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quinta-feira, 2 de outubro de 2014

JANGO, AS REFORMAS E A MEMÓRIA DOS TRABALHADORES

Ontem reconheci um homem de idade na rua. Agora ele é um taxista de 73 anos e me é conhecido dos meus tempos de balconista na Perfumaria Vera da Estação Rodoviária de São Leopoldo e conversamos muito sobre política, ele me perguntou como é que está a questão da exumação do corpo de Jango, eu disse que não sabia, mas que acreditava que ele tenha sido envenenado mesmo e conversamos um pouco mais sobre política por uns 20 minutos. Falamos sobre direitos trabalhistas, sobre gratidão do povo e reconhecimento do trabalho e um monte de coisas que mal cabem neste relato breve. Ele que havia sido motorista de ônibus por 37 anos, continuava ali trabalhando, após uma cirurgia e um tratamento, mas concordava comigo que fizeram uma baita covardia com o Jango e me perguntava o que eu achava das propostas do Jango, respondi sinceramente que tinha muita admiração pelas Reformas de Base e que assisti já mais de uma vez o comício na Central do Brasil para compreender o que é que havia de errado no que ele dizia e não encontrava nada. Então ele me perguntou se aquilo era atual e eu disse que sim, que as reformas de base eram atuais e que o fato de os militares, civis e alguns políticos covardes e antidemocráticos não deixarem o Jango realizá-las foi um atraso para o Brasil. Ele me perguntou se era obrigado a votar e eu disse que não, que não era mesmo, mas já que ele tava na luta, na labuta e que tinha quatro netos, talvez fosse interessante dar um votinho a favor de certas coisas que andam acontecendo no Brasil com muita resistência daquela mesma corja e canalha que derrubou o Jango e que provavelmente o matou também. Nos despedimos e eu espero sinceramente que ele faça um esforço de ir votar, porque o voto dele não é só um voto para mim, para nós e para o nosso país!  

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