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quarta-feira, 15 de outubro de 2014

#‎DILMA13 vs AÉCIO NA BAND: O MASSACRE NO PRIMEIRO DEBATE DOS PRESIDENCIÁVEIS

Assisti todo o debate, que é apenas o primeiro dos quatro debates do segundo turno, e considero que AÉCIO não pôde sequer respirar e pegar ar.

E foi um debate que mostrou todas as nuances dos candidatos e foi um debate privilegiado porque exibiu claramente o confronto dos candidatos, dos programas e também de natureza emocional e de caráter.

Para quem esperava certa concentração e bate-bola em temas de Política Econômica, Corrupção e Programas Sociais, o debate avançou com o pulso e o timing impecável de Dilma sobre estes temas construindo um ônus em todos eles que o adversário jamais imaginava que recairiam sobre si.

Tanto os aspectos discursivos que trataram destes temas, quanto os fatores psicológicos, comportamentais e dos perfis dos candidatos ficaram muito visíveis e ganharam mais nitidez ainda.

As reações de um Aécio descontrolado, erguendo sua voz e seu dedo em riste frente aos ataques de Dilma são a camada mais visível do massacre psicológico e moral que assistimos.
Nos próximos três debates, desta quinta-feira no SBT, no próximo domingo, o da Rede Record e, finalmente na Globo o debate que ocorrerá na sexta-feira, a antevéspera do dia da eleição, ela deverá prosseguir neste massacre.

Neste sentido a Presidenta Dilma encontrou o tom e definiu claramente uma estratégia de ataque que responde nitidamente ao discurso de AÉCIO e dos opositores do primeiro turno com toda a clareza e precisão.

Não ficará pedra sobre pedra e é isso que deu a impressão para alguns – e a claque ou turma de apoio de Aécio sentiu isso – que Dilma parecia a candidata de oposição.

Na minha franca opinião Dilma acabou com ele em todos os temas tratados e em todos os blocos.

E todas as respostas irônicas de Aécio vão cair no mais completo esquecimento da opinião pública.

Um desavisado eleitor que assistisse o debate pela primeira vez teria anotado na caderneta pelo menos 4 situações em que Dilma jogou com seus golpes o Aécio na lona.

Apesar da sua reconhecida dificuldade para articular as palavras - o que atrai os adversários  sobre os aspectos de sua dicção - que ainda apareceu neste debate como resultado de um excesso de auto-controle;  ela evitou duas coisas claramente: o tradicional banho de números e de precisão em números de sua gestão – que é admirável mas que desvia o foco do aspecto mais emocional dos debates e passa a impressão tecnicista - e manteve a sua agressividade natural sob controle.

Do começo ao fim, aproveitando seu tradicional destemor e capacidade crítica ela acabou com todos os itens da pauta e parecia sempre ter a dianteira, mesmo quando Aécio perguntava.

Ao longo do debate o perfil e a expressão facial de Aécio mudou de figura de forma marcante.

Me pareceu por isto que ele foi amassado, triturado, lascado e liquidado por Dilma.

Iniciou o debate rindo o tempo todo e se expressando como um engraçadinho, mas foi sendo emudecido até o ponto que, ao final, quando sorria parecia mais um riso disfarçado e nervoso do que triunfal.

Creio que pegou muito mal aos expectadores aquele olhar irônico e cínico dele na arrancada do debate e que aquilo ajudou muito a Dilma como uma pedra de toque ou cabeça de ponte para a sua ofensiva.

Me parece que, sem a menor dúvida, a melhor contribuição dele neste debate foi provar que o povo brasileiro quer ser levado à sério, e que ele não leva à sério sequer a sua adversária, parecendo desrespeitá-la escancaradamente, com ar de deboche ou uma superioridade fantasiosa.

O adversário começou com aquele risinho tradicional e fazendo aquela carinha de presunçoso, mas toda a sua ironia e seus sarcasmos fugiram quando Dilma o nocauteou claramente sobre os seguintes pontos:

Corrupção - Aonde estão? Os responsáveis pela Pasta Rosa, Sivam, Privataria, Mensalão Tucano, Trensalão?

Nepotismo - emprego para irmã, três tios e três primos Dr.?

AEROPORTO DE CLAUDIO - processo crime de improbidade administrativa correndo.
Nocauteou também sobre a gestão de Aécio em Minas Gerais e usou bem a Derrota do candidato de Aécio no primeiro turno em MG, para Fernando Pimentel do PT.

Além disso, criou o momento talvez mais duro da vida de Aécio Neves em debates políticos quando com certa acribia e tranqüilidade questionou o candidato adversário sobre as políticas de combate a violência contra a mulher.

O riso nervoso de Aécio foi tão indisfarçável que provavelmente ninguém lembra da resposta dele, mas todo mundo deve lembrar que os seus ombros foram se curvando sobre o seu corpo e que ele de certa forma diminuiu de tamanho frente às câmaras da tevê Bandeirantes.
O ataque de Dilma à fábulas de Aécio, foi a melhor resposta dela às acusações sistemáticas dele de leviandade e de mentira.

E a primeira fábula derrubada foi a gestão de Aécio em Minas Gerais que foi desmanchada no que toca às dividas que aumentaram, aos índices de segurança e violência que se agravaram sobre jovens entre 16 e 24 anos, conforme o Mapa da Violência no Brasil de 2013 , aos indicadores na área da educação e da saúde – um Samu que não funciona e chegou até o uso não explicado e não transparente de recursos públicos para financiar a rede de rádios da família de Aécio – último item que pode vir num dos próximos debate com força.

A segunda fábula consiste na persistente mitomania dele de atribuir ao bolsa família o DNA tucano, o que para o jornalista Boechat da Band é uma questão de interpretação, mas que para Dilma envolve a compreensão da dimensão e da metodologia do programa Bolsa Família.

A terceira fábula é a meritocracia que Dilma suavemente desconstitui ao apontar que um governador que contrata quase 100 mil servidores a título precário, com legislação frágil que foi derrubada pelo STF, obrigando a demitir todos os servidores contratados neste regime, não pode mesmo falar de meritocracia.

Muitos comentários ainda virão sobre este debate, mas eu creio que a tendência da Dilma sair da defensiva e ir para o ataque aponta que Aécio agora tem sinalizadas as balizas e Dilma poderá decidir avançar mais sobre o adversário se julgar necessário ao limite da desmoralização completa dele, o que pelo bem da democracia ela claramente evitou ontem, com as evasivas e as respostas histriônicas e diversionistas dele.

Por fim, portanto, fica óbvio que Dilma pode bater muito mais, mas não creio que ela irá adotar este modelo até o fim, posto que após controlar seu adversário, deverá mostrar melhor e com mais tranqüilidade ainda os êxitos do governo e também apontar as novas propostas.

No geral, ela foi muito bem neste ponto e a fala final é um primor em clareza e articulação dos seus objetivos colocando a educação como base e espinha dorsal organizadora e promotora do novo ciclo de desenvolvimento do Brasil.

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