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domingo, 12 de outubro de 2014

CREIO QUE ISSO JÁ E DE DOMÍNIO PÚBLICO - O CENTRO DO DEBATE É MESMO: QUAL POLÍTICA ECONÔMICA?

E mesmo assim me surpreende as pessoas que sabem disso e ficam fazendo firula e num faz de conta que não é comigo. A entrevista/debate entre Guido Mantega e Armínio Fraga na Globo News, me deixa muito clara de que lado está a má retórica e que a tão falada diferença de modelo, o tema do tripé econômico, e de política cambial e fiscal é somente mais do mesmo. O que me deixa irritado mesmo é a onda crítica contra as políticas anticíclicas dos Governos Lula e Dilma, que jamais foi usada como estratégia pelos economistas do PSDB em três momentos de crises menores entre 1994 e 2002. E por fim, o debate muito tendencioso sobre crise de credibilidade, confiança, segurança e do tal pânico dos operadores e instituições privadas atuantes no mercado - o que inclui as empresas de comunicação no Brasil - olhando mais de perto as acusações deles de "pedaladas" ou "engenharia econômica" em micropolíticas de crédito se descobre que na prática a divergência deles não é com o procedimento, mas com os objetivos e os resultados atingidos. Eles negam terminantemente a dimensão da crise mundial e a sua atual continuidade, jamais abordam neste debate os indicadores macroeconômicos e vem com esta balela de que não há transparência e que isso provoca "pânico" no mercado. Ok!!! Eu sei que uma parte do mercado precisa de muita psicologia, mas é preciso mudar então de consultório e consultoria porque este pânico não será debelado com interpretações de foco tanto do crescimento econômico quanto dos investimentos públicos. É muito evidente para mim o uso da tática Ricúpero por parte tanto dos economistas de oposição quanto da comentarista especializada - Me. Miriam Leitão - e o que eu creio que não é confiável mesmo é colocar em risco os índices de emprego e de distribuição de renda para aplacar um "pânico" artificial do mercado - que tem mais de terrorismo ai do que de abordagem técnica - que versa simplesmente sobre o interesse em aumentar suas parcelas de ganhos e de investimentos públicos. E não são os empresários e os operadores de mercado que querem investir em produtividade, consumo ou em serviços que reclamam , são somente os velhos agentes especulativos e aquela parte da banda que só usa instrumentos de sopro. Manter os niveis de emprego e renda e investir na alavancagem via educação e infra-estrutura dos brasileiros é preparar o Brasil para sair da crise, e não criar uma crise para evitar algo que virá. A conta será paga e o país tem recursos para fazê-lo o que é exatamente o contrário da situação no período em Armínio Fraga era Presidente do Banco Central e FHC Presidente. E todos os indicadores macro-econômicos e balanços de microeconomia demonstram sim o acerto das políticas do Ministro Guido Mantega. Não é possível que seja tão difícil compreender isso, com base em dados objetivos e se deixar levar pela retórica oposicionista. Aliás, minha nota final é a seguinte: jamais tinha visto Armínio Fraga usar tanta retórica em um debate econômico. Portanto, a necessidade de malabarismo e suspeita é grande porque não há nada de novo em matéria de política econômica do outro lado. Meu amigo e filósofo Renato Janine Ribeiro já tinha dito que neste tema eles trazem mais do mesmo, mas eu vejo a coisa pior no debate que assisti a falta de explicitação do economista do candidato de oposição de suas políticas e propostas. E isso significa na velha linguagem política que eles querem um cheque em branco para adotarem o que lhes vier na cabeça. A vacuidade e a intransparência, neste sentido, estão mais do lado do PSDB e da oposição do que do PT e do Governo Dilma. No debate político o ônus da prova é de todos, mas é preciso apresentar mais que uma tese para vencer o debate político, os eleitores tem o direito de conhecerem e estão interessados é nas consequências e nas medidas, não somente no diagnóstico que por si só já é controverso haja vista a recusa da dimensão da crise mundial e a completa incompreensão e a avaliação superficial e simplória das medidas  do governo Dilma. E a questão e o nosso problema repousa então em dois pontos: de um lado, uma interpretação simplória das medidas econômicas e, de outro lado, a falta completa de propostas claras por parte da oposição. E isso não é só uma questão de política ou de economia, ao meu ver falta grandeza intelectual e honestidade para ofertar ao eleitor suas propostas. E um eleitor sabedor disto não deveria apostar que vem solução boa ou razoável daí. Pois, quando o remédio é ruim para o povo e não para a elite, então, é bom o pessoal parar de fazer de conta que não é comigo e avaliar melhor. Confesso que tenho poucos recursos e interlocutores neste tema, então abro para o debate convidando - se assim lhe aprouverem – que os economistas me corrijam com argumentos se eu estiver errado nesta análise e ao demais amigos e colegas também. (Observem que nem tratei da inflação porque considero absolutamente ridícula e apelativa a tese de que ela esta fora de controle, sendo ai para mim o início da retórica oposicionista.)

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