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quinta-feira, 9 de outubro de 2014

ANTÔNIO VEIRA E A ALFABETIZAÇÃO: PEQUENA NOTA

Penso que quem discute alfabetização, tempos de alfabetização e todas as teorias sobre múltiplas inteligências e sobre o grande desafio de aprender a escrever e se preocupa com educação deveria muito dar uma espiada na biografia de um dos maiores escritores e oradores da língua portuguesa. Padre Antônio Veira, que para mim era simplesmente um gênio, pois tudo que li dele é assombrosamente avançado e libertário, aprendeu a ler em um "estalo" aos 13 anos.

Veja o relato de Alfredo Bosi:

“O adolescente António, aluno dos jesuítas no Colégio da Bahia, sofria vexames entre colegas e mestres, pois não conseguia recita de cor os textos latinos que eram matéria obrigatória nos seminários da época. Rezava fervorosamente diante da imagem de Nossa Senhora das Maravilhas (maravilhas queria dizer, então, milagres) para que o curasse daquela fraqueza de memória.


Um dia, em plena oração, sentiu uma fortíssima dor de cabeça acompanhada de um estalo que quase o prostrou. Em seguida desanuviou-se a sua mente a tal ponto que se animou a debater com os colegas em torneios em que as citações dos autores canônicos eram o prato forte. E, suplantando a todos, demonstrou, daí em diante, a memória prodigiosa e o engenho agudo que lhe dariam a glória de maior orador sacro de nosso língua.”

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