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domingo, 31 de agosto de 2014

MODO DE PRODUÇÃO, TRABALHO E PENSAMENTO

Creio que não há dúvida de que qualquer mudança no modo de produção incide sobre nossos modos de vida e nossas mentalidades, porém, esta mudança é possível por uma mudança que parte do reconhecimento de uma outra possibilidade de que aquela forma de fazer e de viver pode ser superada ou alterada. Então, é assim que uma mudança de mentalidade em poucos desperta em conseqüências e em efeitos mudança de mentalidades em outros e, como gostam muitos materialistas, as mudanças nas condições materiais mudam as mentalidades. Para quem me entende aqui estou falando de mudança de mentalidades que mudam as condições materiais e incidem sobre elas. Isso para mim ainda se chama pensamento. E sou daqueles que acredita que mesmo o trabalho é uma atividade que se segue a um pensamento que reconheci uma necessidade ou um curso de ação determinada como possível. Apesar desta discussão parecer bizantina, me fascina o fato de que ela envolve também a possibilidade da mudança, tanto do trabalho como da nossa forma de pensar sobre e ser determinado por ele. E é assim que observo na história os encontros entre um pensamento qualitativamente superior e uma ocorrência ou forma de poder ou vocação para o poder. Isso pode muito bem ser observado quando surge o pensamento, quando ele se encontra e se realiza em um ou no seu máximo poder, e quando ele vai sendo superado por outro pensamento que lhe sucede e que avança para além dele. Entendo Hegel e entendo Marx, mas entendo mais ainda a idéia de limites da razão em Kant. Pois e neles que se dá este encontro entre pensamento e poder, para após se manifestar na história como realização, fatos ou ações.  Mas pondero que sua apresentação sempre se dá num discurso que precede ação, fatos ou determinadas realizações.  As conseqüências desta idéia ou pensamento deixo para cada um tirar por si mesmo....

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