Uma maravilhosa cidade turística
gaúcha que me atrai e que parece estar acertando o seu passo, mas....
Já visitei o balneário de Torres
muitas vezes desde a minha infância. Minha mãe considera a praia mais bonita do
sul e meus avôs maternos tinham muita adoração por este balneário e tinham e
nos deixaram um belo álbum de fotos naquele balneário entre os anos 50 e 60. Na
minha infância estive por lá algumas vezes, na juventude também e depois fui
passando lá por muitos anos sem parar ou dar muita atenção. Mas desta vez foi
diferente.
Quando casei com a Regina, entre
muitas coincidências entre nós, outra foi alguma referência familiar a Torres.
E fomos lá juntos e ela logo - do jeitinho dela - me fez olhar para Torres de
uma outra forma mais pessoal ainda . De uma forma mais pessoal, por conta das
suas passagens por lá quando criança, jovem e na vida adulta, porquanto Regina
possui consideráveis raízes familiares lá e mantém laços com seus parentes que
lá residem e vivem. Isso aconteceu porque a mãe dela, Dona Enilde Porto,
descende diretamente do Alferes Manoel Ferreira Porto, que é hoje sem nenhuma
dúvida o principal vivente e fundador da ocupação que se deu a partir de 1801 na
face Oeste do Morro do Farol, que levou a construção da Casa número 1, na qual
se hospedou Dom Pedro 1 em 1820, e que depois hospedou também Dom Pedro II. E
ali ao lado que foi feita a edificação da Primeira Capela que depois virou a Igreja
de São Domingos das Torres, por escolha do Santo de Ferreira Porto. A história da cidade e das suas ocupações no
século XIX é muito interessante e em uma pesquisada rápida encontrei
informações bem legais.
Assim, em nossas férias damos uma
passadinha lá, para ver parentes e apreciar a paisagem. Eu tenho notado que ela
gosta de me levar lá, ainda que sempre faça isso de um modo meio de curiosa
talvez para ver o que eu acho e como eu reajo. Neste recesso (dia 28 de julho
de 2014) de inverno fomos lá dar uma passadinha de novo. A gente visitou alguns
tios dela na cidade, os irmãos da mãe e visitamos alguns lugares dos quais ela
tem fortes lembranças da casa do pai dela, do passeio com os filhos ainda
pequenos em torno da lagoa do violão e do farol. Bem, mas desta vez fui para lá
com a Regina numa segunda-feira de temperatura ótima para o final do mês de
julho e algo bateu muito forte na gente. Creio que descobrimos através da minha
imaginação e capacidade de fantasiar com bom humor, desapego e sem temor algum,
a possibilidade ou um sonho de um lugar novo para vivermos após me aposentar ou
talvez antes mesmo disso...vamos ver....
Duas observações finais ainda
sobre Torres, saindo do tom pessoal e memorialista e migrando para a política e
a atualidade, uma delas é muito boa e a outra problemática.
Fiquei muito feliz ao saber que a
prefeita de Torres é do PT e mais que isto, feliz ao ver que a gestão dela tem
dado resultados concretos e efetivos, pois as obras e melhorias que ela tem
realizado na cidade tem mudado o panorama da cidade que estava estagnada. A
orla recebeu um novo calçamento e muitas melhorias e, além disto, vi com meus próprios
olhos diversas obras de infra-estrutura pela cidade. Lembrei de uma gestão que
fez melhorias como poucas aqui em São Leopoldo. Depois os tios dela, confirmaram
que a prefeita está trabalhando muito e que resolveu de vez os problemas de
cheias e alagamentos com chuvas na cidade acertando, na parceria e captação de
recursos com o governo federal, e dando conta de um plano de macro drenagem.
Sai de lá bem contente e animado. Observei que a cidade tem como residentes 35
mil moradores, mas suponho que deva receber na estação de verão aproximadamente
uns 300 mil turistas e moradores de estação. Imagino um fluxo permanente de
turismo por lá e a possibilidade de expansão urbana não mais em direção a orla
que precisa ser preservada, mas entre o centro da cidade e a BR-101.
Voltamos
para casa na quarta-feira a tardinha e no sábado leio em manchete de capa e matéria
de ZERO HORA 02/08/2014 – a chamada é sugestiva já em seu título TORRES QUE DIVIDEM
TORRES, e aponta que “Cidade do litoral norte discute lei que permitiria
construir prédios de até dez andares perto da beira-mar” isso aponta que há uma
disputa no bojo do Plano Diretor da Cidade, entre especuladores imobiliários e
da construção civil contra preservacionistas e moradores, bem como, contra a
nova administração para permitir a edificação de Edifícios de mais de Dez
andares na orla da praia. Bem isso me deixou muito chateado, mas comprova a
minha vocação para coincidências. Passo anos sem tratar de Torres e quando me atraio
por ela e começo a escrever uma pequena memória sobre ela descubro que os abutres
e as aves de rapina da especulação e que só representam interesses privados se batem
por tungar a cidade de sua paisagem para vendê-la em pequenos lotes – quase resorts
verticais - para os poucos privilegiados que podem pagar o CUB e o custo do
metro construído na beira mar. Mas isso trará prejuízos e implicará em mais
dificuldades de gestão tanto na drenagem como no tratamento de esgotos da
cidade e na preservação do seu meio ambiente e daquilo que faz a cidade ser um
atrativo turístico nas temporadas de verão ao meu ver em todas as estações
quando possuir um plano de gestão turística compartilhada entre a iniciativa
privada, hotelaria e etc, e a administração municipal, estadual e federal, um plano
adequado e condizente com tudo que deva se exigir de ambientalmente sustentável
e socialmente conveniente.
Hoje, 07/08/2014 – sem mesmo ter
falado disso antes – a não ser no Facebook da Regina, também por coincidência, recebi
um e-mail de Marcel de Rose pedindo assinatura apoio para a campanha contra a
mudança no Plano Diretor da Cidade. O e-mail afirma o que disse acima que o
debate sobre a urbanização da orla da cidade de Torres (RS) foi capa do jornal
Zero Hora e que deu destaque para o abaixo-assinado criado por Marcel de Rose. Descobri
com muita alegria – porque a luta continua e não está perdida – que ele é
contra a construção de grandes edifícios na praia porque isso pode trazer danos
ambientais - aumento excessivo da população e do seu impacto na orla, a redução
do tempo de sombra na areia ao entardecer e que, entre outros problemas, também.
Agradeço a iniciativa do Marcel
de Rose, li toda a matéria antes e apoio a campanha para preservar a orla de
Torres. Apoie você também: http://zh.clicrbs.com.br/rs/noticias/noticia/2014/08/torres-debate-mudanca-na-lei-para-permitir-construcao-de-predios-mais-altos-a-beira-mar-4566113.html
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