A renitente e resistente Hereditariedade
na política e na nossa democracia jovem é um outro ponto que tenho me dado a
refletir. É também para mim um sintoma de regressão ao pré-moderno. E
também é um símile ou uma versão mais
legítima e geralmente aceita do nepotismo na indicação dos cargos de livre
nomeação em todos os poderes. Mas é algo que deveria receber a desaprovação
pública e ser considerado vergonhoso também, pela forma como é feita e pelo que
isso representa também na manutenção de espaços de poder nas mãos de poucos,
nos currais eleitorais intocados, no financiamento de campanha e na exclusão de
renovações, inovações na formação de novos homens públicos e novos métodos e
programas.
Me parece que isso era comum no
Coronelismo também. Vejo este fenômeno -
junto com o retorno do Absolutismo, através da influencia fundamentalista nas
eleições – como essa coisa maluca e regressiva que é a política da
hereditariedade que passa a ser sancionada nas urnas - e como se os filhotes
dos reis, dos coronéis, fossem também eleitos e ungidos. Eleitos pelos mortais
ou plebiscitados por eles e ungidos pelas agremiações políticas estéreis e
fechadas. Eu vi o Covattinho – e este é só um exemplo entre tantos - dizendo
que representa a renovação na política e dei de ombros aqui estes dias.
É sempre mais do mesmo. As
exceções a isso, não passam de belas maquiagens e modismos escorados no nome do
pai ou da mãe. E não vejo isso com bons olhos mesmo, nem pela direita e nem
pela esquerda. É a resistência dos donos do poder e é algo anti-republicano
para mim também. Deveria haver alguma coisa para impedir isto de forma
generalizada e reiterada como vemos. Morre o home e no automático os partidos
colocam seus filhos para puxar votos nos nomes e sobrenomes que viram marcas.
Olho para todo lado e vejo isso e pouca gente trata disso, por certa
intocabilidade adquirida. Quem quiser que faça a lista dos sobrenomes abaixo...
Um amigo me lembrou da herança do
capital político e econômico e eu me lembrei da herança de um capital simbólico
que passa a ser privado e associado a uma família, nome ou sobrenome. Mas é
pára discussão....não me sinto um especialista nisto, mas creio que deve ser
discutido também pelo aspecto regressivo e conservador que me apresenta.
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