ZERO HORA de hoje noticiou em sua
capa que a renda gaúcha cresceu o dobro da renda no Brasil. É mais um resultado importante na economia do
estado, mas mesmo assim o Governador Tarso Genro enfrenta consciente, o desafio
de vencer esta tendência do TUDO OU NADA no RS, que de eleição em eleição
insiste em colocar tudo na estaca zero e voltar tudo do zero de novo....É uma
política da terra arrasada, e de arrasar qualquer política correta, Não é o
caso do gaúcho ser mais ou menos EXIGENTE na política, mas sim de ser mais ou
menos INTRANSIGENTE e alguns tiram forte e intensa vantagem disto, investindo na
oscilação do juízo, em uma espécie de temperamentalismo na política e sempre
negando qualquer avanço real e objetivo. Eu andei pensando neste irracionalismo
e tentando entender de onde vem isso, qual a causa cultural na formação do
nosso povo e o que encontrei foram duas coisas entremeadas: um forte
militarismo que envolve um sentimento do matar ou morrer e uma espécie de
POSITIVISMO sem PROGRESSO, em cuja negação da política e da democracia se ceva
na intolerância às frustrações e na incapacidade de entender processos e
aceitar qualquer tipo de dialética, contradição e mesmo certa versão
PEREMPTÓRIA à qualquer consenso que envolva um debate maior no detalhe e uma
avaliação maior em elementos de um juízo. É um tipo de cultura que dá trunfos
aos simplórios e aqueles que se abrigam mais em símbolos do que em fatos, mais
em sinais do que num sentido, mais em palavras do que na materialidade. Parece
um quebra cabeça insuperável, mas creio que deve haver uma saída deste
labirinto em que a diferença e toda a diferença é sempre um bem e um mal, uma
dicotomia moral indevassável. E Tarso tem razão em seu comentário sobre a
tendência a ZERAR tudo e tentar começar tudo de NOVO. Um estado assim jamais
vai crescer e viver alguma forma de estabilidade política e econômica contínua,
porque possui um eleitor caprichoso e muito despachado liminarmente. Me lembra
muito aquele BURRINHO SENSÍVEL da infância que a medida que você ia encilhando
ele coma s peças de montaria corria o risco dele jogar tudo fora à menor
impressão de descuido ou indelicadeza. Vamos combinar que o eleitor gaúcho é
muito sensível mesmo e que com um monopólio de comunicação como a PRBS fica
maior ainda a sua suscetibilidade a ideias de salvadores, heróis midiáticos e
etc. E Ana Amélia - essa fruta loira da ditadura militar e do jornalismo
oficialesco - é mais uma bola da vez, como muitas outras anteriores e todas as
demais que ainda virão. Espero mesmo que Tarso vença, porque gostaria muito de
ver este estado crescer e ver sua propalada maturidade política se manifestar
em estabilidade e não com mais aventuras e invenções políticas arriscadas.
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