Antes que mais alguém me pergunte
o que eu achei do debate eu respondo que foi o que a casa ofereceu para nós.
Eu gostaria mesmo que o candidato
do PMDB fosse melhor. Que ele assumisse a longa tradição do PMDB no Brasil e no
estado da qual ele faz parte. No Brasil, o PMDB governa em coligação
praticamente desde a posse de Sarney, depois com Collor, depois com Itamar, com
FHC e com Lula e Dilma, figurando sempre com sua grande bancada no Congresso
Nacional como partido de sustentação dos governos e tendo cadeira cativa e força
de pressão legitimamente adquirida em qualquer negociação política neste país.
No Rio Grande do Sul, em todas as décadas últimas quatro décads eles governaram,
só não governaram nos períodos e mandatos de Collares e do Olívio e agora do
Tarso.
E tenham, aqueles que me lêem, a mais precisa certeza que José Ivo Sartori
estava lá para dar ou não dar respostas, como secretário, deputado, prefeito e
dirigente do "meu PMDB". Assim, deveria ter respostas e explicações do
seu PMDB à todos os desafios que ele diz que Tarso não resolveu e não poderia fazer
nenhuma questão tripudiando como o custo da dívida pública que o governo dele e
do Britto renegociou com FHC, o desequilíbrio no pacto federativo do que o PMDB
dele é fiador, a acusada por ele excessiva centralização de recursos no governo
federal do qual ele também pé tributário e responsável político e é tão
ridículo o discurso dele neste e em outros temas porque ele parece fazer de
conta que não teve nenhum ministro do PMDB durante todo este período, ou que o
PMDB dele não presidiu o Congresso por N vezes durante todo este período com
grande influencia na pauta nacional e nas votações e proposições políticas que
tramitam no congresso.
Eu repito aqui o que penso mais
uma vez que o discurso dele é uma estultície e uma brincadeira de faz de conta
e esconde-esconde de muito mau gosto e deseducativo para o povo e para a
democracia, porque tava bem na hora de acabar este tipo de debate ou joguinho
de espertezas e malandragens nas eleições gaúchas. Caiu a máscara ao longo desta
semana do “Meu Partido é o Rio Grande” e apareceu o velho partido que na
prática cria obstáculos, abusa da boa vontade do povo e debocha dos adversários,
se julgando invencível e desrespeita o juízo e o conhecimento do eleitor e os
professores e fica se fazendo de vítima, quando na verdade não assume nenhuma
responsabilidade sobre o seu passado e o seu próprio enredo e a própria trama
em que está enredado. Qualquer semelhança com o governo atual do PSDB/PMDB em
São Leopoldo não é mera coincidência, porque para eles a culpa sempre é dos
outros. Pode ser que algum eleitor desavisado, incauto e novato pegue gosto e
ache interessante a exibição dessa expertise, desse malabarismo e dessas
esquivas, mas para quem acompanha a política gaúcha pelo menos desde os anos 70
isso, como vi um grande militante dizer, é mais velho e mais ultrapassado do
que o PL, que de liberal não tinha nada. Ou seja, o candidato não é o que
parece, nem tem as qualidades que esconde. Não pode mesmo haver uma proposta
tão boa para os gaúchos escondida no bolso interno do casaco.
Sartori parece mesmo o Zé Bigorna
- uma velha personagem da literatura - que se ufana do que não é, se ufana do
que não foi e não fez e faz de conta que é isso mesmo e que já tá bom demais.
Ou seja, é a típica celebridade vazia de conteúdo, vazia de proposta que ocupa
um espaço por assim dizer por certo acidente do destino e da própria sorte.
Tarso honrou sua tradição, honrou seu partido e correligionários sua história e
seu longo esforço pessoal e trabalho político sendo preciso e claro em suas
posições e que, ao contrário o Sr. Sartori segue no seu modelo retórico e
falacioso, pois no debate de hoje continuou dizendo que o outro não cumpre e
que ele não tem compromissos, mas propostas, as quais são tão importantes e
decisivas que ele não as apresenta. Mantenho minha opinião que este PMDB gaúcho
anda apequenado. E isso me é tão claro pelos fatos, pelos atos, pelos gatos e ratos que eu conheço desta velha ninhada.
Enfim, com um tom mais pessoal e
para mostrar que a luta é mesmo árdua contra este tipo de política e certo tipo
de conduta e concepção política em que é comum ser herói sem heroísmo algum.
Cuja lógica do deboche e da ameaça, do desrespeito e da vilania sempre anda
presente para nos lembrar de onde vem e porque vem. Não adianta nenhum
militante ou quadro médio passar por mim na rua me reconhecer e não
cumprimentar em plena Porto Alegre ontem e me assoprar de passagem que vai
acabar comigo, fiquei penando no que me foi assoprado e sorri no meu velho
rumo, pois não adianta ameaçar porque não vai mesmo. Algumas pretensões como
essa, esquecem que não sou o tipo de pessoa que anda só neste mundo ou que
cuida somente de si e de seus pequenos interesses.
Certa feita disse para alguém que
me ameaçou: não tem problema nenhum meu caro, confio e tenho a mais absoluta
certeza de que sou só mais um soldado nesta trincheira, mas sei que atrás de
mim tem mais, muito mais e que nenhum deles irá descansar ou mesmo sossegar
enquanto não reparar e não restituir ao seu devido lugar a dignidade da verdade,
o sentido do bem comum e a justiça social!
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