E mesmo assim me surpreende as
pessoas que sabem disso e ficam fazendo firula e num faz de conta que não é
comigo. A entrevista/debate entre Guido Mantega e Armínio Fraga na Globo News,
me deixa muito clara de que lado está a má retórica e que a tão falada
diferença de modelo, o tema do tripé econômico, e de política cambial e fiscal
é somente mais do mesmo. O que me deixa irritado mesmo é a onda crítica contra
as políticas anticíclicas dos Governos Lula e Dilma, que jamais foi usada como
estratégia pelos economistas do PSDB em três momentos de crises menores entre
1994 e 2002. E por fim, o debate muito tendencioso sobre crise de
credibilidade, confiança, segurança e do tal pânico dos operadores e
instituições privadas atuantes no mercado - o que inclui as empresas de
comunicação no Brasil - olhando mais de perto as acusações deles de
"pedaladas" ou "engenharia econômica" em micropolíticas de
crédito se descobre que na prática a divergência deles não é com o
procedimento, mas com os objetivos e os resultados atingidos. Eles negam
terminantemente a dimensão da crise mundial e a sua atual continuidade, jamais
abordam neste debate os indicadores macroeconômicos e vem com esta balela de
que não há transparência e que isso provoca "pânico" no mercado. Ok!!!
Eu sei que uma parte do mercado precisa de muita psicologia, mas é preciso
mudar então de consultório e consultoria porque este pânico não será debelado
com interpretações de foco tanto do crescimento econômico quanto dos
investimentos públicos. É muito evidente para mim o uso da tática Ricúpero por
parte tanto dos economistas de oposição quanto da comentarista especializada -
Me. Miriam Leitão - e o que eu creio que não é confiável mesmo é colocar em
risco os índices de emprego e de distribuição de renda para aplacar um
"pânico" artificial do mercado - que tem mais de terrorismo ai do que
de abordagem técnica - que versa simplesmente sobre o interesse em aumentar
suas parcelas de ganhos e de investimentos públicos. E não são os empresários e
os operadores de mercado que querem investir em produtividade, consumo ou em
serviços que reclamam , são somente os velhos agentes especulativos e aquela
parte da banda que só usa instrumentos de sopro. Manter os niveis de emprego e
renda e investir na alavancagem via educação e infra-estrutura dos brasileiros
é preparar o Brasil para sair da crise, e não criar uma crise para evitar algo
que virá. A conta será paga e o país tem recursos para fazê-lo o que é
exatamente o contrário da situação no período em Armínio Fraga era Presidente
do Banco Central e FHC Presidente. E todos os indicadores macro-econômicos e
balanços de microeconomia demonstram sim o acerto das políticas do Ministro
Guido Mantega. Não é possível que seja tão difícil compreender isso, com base
em dados objetivos e se deixar levar pela retórica oposicionista. Aliás, minha
nota final é a seguinte: jamais tinha visto Armínio Fraga usar tanta retórica
em um debate econômico. Portanto, a necessidade de malabarismo e suspeita é
grande porque não há nada de novo em matéria de política econômica do outro
lado. Meu amigo e filósofo Renato Janine Ribeiro já tinha
dito que neste tema eles trazem mais do mesmo, mas eu vejo a coisa pior no
debate que assisti a falta de explicitação do economista do candidato de
oposição de suas políticas e propostas. E isso significa na velha
linguagem política que eles querem um cheque em branco para adotarem o que lhes
vier na cabeça. A vacuidade e a intransparência, neste sentido, estão mais do
lado do PSDB e da oposição do que do PT e do Governo Dilma. No debate político
o ônus da prova é de todos, mas é preciso apresentar mais que uma tese para
vencer o debate político, os eleitores tem o direito de conhecerem e estão
interessados é nas consequências e nas medidas, não somente no diagnóstico que
por si só já é controverso haja vista a recusa da dimensão da crise mundial e a
completa incompreensão e a avaliação superficial e simplória das medidas do governo Dilma. E a questão e o nosso
problema repousa então em dois pontos: de um lado, uma interpretação simplória
das medidas econômicas e, de outro lado, a falta completa de propostas claras
por parte da oposição. E isso não é só uma questão de política ou de economia,
ao meu ver falta grandeza intelectual e honestidade para ofertar ao eleitor suas
propostas. E um eleitor sabedor disto não deveria apostar que vem solução boa
ou razoável daí. Pois, quando o remédio é ruim para o povo e não para a elite, então, é
bom o pessoal parar de fazer de conta que não é
comigo e avaliar melhor. Confesso que tenho poucos recursos e interlocutores
neste tema, então abro para o debate convidando - se assim lhe aprouverem – que
os economistas me corrijam com argumentos se eu estiver
errado nesta análise e ao demais amigos e colegas também. (Observem que nem
tratei da inflação porque considero absolutamente ridícula e apelativa a
tese de que ela esta fora de controle, sendo ai para mim o início da retórica
oposicionista.)
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