Em minha mania de crer e em minha mania de ter opiniões tento mesmo ir para além da mera opinião, tento encontrar um sentido que me leve a um pensamento de mais valor. Às vezes me dizem que eu exagero e devo admitir que sim, mas é um risco que corro. Onde toda interpretação é de certa forma um exagero para mais ou para menos, pois nunca é linear ou um resumo do interpretado, nunca é igual aquilo do que é falado, pois interpretar não é somente repetir da mesma forma ou mudar a forma e também não é uma mera tradução em outra linguagem. Interpretar não éum cálculo de soma zero. Interpretar é sempre dizer algo mais. E mesmo quando se diz menos pode haver um ganho considerado tanto pela sua estética quanto pela clareza lógica. Assim algo se tira e algo se põe a mais..então minha opção é exagerar/interpretar assim....mas, como sempre, acertar a mão depende do risco que se topa correr e da coragem que se tem...além de ser razoável considerar que me abasteço de outras informações que são tiradas para além dos elementos interpretados, são relacionadas além. Assim, interpretar é também revelar algo mais. Se você pressupõe a força do contexto, ou da vivência e experiência que preside minha interpretação. talvez entenderá minhas escolhas e minhas opções. Mas eu jamais prometo que tudo será dito ou revelado sobre isto. Abandonar a fantasia de uma racionalidade que dá conta do todo e de cada parte do que é significado é algo que nos permite deixar fluir e encontrar o sentido. Muitas vezes penso que somos prisioneiros de uma espécie de armadura de representação sob aquilo que unicamente vemos no representado. Porém penso que na representação pode se avançar sobre algo do representado que não é tão bem conhecido ou visível à nossa interpretação. Este é o espaço da descoberta e da invenção. O espaço da diferença. Alguns atores e atrizes tem esta estranha faculdade de dimensionar um sentimento ou um caráter, dimensionar uma palavra ou trejeito de tal modo que ele se torne nitidamente perceptível até mesmo ao observador menos atento e eis que então se descobre algo, se conquista com admiração algo antes nunca avistado assim. E eu gostaria de tirar desta lista todos os atores e atrizes que exageram demais, mas me dou pro conta que mesmo neles - na finesse e na sutileza deles há um relevo, se apresenta uma saliência. Mas como é que julgamos a medida certa? Eu penso que é por seus efeitos. E quando deixo a mão cair sobre o teclado do piano, ou meus dedos às cordas do violão em diferentes ritmos, com diferentes pressão e pensamento, me dou mais ainda conta de que interpretar é sim um exagero, um ir apara além de certo limite antes posto. E nada pode ser feito de novo se não for feito melhor e com mais intensão. se tudo for pensado assim, então a intervenção vai para além do que antes foi posto. Por enquanto, para pensar e para fixar o limite disto, interpretar é um exagero e em sua forma a qualidade e a verdade aparecem, mesmo atenuadas, mesmo agravadas. Pensando aqui em muitas percepções de qualidade ao mesmo tempo. Um filme, uma foto, um quadro, uma nota, uma música, um texto, um poema, muitas vozes e uma linha de condução que nos leva para algum lugar. Escrevi isto pensando no balanço para cá e para lá de minha opinião em jogo com minha reflexão, de modo a dar uma sacudidela e por em movimento a reflexão e lembrar-te que algo mais sempre aparece e que nem todo exagero é excesso, mas às vezes é justamente e juizadamente precisão em seu amplo e mais nobre sentido. (este texto tem SUPER NOTAS.)
SUPERNOTA I - MÚSICA: LIVE ALONE - LCD SOUNDSYSTEM - FRANZ FERDINAND COVER
SUPERNOTA II - MÚSICA E CINEMA: CREEP - RADIOHEAD - JONNI DEEP AND CHARLOTTE GAINSBOURG
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