O exemplo do FHC negando corrupção em seus dois governos é flagrante. Ao mesmo tempo, em que o jornalista lhe pergunta sobre o Engavetador Geral da República e ele assente à necessidade de um presidente de dar sinais claros contra a corrupção. Ele admitir que não mudou a cultura política do país e não ver no seu engavetador um indício disto é vergonhoso. Vergonhoso porque é flagrante. Vergonhoso porque é evidente que ele fez pouco caso das denuncias em seu governo tributando elas a Procuradores influenciados politicamente.
Ora, não vi nem Dilma, nem Lula acusarem os Procuradores de estarem fazendo política, acusarem a Polícia Federal de fazerem política e sequer ao Supremo Tribunal Federal houve esta atribuição por parte dos governantes do PT. Quando Dilma disse que não discute as posições do STF no Jornal da Globo, alguns pensaram que ela deveria assumir a crítica dos petistas e da direção petista contra o STF e ela não o fez, simplesmente por respeito a liturgia do cargo, mas mais do que isto por julgar que não cabe ao seu caráter desfazer as medidas e as sentenças contra a corrupção, não lhe cabe julgar o mérito publicamente como FHC fez em seu governo ao tributar aos procuradores tal viés político.
É uma coisa vergonhosa isso, porque se a gente se coloca a discutir o caráter das pessoas que fazem isto, a honestidade das pessoas que fazem isto encontra com certeza óbices e contradições. Eu não quis mesmo falar em uma falta de caráter antes para não gerar uma discussão sobre o que é isso subjetivamente e do ponto de vista da moralidade para alguns destes personagens, porque isso deixa o debate pior ainda, porque isso é pior que mesmo.
Em alguns casos, observando com mais atenção a conduta e as palavras destas pessoas, as ginásticas e manobras discursivas que elas realizam para justificar isso – o que envolve ser ANTI-PT, não ser fanático nem ortodoxo, ou a defesa rasa da liberdade de escolha e de opinião como um direito a escolher e a errar indefinidamente, eu percebo certa perversão moral e cinismo ético descarado o que publicamente visto por todos é somente uma falta de vergonha na cara.
E isso significa que se essas pessoas são assim e que está é a forma da política delas – aquilo que elas fazem no poder de forma discricionária e a partir dos seus valores - é pior ainda, porque trata dos interesses de todos atendendo somente aos seus próprios. Nosso país vai ficar muito melhor quando o povo e os eleitores souberem se livrar de vez deste tipo de pessoas.
Outra consideração me vale aqui para os que são graduados e que tem formação intelectual suficiente para discernir o joio do trigo e que mesmo assim atuam para preservar esta política e esta cultura política. Tô bem longe de achar que prostituição intelectual e prejudicar o povo elegendo pilantras, picaretas, malandros e candidatos de traficantes possa ser bom para a nossa sociedade e o nosso povo, nossos filhos e todos os filhos deste país.
Isso, enfim, é para mim a pior forma de corrupção, a corrupção do caráter das pessoas...e avança na direção de ficar dizendo que é isso mesmo, que todo mundo é igual, dando mau exemplo por sua conduta e mau exemplo de juízo por não promover o discernimento moral, intelectual e de caráter. Não dá mesmo, vistas as coisas desta forma, para fazer de conta que tudo bem.
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