume
responsabilidade e altivez na defesa do seu correligionário.
O deboche, assim, me parece em
síntese a confissão da forma como pensam muitos membros do PMDB do RS sobre a
educação e a política e como eles tem tratado os professores em governos
anteriores. E o riso debochado demonstra algo que no mínimo não se desejar como
paradigma num debate político, numa democracia e numa sociedade esclarecida.
De forma tosca ele apresenta um
elogio embutido à certa conduta cuja base mental é menor, é irresponsável e
descomprometida. Então ele dá de ombros para tudo que possa comprometê-lo e faz
de conta que é a solução ao desafio da gestão pública do nosso estado é simples
assim. E é por isso que ele não se dá ao trabalho de apresentar propostas e
fica pedindo cheque em branco ao eleitor.
E isso é lá filósofo que se
apresente? A política deveria ser uma coisa tratada de forma mais séria em
consideração ao nosso povo, ao nosso país e a tudo que se passou para construir
uma democracia.
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