Concordo com todos os argumentos
do Renato Janine Ribeiro e já escrevi sobre todos os temas que ele arrola e
pontos que aponta entre suas razões com concordância quase em detalhes, mas se
for provocado, se alguém não considerar suficiente eu ainda acrescentaria
alguns mais de reforço e m diversas áreas que tem tido baixa consideração do
eleitorado ou nos debates. Porém, me surpreendo que ele tenha que postar algo
desta forma e suponho uma pressão sobre ele nisto. vejo uma regressão na nossa
democracia também a partir disto. Pois a desconsideração de um conjunto de
razões é ruim e a consideração de uma única razão para votar contra ou a favor
também é ruim na minha franca opinião. O reducionismo, para mim, nunca foi um
bom guia político. E fiquei pensando nisto nos últimos dias quando algumas
pessoas me disseram que não assumiriam apoios publicamente porque se sentem
muito constrangidas com a pressão da direita, a patrulha conservadora e
pseudo-liberal às suas posições em diversas matérias. E fiquei preocupado com
nossa democracia, não pelas ameaças, mas pelo atraso que significa um médio
empreendedor, um funcionário de carreira, um profissional liberal, uma
doméstica, um motorista de táxi, um garçom, um professor e mesmo um porteiro
não poderem assumir seus apoios à Dilma e ao Tarso aqui no sul. Tem algo
errado, na tal nova política que alguns preconizam por aqui e por ai em São
Paulo e abre mão de partidos, mas vota em Aécio ou em qualquer coisa contra o PT.
E pelo visto, pelas bancadas eleitas a desunião da esquerda tem contribuído e
muito para a soberba e a ofensividade desavergonhada de muitos reacionários.
Das manifestações de junho e julho do ano passado, não restaram votos
afirmativos de causas progressistas, mas a fragmentação da esquerda, uma
batelada de votos nulos e brancos e uma grande ascenção da ultra direita que
agora oprime tanto a liberdade de pensamento, a liberdade de opinião a
liberdade de expressão e defesa de posições e promove uma política sectária, de
ódio, raiva e obscurantista. A tolerância à diferença faz muita falta e se não
houver um esforço de união daqueles que estimam tal virtude democrática, as
cosias podem ficar piores. Por isto também, meu voto é #DILMA13 e #TARSO13, que são do PT e tem, sem nenhuma
dúvida, virtudes democráticas, propostas sociais e que são republicanos no
trato com a coisa pública. Vamos ultrapassar esta borrasca conservadora...
O Texto do Filósofo Renato Janine
Ribeiro que comento acima segue abaixo:
“Negócio seguinte: numa eleição
como esta, não há bala de prata. No sentido de definir seu voto por uma única
razão.
Ficam amigos me questionando se
as denúncias da Petrobras não me fariam votar no Aécio.
Não.
Porque meu voto é definido por
muitos fatores:
1. No caso da corrupção, não me
parece que as acusações ao PT - que geralmente são apuradas, e exploradas a
granel na mídia - sejam mais graves do que as dirigidas ao PSDB, as quais são
silenciadas;
2. Quanto a má gestão ou gestão
temerária, a administração da USP sob o reitor escolhido por José Serra, contra
a vontade da maioria da universidade, está sendo chamada de temerária pelos
próprios ex-pro-reitores do mesmo; isso para não falar do panorama paulista em
termos de falta d'água e de deficiências na educação, saúde, transporte e
segurança públicos;
3. Quanto a políticas sociais, o
PT continua sendo o melhor para conduzi-las;
4. Quanto à economia, que é o
grande argumento tucano, o problema que vejo no PSDB é que ele sempre tem a
mesma receita, para qualquer circunstância: reduzir as despesas estatais
(inclusive gastos sociais), aumentar juros, flexibilizar o trabalho etc etc.
Eu poderia concordar que uma ou
mais destas medidas, em determinadas circunstâncias, são as melhores.
Mas o receituário é sempre o
mesmo, ou próximo de.
Com isso, não pretendo convencer
os amigos tucanos a deixarem de votar em seu preferido. Mas gostaria pelo menos
que eles ENTENDESSEM que a decisão política não se toma com base num ÚNICO
ponto, ainda mais quando este único ponto é o que ELES elegem, descartando os
demais.
Na verdade, o respeito à opinião
alheia está nisso: reconhecer que os valores são múltiplos. Não há uma questão
única. Não nesta eleição.”
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