Pois meu caro amigo Diogo Costa
aqui detalho mais o debate ...superar esta matriz prática e programática
autoritária que se sucedeu no RS por bem mais tempo do que se imagina é mesmo
uma façanha. O positivismo dava muito valor para a república e muito pouco para
a democracia. Isto foi um fenômeno histórico que merece compreensão e não
juízos precipitados, pois realizou um profundo processo de modernização do estado
e do país, gostem os paulistas ou não, aceitem ou admitam os pseudo-democratas
ou não. E eu creio que a gente tem que admitir que o PRR governou mais de 60
anos o RS, de 15 de julho de 1891 a outubro 1945 co a mesma sigla e as mesmas
hostes, pois de Julio de Castilhos a Flores da Cunha (1937) e passando pelos
interventores todos pertenciam ao PRR não somente por adesão, mas por convicção
ideológica e prática e que inclusive os interventores eram todos Republicanos e
herdeiros da escola castilhista que se vai realizar com revolução de 30, no
governo federal com Getúlio Vargas e na ditadura Vargas (os interventores não
eleitos e indicados por Getúlio e que por assim dizer são impostos, eram em quase
sua totalidade, gaúchos - tirando o baiano Daltro Filho o qual porém sentou nos
bancos castilhistas em Porto Alegre num dos seus tempos de formação militar,
então os demais eleitos se é que se dá para considerar como bem eleitos
democraticamente os candidatos do PRR de 1891 a 1937, reconduziam o mesmo
projeto ao poder e as dissidências eventuais ou pessoais, como a do Flores são
detalhes de pouca monta na sucessão). E se, além disso, considerares que tanto
o PSD quanto o PTB devem ser vistos como filhotes legítimos do PRR, então a
coisa vai mais longe ainda, com a intercalação a partir de 1945 entre
ambos...até os anos de 1964, quando a velha cizânia entre as elites do PSD e os
trabalhistas e populistas do PTB se consagra no golpe militar e se redistribuiu
em Arena e MDB...Depois, coma redemocratização não ficou tão difícil saber quem
é quem assim não. Basta olhar para os que obtiveram ganhos, que foram
interventores, senadores biônicos ou para os partidos herdeiros do PSD e da Arena.
Mas, olhando para o tempo atual, se Tarso se reeleger eu ousaria dizer que
ocorreu um amplo amadurecimento político do estado e que a democracia se
consolida sob projetos e não mais pela imposição da força ou de monopólios
(econômico, de comunicação ou das elites), ainda que os adversários de Tarso e
outros pensem diferente. Será a primeira recondução legitimada pelo processo democrático
e por um projeto político no RS. Isto é sim uma façanha de alta legitimidade e
que simboliza quase uma emancipação também do poder hereditário da mídia gaúcha
considerando-se que a adversária política principal dele representa justamente
a fusão entre a velha matriz autoritária do PSD e a nova direita conservadora
gaúcha (PSDB ET caterva). Ainda que se possa nem saber disto e nem aceitar isto,
e muitos hão de encontrar razões e tatibitatis contra, eu consideraria isto a
emancipação do RS desta escola autoritária que vai e volta entre nós através de
velhos liberais e pseudo democratas. Seria como que uma cura do recorrente
conservadorismo e autoritarismo gaúcho.
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