Algumas pessoas ficam pensando em
fragmentos e não no todo e esquecem que o jogo político e a gestão não é algo puntual
ou isolado. E quem sabe disto, sabe que não há soluções mágicas e nem
resultados sem planos de longo, médio e curto prazo. Existem muitas opções
clássicas em planejamento, mas em nenhuma delas se adota a estratégia de risco,
quando o ambiente é crítico e muito me surpreende que pessoas inteligentes e
intelectualizadas fiquem constituindo a retórica da mudança pela mudança, na
ausência de análises mais finas sobre a realidade. Nisto consiste a posição
apequenada de alguns que tentam aproveitar a eleição para levar o estado
brasileiro a começar tudo de novo a partir de uma estaca zero. E curiosamente
esta opção vem acompanhada de propostas de política econômica que estão
soçobrando as economias européias e que ressuscitam aventura neoliberal, para
quem adora tratar o estado e a nossa vida de povo brasileiro como cobaias para
suas aventuras econômicas e altos ganhos especulativos. Eu creio que este é o
pior risco que podemos correr hoje. E também não visualizo nem no Brasil e nem
no RS nenhuma proposta concreta de superação do ambiente crítico que faça da
atual estabilidade algo melhor. Para mim nada é mais medíocre e mediano do que
pensar que o ciclo que o Brasil vive se limita a uma nova partilha de benesses
por parte do estado e que não consegue perceber que toda a estrutura social
está mudando e que os resultados não virão tão instantaneamente assim como
alguns exigem para impugnar o processo iniciado em escala sistêmica e com
diversas políticas setoriais em todo o território nacional. Nenhum país ao lado
tem as características do Brasil para transformar ou transferir suas políticas
para cá. E o que é mais aborrecido é que o absoluto insucesso dessa diretriz
proposta pelo Simon Schwartzmann em um artigo sobre a ARMADILHA DA MEDIOCRIDADEAQUI,
que vem de São Paulo, nem em SP onde é seguido este modelo o tema é sequer
tratado. O Governo Alckmin foi reeleito apesar de seus insucessos, basicamente
porque nenhuma outra candidatura deve ter posto algo diferente de fato como opção.
Devo ser muito claro aqui: Creio que Dilma não vai mesmo abandonar certas
diretrizes que vem dado resultados e mantido o emprego e a renda dos
brasileiros, ela vai agregar a estas medidas outras que agora aplicadas na
mesma escala das demais trarão mais resultados. Um recuo nisto agora pode ser
fatal tanto para resistir a crise internacional, quanto na preparação de uma
retomada do crescimento quando o cenário externo ficar desobstruído. Se durar
quatro anos dá um bom tempo para corrigir e qualificar sistemicamente a
educação, a saúde e a segurança brasileiras em todos os níveis e apesar da
resistência interna dos prefeitos e governadores oposicionistas fazer frente ainda
à isto, é pouco provável que eles vão deixar de apostar em propostas que inovem
e alavanquem o crescimento e a justiça social.
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