“Você destruiu meu estado” Laís Gouveia
Passei 20 anos da minha vida
morando em Juiz de Fora, estado de Minas Gerais. Já na minha infância, no ápice
do neoliberalismo dos anos 1990, sentia com força o que era ter um prefeito,
governador e presidente tucanos.
Comida contada, meu pai pulando
de emprego e tendo de vender bijuterias para complementar a renda, escola
pública caótica, professores desmotivados, despreparados.
Uma professora, racista,
utilizava termos como “macacos do morro” e “traficantes mirins” para nós, reafirmando
que não tínhamos futuro.
E, realmente naquela conjuntura a
tal professora não estava dizendo nenhuma mentira. Afinal, o método de
aprovação automática permitia que o aluno passasse de ano sem saber
absolutamente nada.
Assim, éramos tratados como gado.
Mais tarde soube que até em uma tal de UFRJ, faltou luz. Vivi os tempos em que
o tucano Eduardo Azeredo, ex-governador de Minas, criou o que se convencionou
chamar na mídia hoje de “Mensalão Mineiro” (aquele que nunca vai ser julgado).
Ele torrava dinheiro aos montes, com showmícios faraônicos (lembro bem de Zezé
de Camargo e Luciano em vários deles, será coincidência?), largando os mineiros
à mercê da sua própria sorte.
Com Aécio eleito, em tempos de
Lula na presidência e que as pessoas diziam que esperança tinha vencido o medo,
percebi que Minas não estava acompanhando o desenvolvimento do país.
O estado estava completamente
engessado, atrasado, setores estratégicos sucateados e terceirizados.
Professores que lutavam por um piso salarial decente (e que era então o pior do
país) na eram tratados na base da pancada pela tropa de choque em atos diante
da sede do governo do estado.
Vi senhoras de idade espancadas e
jogadas no chão feito pacotes de jornal pela polícia. Vi que o governador, que
se dizia tão “preocupado com seu povo”, governava de fato um bairro do Rio de
Janeiro, o que os mineiros chamavam de estado do Leblon, um dos metros
quadrados mais caros do mundo na zona sul do Rio.
Seu atrevimento e cinismo era um
dos pilares de sustentação da campanha midiática: Eu finjo que governo, você
finge que acredita.
Outra tática que o eterno netinho
do vovô utilizava era comprar a imprensa mineira. O tratamento era simples,
bastava falar bem dele para acessar um mundo de privilégios. O jornalista falou
mal? À sua espera havia até o popular xilindró, para que ele não voltasse a
mexer naquilo que não podia.
Algo parecido acontecia com os
jornalistas nos tempos da ditadura militar, quando eram tratados de forma
semelhante.
Nos últimos dez anos o governo
mineiro deixou de investir R$ 16 bilhões em Saúde e Educação, descumprindo o
mínimo constitucional.
Na empresa mineira de
eletricidade, a Cemig, 100% dos lucros são repassados aos acionistas, dentre os
quais se destaca a empreiteira Andrade Gutierrez.
Para não dizer que ele não
construiu nada, construiu sim. Fez cinco aeroportos em cidades com menos de 25
mil habitantes. Um deles, na cidade de Cláudio, custou quase 15 milhões de
reais e foi feito na fazenda de um tio seu. Esse escândalo escabroso, como
sempre, foi abafado pela mídia mineira e do resto do Brasil. Aquela mídia que
se diz “imparcial”.
Ai você pensa que no senado algo
poderia ter mudado. Bem, sei lá, vai que o cara amadureceu não é? Só que não,
como diz o jargão popular. Enquanto você ai fala mal do Tiririca, ele, Aécio,
coleciona muito menos projetos apresentados no Senado que o palhaço paulistano.
Sem contar que Tiririca nem faltou às sessões do Congresso, algo que o mineiro
fez dezenas de vezes.
Da até pra entender, afinal Aécio
não curte muito o ar “seco” de Brasília e, como eu já disse aqui, quem
realmente conquistou seu coração foi o Rio de Janeiro.
Aliás, ele gastou 63% do dinheiro
recebido por ele no seu mandato de senador com passagens de avião pagas pelo
senado com viagens para... o Rio de Janeiro!
Apenas 27% das viagens foram para
o estado que o elegeu senador, Minas Gerais. E vamos ser honestos, a presença
dele é sempre impactante. O ex-governador de Minas foi parado em uma blitz de
trânsito, no Rio e alterado, “deu” uma aula de cidadania e se recusou a fazer o
teste do bafômetro.
Outra coisa que a imprensa
esconde de Aécio é até pior, para quem é mulher. O Playboy frequentava festas e
mais festas no Rio. Até que um dia, segundo o blog do conceituado jornalista
Juca Kfoury, Aécio deu um soco em uma namorada. Isso é que é dar aula de
Direitos Humanos, não é? Apesar de tentar censurar todos que informaram mais
esta atitude do senador mineiro, a Justiça não permitiu a Aécio barrar a
informação, pois não considerou caluniosa a nota publicada por Kfoury.
Quem não conhece o passado de
Aécio, procure pesquisar e se informar. Não vote em quem quer destruir nosso
país, como fez com Minas Gerais, que acabou de se libertar, após anos de
destruição realizada pelas hostes tucanas. Aécio não me representa e tenho
certeza que não representa você, cidadão que quer o melhor para seu país.
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