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segunda-feira, 1 de setembro de 2014

SOBRE CONTRARIAR INTERESSES, INFANTILISMO E A CHATICE DA POLÍTICA

Concordo com um amigo que disse que é muito chato lidar com militantes e com políticos intransigentes. E, apesar de discordar dele em muitas outras coisas considero ótimo este debate. Mas vejo os dois lados desta questão hoje e a cada dia que passa vejo muito as coisas a partir de uma perspectiva que considero mais alargada.

Por exemplo, muitos também são excessivamente exigentes com os outros e muito pouco consigo mesmos. No caso, o cidadão que cobra dos políticos aquilo que ele também não cumpre. Assim, como aqueles que dão pouca importância para a política durante a maior parte do tempo e que quando chega o período de eleições só reclamam do que está aí. Parte do que está ai se deve a esta atitude irresponsável e superficial na questão.

Eu acompanho e monitoro todos os que eu elegi e tento sempre compreender as condições e o trabalho deles com mais boa vontade do que com esta propensão a ter decepções ou arroubos de fúria em relação a mandatários ou legisladores. E não tem nada mais chato na política do que a impaciência ou a ação precipitada, esta fantasia grandiloqüente de alguns de que há solução absoluta para as questões, o que não passa de retórica, e que é ruim também porque infantiliza as questões e cria a ilusão de que dá para resolver tudo com vontade política e coerência absoluta.

Seria muito bom que cada um assumisse algum papel ou função pública uma vez na vida para compreender o quanto se exige de equilíbrio e bom senso para não meter os pés pelas mãos e para se ser sério de verdade e respeitar os cidadãos e suas diferentes orientações e posições na sociedade.

Eu adoro também a expressão "contrariar interesses", mas mesmo sua aplicação exige sabedoria e muita precisão, não para não contrariar os interesses errados, mas para ter eficácia e garantir continuidade e mudança na sociedade. Se fosse tão fácil muitos já teriam feito antes de nós. E não é mesmo.


Um exemplo final: o RS teve praticamente dois governos que contrariaram interesses dos poderosos, mas nenhum deles recebeu apoio de toda a esquerda e foram sacrificados solenemente por forças internas e do esquerdismo indiferentes a apelos, argumentos e razões. Então...

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