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segunda-feira, 25 de agosto de 2014

SOBRE A HEREDITARIEDADE NA POLÍTICA – A SEMENTE CONSERVADORA

A renitente e resistente Hereditariedade na política e na nossa democracia jovem é um outro ponto que tenho me dado a refletir. É também para mim um sintoma de regressão ao pré-moderno. E também  é um símile ou uma versão mais legítima e geralmente aceita do nepotismo na indicação dos cargos de livre nomeação em todos os poderes. Mas é algo que deveria receber a desaprovação pública e ser considerado vergonhoso também, pela forma como é feita e pelo que isso representa também na manutenção de espaços de poder nas mãos de poucos, nos currais eleitorais intocados, no financiamento de campanha e na exclusão de renovações, inovações na formação de novos homens públicos e novos métodos e programas.

Me parece que isso era comum no Coronelismo também. Vejo este fenômeno  - junto com o retorno do Absolutismo, através da influencia fundamentalista nas eleições – como essa coisa maluca e regressiva que é a política da hereditariedade que passa a ser sancionada nas urnas - e como se os filhotes dos reis, dos coronéis, fossem também eleitos e ungidos. Eleitos pelos mortais ou plebiscitados por eles e ungidos pelas agremiações políticas estéreis e fechadas. Eu vi o Covattinho – e este é só um exemplo entre tantos - dizendo que representa a renovação na política e dei de ombros aqui estes dias.

É sempre mais do mesmo. As exceções a isso, não passam de belas maquiagens e modismos escorados no nome do pai ou da mãe. E não vejo isso com bons olhos mesmo, nem pela direita e nem pela esquerda. É a resistência dos donos do poder e é algo anti-republicano para mim também. Deveria haver alguma coisa para impedir isto de forma generalizada e reiterada como vemos. Morre o home e no automático os partidos colocam seus filhos para puxar votos nos nomes e sobrenomes que viram marcas. Olho para todo lado e vejo isso e pouca gente trata disso, por certa intocabilidade adquirida. Quem quiser que faça a lista dos sobrenomes abaixo...


Um amigo me lembrou da herança do capital político e econômico e eu me lembrei da herança de um capital simbólico que passa a ser privado e associado a uma família, nome ou sobrenome. Mas é pára discussão....não me sinto um especialista nisto, mas creio que deve ser discutido também pelo aspecto regressivo e conservador que me apresenta. 

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