Creio que não há dúvida de que qualquer mudança no modo de
produção incide sobre nossos modos de vida e nossas mentalidades, porém, esta
mudança é possível por uma mudança que parte do reconhecimento de uma outra possibilidade
de que aquela forma de fazer e de viver pode ser superada ou alterada. Então, é
assim que uma mudança de mentalidade em poucos desperta em conseqüências e em
efeitos mudança de mentalidades em outros e, como gostam muitos materialistas,
as mudanças nas condições materiais mudam as mentalidades. Para quem me entende
aqui estou falando de mudança de mentalidades que mudam as condições materiais
e incidem sobre elas. Isso para mim ainda se chama pensamento. E sou daqueles
que acredita que mesmo o trabalho é uma atividade que se segue a um pensamento
que reconheci uma necessidade ou um curso de ação determinada como possível.
Apesar desta discussão parecer bizantina, me fascina o fato de que ela envolve
também a possibilidade da mudança, tanto do trabalho como da nossa forma de
pensar sobre e ser determinado por ele. E é assim que observo na história os
encontros entre um pensamento qualitativamente superior e uma ocorrência ou
forma de poder ou vocação para o poder. Isso pode muito bem ser observado
quando surge o pensamento, quando ele se encontra e se realiza em um ou no seu máximo
poder, e quando ele vai sendo superado por outro pensamento que lhe sucede e que avança para além dele. Entendo Hegel
e entendo Marx, mas entendo mais ainda a idéia de limites da razão em Kant.
Pois e neles que se dá este encontro entre pensamento e poder, para após se
manifestar na história como realização, fatos ou ações. Mas pondero que sua apresentação sempre se dá
num discurso que precede ação, fatos ou determinadas realizações. As conseqüências desta idéia ou pensamento deixo
para cada um tirar por si mesmo....
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