Meu caro Renato Janine Ribeiro eu leio todas as tuas postagens e me aperto para não comentar tudo, por falta de tempo e porque sei que não dá para debater de forma açodada. A atual campanha eleitoral e o que está em disputa me parece tão decisivo que eu me sinto completamente intrigado em como é que isso foi ficar deste modo. Neste ano iniciei minhas leituras mais profundas e alargadas de John Locke e me impressiona o quanto ele é atual no que respeita aos temas da tolerância e também dos consensos, mas o que mais me assombra de fato é a hipótese de que o povo brasileiro por força da pressão da mídia, do confusionismo moral, religioso, ideológico e político está prestes a embarcar numa aventura que não me dá nenhum sinal positivo e quanto mais avançam os dias, mais avançam as palavras e mais posições são manifestas da candidata Marina e dos seus apoios, mais me impressiono com a situação que os argumentos deles enunciam. Eu espero que Dilma ganhe e prevejo que haverá - por incrível que pareça - voto útil nela de gente até do PSDB e do esquerdismo, mas é um verdadeiro sufoco para todos a imagem da Marina presidente, não porque o PT não possa perder, nem porque tudo está legal, mas piorar a situação da democracia brasileira eu não queria mesmo. Se eu estiver errado irei me retratar publicamente, mas eu duvido muito disto e sei também que ninguém dos entusiasmados apoiadores da Marina vai assumir os ônus do governo dela logo ali adiante. Vão fugir, se esconder e acusar o fundamentalismo dela de toda a culpa. Mas eu creio que com toda a ameaça imposta por esta situação criada pela esculhambação política de um vírus muito resistente, de uma verdadeira anomalia sobrevivente no nosso sistema, ainda há uma luz no fim do túnel, mas ela dependerá mesmo do debate, do juízo e da racionalidade dos eleitores e nós precisamos muito disso como país, como povo e com nossa constituição embaixo do braço. Não gosto nada de absolutismo de nenhum tipo, de soluções mágicas, de salvadores da pátria e de contradições Nós que estudamos um pouco de filosofia política e temos algum discernimento teórico, ainda que com algumas controvérsias conceituais e interpretativas relativas a fatos, não podemos nos calar nem nos por à margem da atual situação. Um grande abraço amigo e continua o debate moderando à vontade e censurando com teu juízo aquilo que passa dos limites o que vale absolutamente para mim. Obrigado pela tua camaradagem e que tuas postagens continuem!
Obs.: escrevi esta postagem após o Renato ameaçar parar de postar sobre as eleições e a política nacional. Renato é um professor de filosofia política da USP especialista em filosofia política moderna e possui uma grande contribuição ao debate brasileiro que ao meu ver pode reduzir o atual irracionalismo no cenário..
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