Nós temos que defender a democracia em sala de aula e no
máximo que a escolha seja o mais racional e qualificada possível, não pelo
candidato preferido nosso, mas pelo conhecimento por parte dos eleitores,
nossos alunos, colegas e amigos do candidato, sua trajetória, seus atributos e
experiências, ideias e seu programa, partido e propostas. Eu jamais faço
campanha em sala de aula, já fui objeto de questionamento muitas vezes sobre
isto, mas me resumo a tratar da questão mais geral relacionada à política.
Quando meus alunos me perguntam a religião e o partido digo
que me é um assunto privado, que meu ofício em sala de aula não é tratar disto
e que para tratar destas questões preciso fazer isto fora da sala de aula e da
escola. Assumo minha história de militância integralmente, minha filiação e
meus candidatos, mas não faço proselitismo em sala de aula de forma alguma. Assim,
como assumo minha formação religiosa, minhas diversas experiências de
conhecimento de outros cultos, práticas e sabedorias, mas não faço jamais a
afirmação desta religião em detrimento de outra, ou desfaço e estabeleço um
debate que procure deslegitimar a opção religiosa de meus alunos. Trato de
religiões com tolerância e tento sempre compreendê-las, conhecê-las e defendo o
respeito às orientações religiosas dos outros. Tanto a política, quanto o
sagrado são para mim exemplos de como a razão deve se portar em relação ao que está
dentro dos seus limites e do que não está ao seu alcance julgar.
Aprendi e cada vez tenho mais convicção sobre isto que as
pessoas raciocinam e refletem de formas muito diferentes sobre as coisas, tem
níveis diferentes de compreensão, informação e conhecimento, algumas são influenciáveis
e manipuladas tanto para o bem quanto para o mal e outras são muito - o que
considero ótimo - donas dos seus juízos e assumem suas posições após estudo e
reflexão. Porém, isso não significa que excluo do âmbito de possibilidades das
pessoas suas crenças, suas esperanças e o domínio daquilo que é insondável e
incompreensível para mim.
Então, para salvaguardar o imponderável, superar estas tendências
ao inexplicável em algumas questões e ajudar temos que saber como professores apontar nesta
direção: que política é uma coisa séria e que não é somente uma questão de
opinião. Frisar que há ciência sobre esta matéria e que é possível sempre
discernir e compreender diferenças com precisão e a partir disto pensar na
melhor opção e numa escolha qualificada pela reflexão e não de forma superficial,
por impulso ou de modo irresponsável.
Minha filha de 15 anos, por exemplo, que completa 16 em 29
de novembro, disse algo sobre a televisão que eu creio que vale para tudo: tem
que filtrar. Só isso já é uma baita dica para quem segue por impulso
"certa imprensa" e certos "senhores da opinião pública".
Estes "senhores da opinião pública" e seus
"candidatos" são sempre aqueles que são cevados diariamente e
positivamente em seus meios e que se encontram montados em monopólios
adquiridos através de concessões na ditadura e na minha opinião por tráfico de
influência política nos anos 80, 90 e recentemente. Aqui no RS temos uma
plêiade de notáveis que são impingidos pela tevê, rádio e jornal e muitos deles
são eleitos. Se alguém me provar que eles fizeram algo de bom por este estado
eu me calo. Mas é altamente controverso o resultado dos governos e dos mandatos
deles. E já é indubitável os danos causados por eles a este estado e este país.
Os casos "Ford", "Copa do Mundo" e sobre a economia
nacional hoje são gritantes. E existem casos abundantes que demonstram este
propósito de obter resultados fazendo uso de manipulação e de terrorismo no
trato dos fatos e das versões.. A "propaganda fraudulenta" feita por
certa imprensa e um destes cevados em 1996 sobre a dívida do estado é somente
uma ilustração deste absurdo, deste engodo e do abuso sobre a boa-fé do nosso
povo. É inadmissível este desserviço, a desinformação intencional e a
manipulação dos fatos e dos acontecimentos por uma imprensa tendenciosa e que
não oferece informação de qualidade, fazendo o tempo todo proselitismo político
e ideológico através do uso e abuso de uma concessão pública.
Isso precisa ser fiscalizado para o bem da democracia,
porque representa sim uma ameaça e me é claro que os propósitos de manipulação
são somente para efeitos de atendimento aos interesses, chantagens e pressões
destes senhores. Não é pelo bem do povo, pelo bem do país, nem pelo bem da
democracia.
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