Creio que não há dúvida de que qualquer mudança no modo de
produção incide sobre nossos modos de vida e nossas mentalidades, porém, esta
mudança é possível por uma mudança que parte do reconhecimento de uma outra possibilidade
de que aquela forma de fazer e de viver pode ser superada ou alterada. Então, é
assim que uma mudança de mentalidade em poucos desperta em conseqüências e em
efeitos mudança de mentalidades em outros e, como gostam muitos materialistas,
as mudanças nas condições materiais mudam as mentalidades. Para quem me entende
aqui estou falando de mudança de mentalidades que mudam as condições materiais
e incidem sobre elas. Isso para mim ainda se chama pensamento. E sou daqueles
que acredita que mesmo o trabalho é uma atividade que se segue a um pensamento
que reconheci uma necessidade ou um curso de ação determinada como possível.
Apesar desta discussão parecer bizantina, me fascina o fato de que ela envolve
também a possibilidade da mudança, tanto do trabalho como da nossa forma de
pensar sobre e ser determinado por ele. E é assim que observo na história os
encontros entre um pensamento qualitativamente superior e uma ocorrência ou
forma de poder ou vocação para o poder. Isso pode muito bem ser observado
quando surge o pensamento, quando ele se encontra e se realiza em um ou no seu máximo
poder, e quando ele vai sendo superado por outro pensamento que lhe sucede e que avança para além dele. Entendo Hegel
e entendo Marx, mas entendo mais ainda a idéia de limites da razão em Kant.
Pois e neles que se dá este encontro entre pensamento e poder, para após se
manifestar na história como realização, fatos ou ações. Mas pondero que sua apresentação sempre se dá
num discurso que precede ação, fatos ou determinadas realizações. As conseqüências desta idéia ou pensamento deixo
para cada um tirar por si mesmo....
POLÍTICA, HISTÓRIA, FILOSOFIA, SOCIOLOGIA, DEMOCRACIA, DEMOGRAFIA, GEOGRAFIA, lITERATURA, POESIA E ARTE - TEXTOS PARA INFORMAR, DIVULGAR, LER E CRITICAR - Daniel Adams Boeira - 13 de junho de 2009 - daniel underline boeira arroba yahoo ponto com ponto br
domingo, 31 de agosto de 2014
sábado, 30 de agosto de 2014
TE COMPREENDO
Agradeço a possibilidade de
entender as pessoas, mesmo aquelas que tem mais dificuldade para se fazerem
entender. É uma verdadeira dádiva para mim entender os solitários e os
apaixonados, os pessimistas e os otimistas, os realistas e pragmáticos, os românticos
e os hedonistas, por exemplo, e entendo até aqueles que mentem para sobreviver
neste mundo, entendo os que se lamentam e os que choram, os que não entendem
nada e nem querem entender, os indiferentes e os afetados, os sentimentais e os
insensíveis, entendo as fortalezas e os molengões também e entendo alguns dos
mais difíceis de entender, entendo os fracos e os fortes...os que tem e os que
não tem vez....não darei detalhes particulares nem de mim nem dos demais, mas
eu entendo a todos...só me recuso a entender aqueles que são maus
deliberadamente...confesso que não consigo entender...compreendo bem os que
erram, porque também já errei, mas não compreendo os que erram de forma
deliberada e assumida...não compreendo a perversão e a maldade...e me sinto
melhor quando vejo mais pessoas que não entendem também...e fico com isso me
entendendo melhor...isso é o tipo de aversão que só uma educação e uma
sensibilidade pode nos dar...agradeço esta dádiva que para mim é inexplicável
porque me torna comum àqueles que estimo muito e que admiro demais...e não me
sinto um fraco por isto, ao contrário...agradeço sem vaidade alguma a
lição...te compreendo...
SOLIDÃO POR BERGMAN
“Eu penso assim: a solidão é
absoluta. É uma ilusão uma pessoa convencer-se de outra coisa. Tome consciência
disso. E tente agir em coerência com isso. Não espere nada, nada, a não ser um
inferno na Terra. Se acontecer algo de agradável, melhor. Não acredite nunca
que você poderá quebrar a solidão. Ela é absoluta. Você poderá fazer poesia
sobre coexistência em vários planos, mas ainda assim será apenas poesia sobre
religião, política, amor, arte e assim por diante. A solidão é total da mesma
maneira. A ratoeira está na possibilidade de poder ser alguma vez dominada por
uma miragem de coexistência. Esteja consciente de que é uma ilusão. Assim, você
não ficará decepcionada depois, quando tudo voltar ao seu normal. Uma pessoa
tem de viver pelo instinto da solidão absoluta. Nessa altura, uma pessoa deixa
de lamentar-se, deixa de afligir-se. É aí que uma pessoa, de fato, passa a
sentir-se bastante segura e aprende a aceitar a falta de sentido da vida com
uma certa satisfação. Com isso, não quero dizer que uma pessoa se torna
passiva. Acredito que uma pessoa deve lutar o mais possível e o melhor
possível. Por nenhuma outra razão a não ser aquela de que uma pessoa se sente
melhor fazendo o seu melhor do que desistindo.”
Bergman, Cenas de um Casamento
Sueco.
SOBRE OS SONETOS E OS POEMAS DE SHAKESPEARE: O AMOR É UMA LOUCURA
- minha resposta alongada a um comentário
gentil sobre as traduções do soneto 116 que publiquei aqui - e uma amenidade
com carinho aos amigos e amigas
Todos os sonetos de Shakespeare
tem algo maravilhoso e genial. Eu fico encantado com tudo neles, com a rima, a
métrica, a escolha das palavras pelo autor e pelo autores das traduções as
expressões coloquiais e as invencionices e analogias, ironias e finesses dos
ataques ao coração do leitor e da leitora por parte de Shakespeare. Me emociono
mesmo lendo eles e para ser mais rigoroso recitando eles que é como eu creio
que toda poesia deve ser lida de modo a lidar com a musicalidade e a sua grande
magia.
Já falei neste blog da minha descoberta
e experiência mágica com os Sonetos numa certa temporada de verão no inicio dos
anos 90 em Florianópolis, na casa de minha amiga Suzi Biazus me dei lá ao
trabalho de começar a ler um exemplar bilíngüe deles e cabei por ficar
brincando entre amigos - e em meio a feitura de um memorável carreteiro - com a tradução e a partir daquela data até
hoje sempre dou uma espiadinha aqui e ali e não resisto a uma obra dele na estante
de qualquer livraria. Procuro até hoje aquela edição da Ediouro de bolso, mas não achei ainda.
Não escuto ou leio, porém, muita
gente falando dos sonetos de Shakespeare e creio que com eles – encobertos pelas
peças teatrais - acontece algo semelhante às crônicas de Machado de Assis que
são encobertas pelas suas demais obras de fôlego.
Na semana
antepassada, para ser mais exato a dez dias – em 19 de agosto - adquiri Vênus e
Adônis numa edição luxuosa da Leya, tradução por Alípio Correia de Franca Neto e
me surpreendi também pela qualidade de mais isso que me cativa. O cara era
genial e fiz a experiência de recitar três sextilhas para dois alunos
interessados em sala de aula no noturno e o impacto foi preciso. Assisti os
olhos espantados dos alunos ouvindo aquilo e se admirando de um professor de
filosofia que ama a poesia com mesma paixão que ama a verdade e a busca da sabedoria
e da felicidade.
Depois da postagem aqui e do comentário
sobre o 116 fiquei pensando nele e em Homero. Queria também dizer que este
soneto é uma espécie de leitmotiv para o meu texto no meu blog - cheio de
imperfeições, mas para debate - sobre Atração Física e Mental. E confessar que
sou um filósofo que olha para o amor como uma grande desafio à reflexão. Vejam duas sextilhas (349-355):
“Quando ele senta, eis que ela já
é vinda
E como amante humilde cai de
joelhos;
Com a bela mão o boné agora o eleva
(guinda)
A outra acarinha meiga o rosto
dele, e o
Seu
rosto a aceita, se imprimindo fraca
Tão
fácil quanto a neve caindo, a marca.
Oh, como os olhos deles travam
duelos,
Os dela aos dele suplicando
forte,
Os dele os vendo como que sem
vê-los;
Os dela em corte, os deles frios à
corte;
E
atos de um drama mudo aclaram o choro
Que
os olhos dela chovem como um coro” (pp.85-87)
Chovem como um coro deve ser algo
muito afinado e um amor assim não pode ser desprezado.
Vou terminar com uma linha de
comentário do tradutor de Vênus e Adônis (Leya Editores). A Deusa Vênus tenta com
todas as suas forças conquistar o belo Adônis que resiste bravamente e o poema que
nos aponta como este jogo de resistência e indiferença é um tema desafio à pena
do autor e ao mesmo tempo uma lição a um tema de nossa vida. O Gênio de Shakespeare "não faz menos do
que sondar a loucura dos que amam e a loucura ainda maior do que se recusam a
fazê-lo". Tá né, agora só o que falta é isso para pensar na loucura da
recusa ao amor. No caso de Adônis levou ao azar...e não vou dar spoiler aqui.
Para fechar me comentário vou
frasear um pouco sobre isto, para pensar mais depois e além de hoje.
Fiquei pensando no que seria de mim se tivesse
uma expressão como esta para cada um dos amores conquistados e recusados da minha
adolescência e conclui que isso sim seria sim uma grande loucura. Considerei
esta chave uma espécie de arma secreta que deve ser bem guardada para evitar
seu mau uso e aplicação indevida. Afinal, não se deve seduzir quem não se ama,
nem conquistar alguém para quem não queremos dar nosso pleno amor, mas somente se
oferece e se dão migalhas de nosso carinho, atenção e afetos. Pois veja bem,
ser capaz de encurralar minha amada e minha conquista em tal encruzilhada e
dilema: ama loucamente ou enlouquece sozinha, seria uma imperdoável perversidade.
Mas que há talvez, enfim, um
pequeno caso ou um único caos em que isso é perdoável e compreensível, isto é,
aquele em que se ama de forma tão reveladora que não se consegue fugir,
negacear ou arengar. E aqui cabe meu modelo de atração completa de uma alma por
outra – com todo erro categorial que alguém queira atribuir – e tal paixão que
move o corpo e o espírito é irresistível e definitivamente inesquecível.
E devo confessar – com uma gota
última de tinta, sem nenhuma lágrima - que creio que uma loucura compartilhada,
como já dizia John Lennon em relação à um sonho compartilhado - Sonho que se sonha junto é realidade - ganha realidade e,
portanto, deixa de ser loucura. Mas ninguém há de saber o que perdeu nem o que
seria, apesar de alguns considerarem muita fortuna o que perderam e grande
virtude resistir às flechas do arqueiro.
ÉTICA E JUSTIÇA: NÃO SE PODE PEDIR DEMISSÃO A DEUS
"A greenelândia fica a leste do Éden. É o locus
fictício do sujeito dividido entre o imperativo ético e a transgressão das
regras morais; o grau zero da luta encarniçada entre a fé e a descrença; a
malignidade e a bondade; a estupidez e a sensatez, enfim, entre a busca
incessante da justiça e os obstáculos que adiam sua chegada.."
(Jurandir F. Costa comenta obra de Granham Greene) Dica do camarada Gustavo de Mello....
SOBRE O GRANDE CIRO GOMES!
Ciro Gomes é um dos melhores quadros políticos deste país!
Faz bem análises finas, como análises e críticas duras e é bom de debate e de
idéias. Com todo respeito aos demais quadros dos partidos e de grandeza
inquestionável também, talvez um dia este homem seja presidente deste país! E
eu como militante do PT não me sentiria mal fazendo campanha para ele! Sei que
ele rompeu com Eduardo Campos e que isto deixa marcas, mas creio que o PSB tem
nele um dos seus melhores quadros políticos. E acrescento que também gostaria
de ver ele trabalhando com a Dilma no próximo Governo!
SOBRE DEBATES POLÍTICOS NA ESCOLA
Creio que é preciso tratar disto
com um bom debate na escola e com mais democracia no trato das opções. Mas é um
processo que precisa ser construído com muita calma e paciência, sem açodamento
e sem aceitar provocações Eu tive um colega que fazia isso sistematicamente,
mas só em períodos eleitorais. Ele encaixava uma opinião e uma posição bem
agressiva aqui e ali contra o meu partido e minhas posições gerais e externas e
parecia ter prazer em fazer isto. Eu ficava na minha e tentava não aceitar a
provocação porque imaginava que seria muito ruim fazer guerra de bugio com
questão tão importante quanto a política para mim. Creio que em alguns casos
teve os efeitos que ele desejava, mas no geral ficava sempre ruim para ele,
Porque alguns alunos vinham me contar e confidenciavam que sequer enfrentavam,
a opinião do professor em sala de aula, pois o mesmo não era de humanas e
poderia "marcar" os alunos, mas que depois em separado os alunos
discutiam sobre as posições do professor e no mais das vezes ele ganhava a
desaprovação geral dos alunos pela atitude e pelos méritos e formas das suas
posições. O debate político é o tipo de coisa que quando é feito com mais
polidez e precisão, clareza e tranqüilidade ganha muito em qualidade e abre
espaço para se compreender as diferenças e também compreensões e incompreensões
sobre as coisas. Não é o tipo de debate que termina por decreto. Eu me dei por
conta disto faz um tempão já. As urnas cantam uma decisão para aquele ponto e
naquele período, mas o debate e o conhecimento não termina com o resultado
eleitoral. E se apaixonar e bradar por política só em época de eleições é um
sintoma de falta de seriedade para mim no que toca a real importância dada ao
assunto. Assim, fazer política para mim envolve uma reflexão num tempo mais
alargado, memórias de votos que já dei e de razões e posições que já defendi e
isso é bem importante ensinar e mostrar aos alunos que se pode evoluir ao longo
do tempo e adquirir mais conhecimentos do que opiniões instantâneas e de
bate-pronto e de súbito sobre as coisas e os assuntos da política. Nossa, eu
começo a falar disso e sai tanta coisa....bem...em frente....
GERENCIA DO BRASIL?
Na questão da gerencia do Brasil
e da acumulação do Chefe de Estado e Chefe de Governo do Presidencialismo
Brasileiro Dilma foi clara. Ela também poderia ter dito, mas foi suave na
resposta, que Marina pretende passar a gestão do país aos banqueiros e
empresários que a apoiam e que este é o preço que ele topa pagar para chegar ao
poder. Com discurso elogiando as privatizações e FHC e com um economista
neoliberal, com as sinalizações ao PSDB, Serra e seus assessores novos e
coordenadores o que não está claro para mim são as razões para apoiar Marina.
Que num é mais PSB, nem PV, nem REDE e nem ex-PT mesmo!
OLÍVIO É UM RETROCESSO? ATÁ....SEI...
Então é um retrocesso para você o
fato de Olívio querer e defender reforma política, moralidade pública e redução
das desigualdades sociais no Brasil? chamei Simon de condestável como uma
ironia, mas creio que o uso e a apresentação de argumentos ajudam sempre mais,
tanto para criticar como para defender. Explique para nós mais - se quiseres -
o que você pensa sobre a renovação, o avanço e o progresso representado por
mais um candidato cevado na RBS, cujas opiniões políticas são francamente
conservadoras e superficiais? Isso sem falar da completa ausência em toda a
biografia deste homem de alguma defesa do trabalhismo? Uma contradição destas
por si só já é um retrocesso meu caro.
CANDIDATA PALIATIVA
Então tá chamar o MAIS MÉDICOS de
paliativo foi o máximo, da parte da CANDIDATA PALIATIVA.....
OPERADORES DE MERCADO TE APOIAM ENTÃO?
APRENDI O QUE SIGNIFICA
"OPERADORES DO MERCADO" NOS ANOS 80, ENQUANTO O BRASIL AUMENTAVA SUA
DIVIDA EXTERNA E INTERNA, SEM DESENVOLVIMENTO ALGUM E COM ALTA INFLAÇÃO E
ESTAGNAÇÃO ECONÔMICA, TAMBÉM LEMBRO DA EXPRESSÃO "OVERNIGHT" QUE
INDICAVA OS FLUXOS E OS RENDIMENTOS DE INVESTIMENTOS EM PAPÉIS ESPECULATIVOS -
ENTÃO VOU FAZER UMA CONFISSÃO de PEÃO AQUI: EU NÃO QUERO UM PRESIDENTE E NEM
UMA PRESIDENTA COMPROMETIDA OU ORIENTADA POR OPERADORES DE MERCADO. e a teoria
da mão invisível nunca me convenceu também. Estes caras tem nome endereço e são
especializados em manter seus CPF isentos e nada de bom significam para
mim...acho que querem me lascar mesmo....SOCORRO....eu não gosto nada do que
esta candidata paliativa significa na real, será que só eu e uns poucos
brasileiros e brasileiras sabem ler isso? Vamos ter que surfar nesta onda e
sair vivos.....que coisa mesmo...só XENTE BOA E DA ELITE....André Lara Resende, Neca Setubol e Eduirado Gianetti
REMENBER
PERCAS E PERDAS - uma sucessão de
erros, danos, abandonos, entregas e nada mais paliativo do que o que se
apresenta desta forma. Percas e perdas, REMENBER são dois pra lá, dois pra
cá...E as vezes é só isso mesmo...
TIPO ASSIM - AGUENTANDO A CANALHICE COMO UM GENTLEMAN
Para um amigo e camarada que
ficou todo arrependido de ter postado uma informação errada eu disse agora à
pouco o seguinte: fique tranqüilo, porque isso acontece. O mais importante é
que você descobriu e pode reparar e se corrigir deste erro. Talvez seja mais
importante do que parece isso para nós, pois no teu caso você olha para a tua
credibilidade e responsabilidade e este é um sintoma de que para você não vale
tudo o que é muito bom também. Mas eu queria te dizer uma coisa que está me
chateando e muito: nós estamos lutando aqui contra posições, instituições e
candidatos e pessoas para os quais o vale-tudo é um método legítimo, e no
debate presidencial de terça-feira eu entendi isso perfeitamente. Caímos num
irracionalismo escancarado, por isso estou com um sentimento de que me lasquei
também. Meu amigo não é a derrota do PT que me preocupa, nem da Dilma Rousseff,
mas sim de uma idéia que nos é tão cara a de que devemos fazer o debate e a
democracia sendo muito honestos e verdadeiros. Me defrontei naquele debate com
tantos absurdos, manobras e distorções que fiquei abismado amigo. A luta está
duríssima para nós e me dói pensar na tragédia que pode decorrer desta
canalhice generalizada que temos que assistir como gentleman's. Vejo que isso é
dureza, mas vai passar. E VEJO a progressão dos acontecimentos e o crime
absurdo que estão perpetrando contra a democracia brasileira. Não me sinto um
coitado, nem a vitima, vejo muitas vítimas mais entre aqueles que seguem este
curso de ação. E me lembrei muito de Getúlio pensando hoje pela manhã no
significado da traição, da traição política e da traição à pátria...
sexta-feira, 29 de agosto de 2014
SOBRE OS DEBATE PRESIDENCIAL DA BAND E MEU ABORRECIMENTO PASSAGEIRO
Sobre
o debate de terça-feira passada entre os presidenciáveis estou progredindo
melhor hoje na análise. Eu entendi e entendo tudo muito bem, compreendo as
razões mínimas e máximas de cada um e de cada uma, mas não concordo e, também,
estou desesperado, mas não com uma derrota da Dilma, e sim com o padrão desta
democracia e com os riscos que vejo nisto tudo somado, se eu desaparecesse
amanhã eu diria uma única coisa: resolvam estas irracionalidades, casuísmos, oportunismos e opacidades.
Não
são somente os governos que precisam ser transparentes, também aos candidatos
cabe à máxima seriedade, transparência e honestidade em suas propostas e
deveria haver também certo mecanismo de regulação e aferição disto. Creio que é
muito feio ver as pessoas mentindo ou distorcendo fatos, e mentindo descaradamente
em rede nacional.
Pugno
por alguma medida para impedir o contágio e este vírus no nosso sistema político
pela irracionalidade que se espalha a partir de certos lugares comuns e
opiniões que dissimulam seus reais interesses e intentos. A decadência política
é algo que tanto se tenta evitar, mas que depende também do desmascaramento do
que se diz novo, mas que é realmente velho, do que se diz a mudança, mas que é
um retrocesso.
Quando
vejo a forma como a imprensa se comporta contra uns e a favor de outros sempre
lembro que esta tendência pode ser repetida conforme a onda contra aqueles que
eles apoiaram um dia. Aproveitar-se disto é promover este grande vale tudo, que
alguns consideram ser o campo livre da política brasileira, mas que representa
um déficit moral, democrático e republicano.
Eu
sei que não há dispositivo legal que impeça um pastor do tipo Tim Tones de
levar milhares de pessoas ao suicido coletivo ou ao sacrifício voluntário; eu
sei que nosso sistema democrático é muito democrático a tal ponto que frações
que não somam 1% dos votos sejam organizadas como partidos políticos e recebam
recursos públicos para dar show, vender idéias disputar a micro hegemonia e ter
espaço para suas platéias animadas e buliçosas; mas creio que deveria haver
alguma forma de impedir o espetáculo de irracionalidade que vislumbro, o qual
só pode ser compreendido pela nossa máxima tolerância ou total falta de juízo
sobre certas coisas e entre estas as coisas e os assuntos públicos.
Eu
assimilo o golpe do Debate e das diferenças arrazoadamente colocadas, mas
começo agora a ficar resignado porque vejo que não é só eu que não vejo racionalidade
nas causas, nas críticas e na propostas de alguns candidatos. Isso me dá certo
conforto, após o profundo desconforto que se abateu sobre mim quando afirmei
para mim mesmo em plena alvorada posterior ao debate que me lasquei. Desta
forma:
Eu
me lasquei...lutei boa parte de uma vida para ter democracia, 25 anos depois de
conquistar isso com o povo junto, tenho que assistir um debate para presidente
das 22:00 as 01:20 cujos protagonistas de oposição ao governo apresentam uma
coleção de bobagens e delírios e a parte pior é que todos eles tem atrás de si
partidos regularizados, organizados e estruturados em todo o Brasil, e a maior
adversária da minha presidenta - minha presidenta que pode não ser infalível,
mas é séria e de verdade - está montada num cavalo que não é seu, faz um
discurso para dizer que é seu e não tem um pingo de realidade e veracidade em
suas maior proposta de nova política. Ver o candidato do PSDB falar em
violência, crime, corrupção e nem piscar também foi algo. Ver a vala comum em
que a Luciana "meu pai é diferente" Genro coloca Dilma, Marina e
Aécio é de doer. Os mitômanos vou deixar para você pensar. Ver Eduardo Jorge e
aquele tom engraçado embaraçado e imaginar também o nível de raciocínio e de
visão estratégica desses caras também é de doer. Auditoria da dívida,
capitalismo internacional, elites brasileiras, sonegação, estado mínimo,
gerência do Brasil na boca dessa gente ganha sempre outras traduções. Me
lasquei, foi de doer: QUE PERIGO!.
A questão é justamente esta: não quem você
ataca ou não e como você ataca, mas sim com quais argumentos e quais conseqüências
se decorrem disto. Todas as ações políticas tem conseqüências e é muito difícil
realmente pensar no bem comum sem levar isto em consideração de fato. Vejo
neste debate toda a diferença entre realismo e idealismo, pragmatismo e
purismo, esquerda e esquerdismo. Entre o que chamo do jogo de vale tudo pelo
poder e este jogo que faz de conta que há alguma forma de indiscernibilidade
das coisas.
A
melhor parte da democracia é o confronto de ideias e os debates deveriam
apresentar isto. Neste confronto se depura o pensamento social de um povo e uma
nação. Creio que é algo que deveria ser mais trabalhado, pois não se trata
somente da conquista do poder, mas também da construção do pensamento nacional
sobre as coisas. Hoje em aula estava mesmo apontando para os alunos que os
encontros entre pensamento e poder mudam a história. E o máximo pensamento,
qualquer forma de racionalidade que apresenta-se de modo mais qualitativo e
verdadeiro caba por criar algum poder ou contrarrestar uma forma de poder
vigente e alterá-lo. O debate na terça-feira me aborreceu, mas há que se
admitir que se apresentou nele pensamentos alguns confusos e incipientes e
outros mais sólidos e com grandes vinculos com tradições que não queremos
abandonar. As eleições deste ano para mim sempre significaram um divisor de
águas e a oportunidade de fazermos um bom balanço do que fica e do que deve
sair nestes 25 anos de democracia brasileira e mesmo dos perdedores ou dos
vencidos algo deverá sobreviver e ser mais valorizado na mesa de desenho da
nossa sociedade. E dos temas que maios me chamam a atenção alguns tem muita
nobreza e devem ser vistos com mais atenção. A defesa singela da "paz e do
amor" pelo Eduardo Jorge, por exemplo, é bem mais revolucionária e
emancipatória do que parece, aceitem ou não aqueles que querem a revolução e
poder.
Isso
me dá esperança de correção e de que todo o mal e toda a distorção possível não
triunfarão.
Quando
a gente canta de verdade começa a não aceitar mais solos desafinados, fora do
tom e sem beleza. E a imagem que eu vi não era mesmo de uma polifonia de vozes.
Mas sim de uma orquestra dos horrores e que não se salva. A vagueza, a
dubiedade e a falta de significado das
palavras me preocupa e muito, não pela gramática, pela sintática ou a correção,
mas o sentido explicito e implícito disto. Mas uma coisa é certa para mim já:
tudo passa...e isso também passará...quanto aos custos e aos danos serão
distribuídos desigualmente para todos e aqueles que ora consideram a política
um objeto de diversão e brincadeira, hão de saber o que fizeram. De todo mal
que eu vejo e pressinto, somente um me comove: a injustiça e a dissolução da
boa arte.
Uma
narrativa - digamos ofensiva e proativa diria: estou à beira de decisões
difíceis. Nenhuma delas diz respeito ao que farei de mim, mas sim sobre que
armas usarei e de que modo farei dobrarem os sinos daqui por diante. Maquiavel
é um remédio sagrado para mim, cujo recurso só me autorizo por razão de defesa
da vida de todos, não por capricho ou ambição, nem por vaidade ou orgulho. Só
por precisão.
Isso
que assistimos esta semana como debate eleitoral teve seus momentos nobres ao
meu ver, mas foi algo deprimente em certo sentido porque se fizermos uma lista
de todas as proposições proferidas, não nos será muito difícil avaliar quais
tem racionalidade e quais são produtos do obscurantismo de um impulso
presunçoso e enganador sobre a inteligência da audiência e, num contexto de
debate, quais são evasivas, vagas e simplórias.
Não
é muito difícil se avaliar também quais proposições são verdadeiras ou falsas,
quais correspondem a fatos e quais
representam distorções de fatos. O domínio de incerteza e de relativismo também
tem seu limite na realidade e na correspondência efetiva a fatos. Não existe
uma coisa em si na política que permite com que cada um veja uma coisa de uma
forma diferente e nem há a possibilidade de fazer um mosaico das posições, opiniões
e pensamentos e se dizer que todas são verdadeiras.
Aquele
espetáculo assistido de cacos, fragmentos, estilhaços do passado me mostrou,
por fim, que a tarefa do PT não acabou. Ainda há um projeto sendo realizado e
construído com afinco e trabalho e que é legítimo em seus propósitos e tem razoável
eficácia. E Dilma não foi soberba nem arrogante frente aquela saranda toda.
Manteve sua direção e mostrou bem quem de fato tem visão de futuro, não pela
sua caixola, mas por representar um grande coletivo de pessoas que não querem
mesmo o mal deste pais e do seu povo e que não se servem do vale tudo, não tem
poderes externos ao seu favor, nem canhões de comunicação ao seu lado. E ao meu
ver, apesar do massacre sistemático que o governo sofre por grupos poderosos ao
ponto de mobilizar uma espécie de exército paralelo contrário ao seu trabalho e
do seu governo, ela mantém seriedade e a tranqüilidade necessária para vencer
E
te garanto que boa parte deste coletivo não está no governo, não é empregado
pelo governo, nem beneficiário de suas políticas sociais, mas que continua
mantendo sua aposta no Brasil e na mudança de nossa sociedade. Muitos petistas
que conheço nem querem estar no governo, só querem um país melhor e trabalham
seriamente para isso em cada canto que podem e em todos os espaços que ocupam
no mundo do trabalho, da cultura, da ciência e da tecnologia.
Me aborreço sim, mas confio no encontro entre pensamento e poder que levou este projeto a nos colocar onde e como nós estamos, ainda que seja verdadeiro que muitos não compreendem isto.
Não creio que o povo não saiba votar. Nossa democracia está em sua infância. 25 anos é muito pouco tempo para prender a votar e mesmo assim sei que o povo só pode aprender a votar, votando e assumindo sua parcela de responsabilidade com quem elege.
Fiquei pensando numa matéria e entrevista que vi na Globo News com Eric Maskin (Milenio Eric Maskin Discute como tornar a democracia mais representativa )sobre como tornar a democracia mais representativa. Este debate sobre a democracia e que me leva para o tema geral da reforma política, pois entendo que devemos sim adotar novos mecanismo de voto e fiquei muito bem impressionado com a solução ou método de Condorcet citado por ele para as maiorias reais em que os eleitores votam em seus três o quatro candidatos preferidos e que a eleição se dá sobre o melhor ranqueado.
Também dizer que creio que é necessário criar um sistema de barreira que elimine as minorias que não formam maioria e que simplesmente disputam espaço e midia com os debates. Não creio que não há nada que tenha sido apresentado e dito pelos grupos minoritários no debate .que não possa ser dito com mais convergência e precisão pelos majoritários. Neste sentido creio que certos aspectos da disputa de hegemonia devem passar das urnas para os partidos e para os plebiscitos.
De qualquer modo é preciso sim rearranjar o espectro partidário nacional e impedir o artificialismo e as legendas de aluguel que só servem para barganhar espaços e representar pobremente e sem dignidade posições diversas que podem ser sim incluídas em partidos já existentes. Não dá para ficar criando um partido para cada nova ambição de poder, e nem tanto lastro de pensamento que se apresenta ou que sente não representado. Não tenho a menor ideia como resolver isto, mas creio que precisa ser pensado também na reforma política.
Devo falar de parte do que me aborrece com mais detalhe emfim. O fato de Marina Silva não ter partido real e formalmente legitimado só mostra o quanto nossa democracia está num arranjo ruim que permite de ocasião uma candidatura cuja unidade política máxima e mais alargada é artificial e inconsistente, mas que, entretanto, disputa por acidente, tragédia, fatalidade e acaso ou destino a presidência da república com chances reais de vencer, mas cujos principais apostadores de ocasião não lhe dão sustentação política real alguma no futuro. E não digo isso por não respeitá-la, mas sim por não respeitar a tradição que a usa como títere e fantoche para voltar ao poder no Brasil.
Não acredito mesmo que a virtude seja preservada pela fortuna, pois cabe a virtude preservar a possibilidade de uma fortuna...portanto, não arrisco a apostar em aventuras na democracia e não creio ser sensato correr ou provar de novo este tipo de risco só por capricho e oportunismo.
E tudo se mostra nos pensamentos que os candidatos e candidatas apresentam. Na qualidade deles e no grau de seriedade e fiabilidade que racionalmente podemos lhes atribuir. Isso não significa que alguns pensamentos não possam ser melhores e avançar na democracia amanhã, mas ainda é bem cedo e precoce para tributar ao que se enuncia como novo uma saída segura.
Me aborreço sim, mas confio no encontro entre pensamento e poder que levou este projeto a nos colocar onde e como nós estamos, ainda que seja verdadeiro que muitos não compreendem isto.
Não creio que o povo não saiba votar. Nossa democracia está em sua infância. 25 anos é muito pouco tempo para prender a votar e mesmo assim sei que o povo só pode aprender a votar, votando e assumindo sua parcela de responsabilidade com quem elege.
Fiquei pensando numa matéria e entrevista que vi na Globo News com Eric Maskin (Milenio Eric Maskin Discute como tornar a democracia mais representativa )sobre como tornar a democracia mais representativa. Este debate sobre a democracia e que me leva para o tema geral da reforma política, pois entendo que devemos sim adotar novos mecanismo de voto e fiquei muito bem impressionado com a solução ou método de Condorcet citado por ele para as maiorias reais em que os eleitores votam em seus três o quatro candidatos preferidos e que a eleição se dá sobre o melhor ranqueado.
Também dizer que creio que é necessário criar um sistema de barreira que elimine as minorias que não formam maioria e que simplesmente disputam espaço e midia com os debates. Não creio que não há nada que tenha sido apresentado e dito pelos grupos minoritários no debate .que não possa ser dito com mais convergência e precisão pelos majoritários. Neste sentido creio que certos aspectos da disputa de hegemonia devem passar das urnas para os partidos e para os plebiscitos.
De qualquer modo é preciso sim rearranjar o espectro partidário nacional e impedir o artificialismo e as legendas de aluguel que só servem para barganhar espaços e representar pobremente e sem dignidade posições diversas que podem ser sim incluídas em partidos já existentes. Não dá para ficar criando um partido para cada nova ambição de poder, e nem tanto lastro de pensamento que se apresenta ou que sente não representado. Não tenho a menor ideia como resolver isto, mas creio que precisa ser pensado também na reforma política.
Devo falar de parte do que me aborrece com mais detalhe emfim. O fato de Marina Silva não ter partido real e formalmente legitimado só mostra o quanto nossa democracia está num arranjo ruim que permite de ocasião uma candidatura cuja unidade política máxima e mais alargada é artificial e inconsistente, mas que, entretanto, disputa por acidente, tragédia, fatalidade e acaso ou destino a presidência da república com chances reais de vencer, mas cujos principais apostadores de ocasião não lhe dão sustentação política real alguma no futuro. E não digo isso por não respeitá-la, mas sim por não respeitar a tradição que a usa como títere e fantoche para voltar ao poder no Brasil.
Não acredito mesmo que a virtude seja preservada pela fortuna, pois cabe a virtude preservar a possibilidade de uma fortuna...portanto, não arrisco a apostar em aventuras na democracia e não creio ser sensato correr ou provar de novo este tipo de risco só por capricho e oportunismo.
E tudo se mostra nos pensamentos que os candidatos e candidatas apresentam. Na qualidade deles e no grau de seriedade e fiabilidade que racionalmente podemos lhes atribuir. Isso não significa que alguns pensamentos não possam ser melhores e avançar na democracia amanhã, mas ainda é bem cedo e precoce para tributar ao que se enuncia como novo uma saída segura.
quinta-feira, 28 de agosto de 2014
AEROPORTO, JATINHO ILEGAL E HELICÓPTERO DE COCAÍNA
Prometi para mim mesmo que não ia falar sobre aeroporto, jato e helicóptero, mas vejo que é algo tão gritante e escancarado a esta altura que não dá para se omitir nem se calar sobre isto. Muito me admira que quem mais fala em corrupção, violência, drogas e falcatruas são justamente aqueles que querem mudar a política do Brasil, fazendo política sob o manto da impunidade e pregando pecado e punição somente aos outros. Não acredito de forma alguma que é um bem para o país ou para o nosso povo e todos cidadãos e cidadãs, trabalhadores e trabalhadoras, que não vivem de rendas ou de favores, eleger os candidatos dessa camarilha de mal feitores. Quando é que os bonitinhos e os anjinhos vão começar a respeitar as regras do jogo neste país. Que cambada mesmo.....ora essa....
Não conheço povo de lugar nenhum do mundo que conquistou alguma melhoria real na vida, paz na sociedade, fim da corrupção, fim da guerra das drogas e fim da violência votando em candidatos apoiados e que se juntam com traficantes e contraventores.
O A DE ANA AMÉLIA E AÉCIO - DÁ MAIS SINAIS DO QUE PARECE
Aquele A fatiado e rachado, esquartejado e fragmentando-se
aos pedaços na propaganda da Ana Amélia é um dos símbolos mais claros para mim
do que ela vai fazer com nosso estado. Ao contrário do que ela possa sugerir ou
dizer sobre diferenças e respeito as diferenças. A escolha daquilo é um ato
falho e confesso.
SÓ PARA REGISTRO MORAL - PARA QUEM ACHA QUE É REVOLUCIONÁRIO
Um imbecil que bota fogo em uma banca de revista não esta
habilitado a fazer nenhuma revolução de verdade e de qualidade em lugar algum
do mundo.
O último que fez tal besteira ou coisa parecida se chamava
Stalin...
EDUCADOR SOU EU - NÃO ENTENDEU AINDA?
Vamos se respeitá né...nada contra
chamar de educadores aqueles que atuam por um tempo, uma que outra vez nesta
atividade, aqueles que atuam na educação popular e na educação informal, mas
rigorosamente falando como justificativa contra outra atribuição leviana e
enganadora, educador sou eu e meus
colegas, somos nós os educadores que nos ocupamos com educação uma vida inteira,
uma carreira inteira, faça chuva ou faça sol, no tempo bom ou ruim, e não
buscamos outras alternativas para fugir ao nosso ofício ou ter posição mais
confortável na hierarquia dele ou da nossa sociedade, nós que nos dedicamos a
isso, não de passagem ou eventualmente, nós que estudamos para isso, buscamos
formação para isso e vivemos disto, nós que ficamos mais horas em sala de aula
do que com nossos familiares, gastamos horas e horas preparando aulas,
corrigindo provas, trabalhos e pensando muito nos nossos alunos, nos conhecimentos que temos ou
não temos, no cuidado e no zelo com eles e também em como construir alegria
neste mundo e através de nossas atividades...nós que ganhamos os salários que
ganhamos e que lutamos por educação nas ruas, avenidas, nos salões e
assembléias...e, para deixar bem claro, eu não estou reclamando, escolhi esta
profissão e me orgulho disto profundamente ao ponto de não querer sair de sala
de aula, e eu estou só defendendo meu trabalho e de meus colegas e o pouco
status que ainda temos, cujo nome não ostenta superioridade nem inocência, mas
que é só nosso e de mais ninguém do mundo do faz de conta ou do deixa que eu
chuto. O fato dela repetir este absurdo só mostra o quanto ela está disposta a
nos desconsiderar por considerar outras coisas mais importantes....
PAZ E AMOR, RACIONALIDADE, DEMOCRACIA E CIVILIZAÇÃO
Um dos momentos mais simbólicos e civilizatórios do debate de terça à noite foi quando Eduardo Jorge - Candidato a Presidente do PV, lembrou a uma audiência de certa forma estupefata que tradição é bem essa que muitos de nós defendemos quando defendemos a democracia, o diálogo, o respeito aos direitos e a mudança da sociedade de forma pacífica. É uma lembrança àqueles que julgam que vão mudar o mundo pegando em armas, fazendo quebra-quebras, tomando o poder pelo caminho da ação violenta. A oportunidade surge quando Luciana "meu pai é diferente" Genro ataca a modalidade "paz e amor" na política. O comentário cabe a Eduardo e ele afirma que diferentemente do que Luciana Genro disse, ele é a favor sim do “paz e amor” na política. cita então como exemplos de homens importantes na história da humanidade e que mudaram algo neste mundo John Lennon, Gandhi e Tolstoi. Poderia parecer uma ingenuidade, mas há que se registrar que a maior mudança possível na política é justamente esta: a resolução dialogada dos conflitos e a superação pacífica das diferenças. isso é propriamente um salto qualitativo e civilizatório na humanidade e que faz falta em muitos países, sociedades e estados. Abaixo Leonardo Boff (LEONARDO BOFF E A REVOLUÇÃO PACÍFICA NO BRASIL EM APOIO A DILMA )fala da "maior revolução pacífica no Brasil" e faço questão de lembrar que isso só é possível pelo respeito às instituições e pela ação não violenta na resolução de dissensos e conflitos. Na minha modesta, mas informada opinião, isso é um grande progresso para a nossa sociedade e o único caminho para superar as desigualdades sociais. Contrariar interesses não precisa ser traduzido por fazer a guerra ou por uma dose de intransigência que só pode levar ao autoritarismo e dissolver nossa caminhada democrática. Valeu Eduardo deste a lembrança que muitos jovens precisam ouvir.
IDEAIS, REALISMO E AÇÃO
Bom Dia...quem leva realmente a sério seus ideais, possui ideais superiores ou avançados e quer mesmo ver de alguma forma realizados seus sonhos na realidade precisa aproximar-se dela. Não há outra saída. Creio, para o bem de nossa própria razão e do sentido de nossa existência, que há sim uma espécie de imperativo moral ao idealista e ao crítico da realidade ou do pragmatismo, para o critico da velha política, da tradição ou do que está aí. A expressão da Dilma de que o pessimista nem começa é muito verdadeira e precisa.
segunda-feira, 25 de agosto de 2014
SOBRE A HEREDITARIEDADE NA POLÍTICA – A SEMENTE CONSERVADORA
A renitente e resistente Hereditariedade
na política e na nossa democracia jovem é um outro ponto que tenho me dado a
refletir. É também para mim um sintoma de regressão ao pré-moderno. E
também é um símile ou uma versão mais
legítima e geralmente aceita do nepotismo na indicação dos cargos de livre
nomeação em todos os poderes. Mas é algo que deveria receber a desaprovação
pública e ser considerado vergonhoso também, pela forma como é feita e pelo que
isso representa também na manutenção de espaços de poder nas mãos de poucos,
nos currais eleitorais intocados, no financiamento de campanha e na exclusão de
renovações, inovações na formação de novos homens públicos e novos métodos e
programas.
Me parece que isso era comum no
Coronelismo também. Vejo este fenômeno -
junto com o retorno do Absolutismo, através da influencia fundamentalista nas
eleições – como essa coisa maluca e regressiva que é a política da
hereditariedade que passa a ser sancionada nas urnas - e como se os filhotes
dos reis, dos coronéis, fossem também eleitos e ungidos. Eleitos pelos mortais
ou plebiscitados por eles e ungidos pelas agremiações políticas estéreis e
fechadas. Eu vi o Covattinho – e este é só um exemplo entre tantos - dizendo
que representa a renovação na política e dei de ombros aqui estes dias.
É sempre mais do mesmo. As
exceções a isso, não passam de belas maquiagens e modismos escorados no nome do
pai ou da mãe. E não vejo isso com bons olhos mesmo, nem pela direita e nem
pela esquerda. É a resistência dos donos do poder e é algo anti-republicano
para mim também. Deveria haver alguma coisa para impedir isto de forma
generalizada e reiterada como vemos. Morre o home e no automático os partidos
colocam seus filhos para puxar votos nos nomes e sobrenomes que viram marcas.
Olho para todo lado e vejo isso e pouca gente trata disso, por certa
intocabilidade adquirida. Quem quiser que faça a lista dos sobrenomes abaixo...
Um amigo me lembrou da herança do
capital político e econômico e eu me lembrei da herança de um capital simbólico
que passa a ser privado e associado a uma família, nome ou sobrenome. Mas é
pára discussão....não me sinto um especialista nisto, mas creio que deve ser
discutido também pelo aspecto regressivo e conservador que me apresenta.
domingo, 24 de agosto de 2014
O NEOLIBERALISMO DO PSB - VERSUS UNICAMP - E EM SÃO LEOPOLDO COM O PSDB, PP E PMDB-PSB*
Bom Dia...custo a acreditar no que leio neste debate de Gianetti contra Unicamp, e em paralelo no terrorismo econômico e político que está sendo disseminado aso quatro cantos daquele instituto suspeitíssimo contra os Governos e as Políticas do PT, e, também, na fantasia liberal de melhorar as condições sociais e reduzir desigualdades sociais sem regulação do mercado e da economia pelo estado. Dizer que a Unicamp é filha do governo ditatorial é um absurdo, posto que justamente lá se desenvolveu parte do pensamento econômico que tem contribuído para debelar o autoritarismo econômico do Neoliberais no Brasil pós Collor e FHC. E não é muito dificil descobrir que a Unicamp, e, em especial, seus professores da economia de hoje resistem para não ver sua universidade privatizada pelo governo Alckmin do PSDB. Gianetti parece ser então uma das pontas de conexão entre o PSB e o PSDB.
Em todos - absolutamente todos os países - em que o receituário liberal com privatizações e ausência da intervenção e da regulação estatal, com ausência e redução do investimento estatal em infra-estrutura, e com liberdade rigorosa à livre-competição, à especulação predatória e ao uso irrestrito de vantagens adquiridas em outros tempos mais estatais foi implementado, vemos altos índices de desemprego, crises sociais, culturais e religiosas e também o esvaziamento da política e o agravamento de conflitos étnicos e regionais. Este modelo leva a substituição de uma gestão pública orientada pelos interesses dos cidadãos e cidadãs por uma certa gerência instável de crise que serve somente para manter a ordem vantajosa a especulação, ao rentismo e à banca do capital.
A resposta respeitosa dos campianos aqui ( Assessor de Marina chama Unicamp de produto do regime militar e professores respondem ) é que Gianetti não defende uma posição religiosa, que não há em sua posição um fanatismo e tal. A delicadeza delas faz não recorrerem a nenhum expediente retórico e mais político, mas há que se pontuar que o AUTO-ENGANO econômico de Gianetti leva a uma tragédia social cujo estado mínimo propugnado é incapaz de reverter, pois renunciou antes aos instrumentos e mecanismos de proteção dos direitos do cidadãos e cidadãs trabalhadores e se converteu num mero indicador das condições e descritor da tragédia. Tal racionalidade é velha conhecida, pois apresenta somente mais do mesmo, ou seja, salvem-se os poderosos e os detentores de capital e lasquem-se os trabalhadores, com desemprego e ausência completa de políticas públicas.
Gianetti é um neoliberal e a notícia mais brava sobre isto em sua relação com o PSB e Marina é que a tradução mitigada do que é chamado de neoliberalismo em liberalismo verde é também um auto-engano, pois tal expediente serve apenas para encobrir uma doutrina cuja última preocupação é o bem estar social, o bem estar humano na natureza.
Há que se pontuar aqui algo mais, e não estou aqui defendendo a UNICAMP - mas é preciso reconhecer que mesmo no PSDB, há ou havia quem defenda a robustez de um estado de proteção social, mas que porém, nos últimos tempos, por uma espécie de surto elitista que trouxe uma total ausência de crença na força do trabalho e no potencial do povo brasileiro de superar desafios - o que inclui ai um pessimismo sobre suas próprias capacidades no PSDB, é hoje francamente dominante a doutrina do estado mínimo que se resume a uma visão fiscal ( deficit zero e débitos externos) e a ideia simplória de choque de gestão o que não significa - ao contrário do que deveria, mais empenho, mais dedicação e um esforço maior na gestão pública, mas apenas uma faísca descontínua de gestão que leva a falência do estado e à sua incapacidade de responder as demandas sociais e de desenvolvimento.
As maiores provas disto estão desde FHC nos resultados das políticas de privatização, na dependência externa e, também, no enfraquecimento do estado brasileiro no seu período. Veja-se a dívida dos estados e em especial do RS, a qual foi vendida e propagandeada de forma fraudulenta pelo PMDB-PSDB e RBS em 1996.
Nos âmbitos estaduais, não me sai da lembrança os trágicos governos do PSDB-PP-PMDB nos RS, o que inclui o governo Yeda e o governo Britto e em São Paulo e Minas Gerais o que podemos ver hoje com muita facilidade também como tragédia social. Devo salientar que o PP que é aliado nacional da Dilma, aqui no RS, professa o receituário Neoliberal também.
Em São Leopoldo - aqui onde vivo, trabalho e de onde escrevo agora - este laboratório de ideias liberais e mais neoliberais do que liberais, faz também seus estragos. E que, para terminar, é exatamente isto que esta sendo feito para o mal do povo leopoldense pelo atual governo local do PSDB-PP-PMDB-DEM-PSB* que consegue a façanha de frear o ciclo de desenvolvimento econômico da nossa cidade devolvendo recursos ao governo federal - ao mesmo tempo que apõe na fachada da prefeitura que o governo federal é rico e as prefeituras são pobres - investindo recursos públicos em prioridades que só geram lucro e desenvolvimento externo e que concentram renda ( do que os pardais entre outras coisas é somente a ponta mais visível), precarizando todas as relações de trabalho com os servidores públicos - o que passa por salários, negociações, condições e reconhecimento e reduzindo gravemente a capacidade de gestão e de trabalho de sua equipe com um exército de néscios e de desqualificados empregados como CCs. A prefeitura municipal não anda justamente porque transferiu para dentro dos seus quadros a mentalidade ultra-competitiva e expertinha que reduziu a solidariedade interna dos membros de gestão e que acirrou o travamento da máquina pública.
Vou terminar dizendo, então, que Gianetti conseguiu a façanha extraordinária de converter uma ex-petista às ideías neoliberais e ao núcleo fundamental destas ideias, o que só agrava um auto-engano que já era expresso no messianismo da candidata. E lamentar também que esta conversão se deu mais rapidamente com algumas células do PSB local cuja formação histórica e ideologia insuspeita se mostra e se manifesta de novo aliada do neoliberalismo, como já foram nos governos Britto e FHC muitos deles e no governos Yeda e uma minoria.
É talvez preciso traduzir os parágrafos iniciais á nossa realidade local, mas não creio que cada um que me lê não possa fazê-lo com sua própria cachola e reflexão sem ser guiado por minhas palavras e analisando e interpretando os fatos locais que podem ser vistos por qualquer um que tenha votado na eleição de 2012 e que saiba a que veio e o que de fato realiza este governo do PSDB-PMDB-PP-DEM-PSB*.
Vou concluir dizendo somente, o nosso povo precisa saber disto e é por isto que dediquei esta hora dominical a tratar deste tema.
sábado, 23 de agosto de 2014
SOBRE O AVIÃO DO EDUARDO CAMPOS E AS BESTEIRAS EM TORNO DISSO
A morte do Eduardo Campos e de sua equipe na queda do avião é muito lamentável para as famílias, para os amigos e para a democracia brasileira e para a história do nosso país. Mas o que tem vindo de cambulhada atrás disto é tão ou quão pior. Não vou falar da sucessão no PSB que é um partido livre para decidir seu destino e que deve julgar estar fazendo o certo, ainda que eu discorde. Mas o que certa imprensa e alguns outros se prestam a fazer em torno disto é muito ruim também. Que baixaria isso tudo. É claro que deve haver algum problema e uma causa determinada para um avião desses cair daquela forma. Devem haver responsabilidades a serem verificadas e regularidades também nisso tudo. Mas pior que o problema grave e trágico que pode ser mais devido à grande vontade do Eduardo de ser presidente do nosso país, é o que sucede no entorno disso como a especulaçâo leviana, a boataria besta e a baixaria fútil e irresponsável. Não vejo graça alguma no festival de teses que rondam esta triste história e lamento que algumas pessoas não usem seus miolos para pensar no nosso país, nos programas e projetos que estão disputando a presidência da república e deixem a Polícia e a Infraero investigar tudo. Depois que criarem uma teoria da conspiração cujos efeitos será somente melar e confundir mais o povo, os mesmo imbecis que o fazem irão se calar quando ficar provado que forçaram a mão ou disseram besteiras. Isso não passa de uma forma de desrespeito e desinformação do povo e só mostra o quanto certos sujeitos valem pouco e menos ainda á sua própria vate.
"Ali onde tenho consciência da minha ignorância não há erro possível"
Muitos que se dedicam a dar opinião, fazerem julgamentos, criticar, tecer comentários e argüir razões, poderiam pensar e alguns efetivamente pensam que não há benefício algum na ignorância. No mais das vezes, apontar para eles - mesmo com a maior delicadeza e finesse possível – a notável superficialidade, incompletude e incoerência das suas opiniões sobre algo os ofende.
Desta forma – aqui ou ali – dizer a alguém que ele ignora aquele assunto ou tal realidade, dizer a alguém que ela exagera a importância deste aspecto ou de outro no todo da questão ou mostrar com provas e argumentos que ela esta errada e que talvez ela desconheça algo mais fundamental e decisivo sobre aquilo do que fala pareceria uma afronta à pessoa e às coisas que ela julga saber. Nos debates, sempre podemos ganhar alguma coisa quando interpretamos não somente o que dizemos e os outros dizem, mas também quando ajuizamos porque escolhemos e selecionamos determinados elementos, exemplos e sentimentos para veicular naquela questão. Sinto que avançamos, assim, sobre nossas fontes mais primárias de motivações, valores, sentimentos resolvidos ou não resolvidos. E tenho observado que estas são boa parte das fontes mais férteis dos erros e das repetições dos nossos erros de cada dia.
Entretanto, o dizer acima, portanto, aponta uma grande vantagem não na mera ignorância, mas na consciência e na clareza que se pode ter ao aceitar, admitir ou refletir sobre o fato de que ignoramos alguma coisa sobre algo e à s vezes sobre nós mesmos e que, portanto, é de prudência e razoabilidade ir devagar com o andor naquela matéria. E que, enfim, ao compreender isso temos um ganho que é evitar a possibilidade do erro, evitar o agravamento do erro e cuidar melhor da qualidade dos nossos juízos . Na nossa formação de professores esta deveria ser uma das medidas e orientações basilares que a todo e qualquer professor é de prudência jamais palpitar, assentir a opiniões ou julgar em definitivo sobre assuntos que desconhece, que não examinou com mais atenção e que sequer se deu ao trabalho de apurar com o máximo rigor possível a sua verdade, validade, regularidade e legalidade. Estou – talvez o leitor mais atento perceba isto – usando aqui categorias e modalidades que dizem respeito a amplos domínios e faço isso propositadamente para facilitar a abertura de um leque cada vez maior de aplicação do que digo.
Dividindo o mundo, desta forma, e as criaturas entre aqueles que tratam do horizonte da dúvida tirando benefícios superiores dele e aqueles que o ignoram posto que julgam vantajoso à sua crença e a sua personalidade, manter suas ideias imersas em certa credulidade e na ausência da crítica ou da auto-crítica.
Ou como diz um amigo para lembrar uma velha sentença nordestina transformada em piada pelo Renato Aragão "assim como são as pessoas, são as criaturas", e dizer que também assim como são as coisas são as criaturas. E lembrar que o velho complemento literário disto é "coisa ruim, criatura ruim, e coisa boa, criatura boa".
Compreender que há uma diferença fundamental de atitude e de forma de tratar as coisas a partir de um pequeno detalhe que para alguns custa muito admitir, mas que para outros é usual e lhes conduz a tranquilidade relativamente a diversas questões sobre todas as coisas e sobre tudo que há.
E eu fiquei pensando um tempo ontem nisto, ao ler uma bela passagem de Gerard Lebrun sobre Kant (Do erro à alienação, o primeiro parágrafo que me é memorável na apresentação desta questão para mim), donde tiro a citação que vai de epígrafe à este texto.
E apontando depois, enfim, as pistas dos lugares e textos onde estas questões são tratadas para termos a grande vantagem que eu pressinto em ter sempre presente a “consciência da própria ignorância” que seria a contrapartida da dúvida tão basilar aos espíritos realmente críticos, que o são assim por serem mais desconfiados de si mesmos perguntando se “posso estar errado?” e “sob que condições posso nesta questão ter certeza sobre isto?”
SOBRE EDUCAÇÃO, DEMOCRACIA E CERTA IMPRENSA
Nós temos que defender a democracia em sala de aula e no
máximo que a escolha seja o mais racional e qualificada possível, não pelo
candidato preferido nosso, mas pelo conhecimento por parte dos eleitores,
nossos alunos, colegas e amigos do candidato, sua trajetória, seus atributos e
experiências, ideias e seu programa, partido e propostas. Eu jamais faço
campanha em sala de aula, já fui objeto de questionamento muitas vezes sobre
isto, mas me resumo a tratar da questão mais geral relacionada à política.
Quando meus alunos me perguntam a religião e o partido digo
que me é um assunto privado, que meu ofício em sala de aula não é tratar disto
e que para tratar destas questões preciso fazer isto fora da sala de aula e da
escola. Assumo minha história de militância integralmente, minha filiação e
meus candidatos, mas não faço proselitismo em sala de aula de forma alguma. Assim,
como assumo minha formação religiosa, minhas diversas experiências de
conhecimento de outros cultos, práticas e sabedorias, mas não faço jamais a
afirmação desta religião em detrimento de outra, ou desfaço e estabeleço um
debate que procure deslegitimar a opção religiosa de meus alunos. Trato de
religiões com tolerância e tento sempre compreendê-las, conhecê-las e defendo o
respeito às orientações religiosas dos outros. Tanto a política, quanto o
sagrado são para mim exemplos de como a razão deve se portar em relação ao que está
dentro dos seus limites e do que não está ao seu alcance julgar.
Aprendi e cada vez tenho mais convicção sobre isto que as
pessoas raciocinam e refletem de formas muito diferentes sobre as coisas, tem
níveis diferentes de compreensão, informação e conhecimento, algumas são influenciáveis
e manipuladas tanto para o bem quanto para o mal e outras são muito - o que
considero ótimo - donas dos seus juízos e assumem suas posições após estudo e
reflexão. Porém, isso não significa que excluo do âmbito de possibilidades das
pessoas suas crenças, suas esperanças e o domínio daquilo que é insondável e
incompreensível para mim.
Então, para salvaguardar o imponderável, superar estas tendências
ao inexplicável em algumas questões e ajudar temos que saber como professores apontar nesta
direção: que política é uma coisa séria e que não é somente uma questão de
opinião. Frisar que há ciência sobre esta matéria e que é possível sempre
discernir e compreender diferenças com precisão e a partir disto pensar na
melhor opção e numa escolha qualificada pela reflexão e não de forma superficial,
por impulso ou de modo irresponsável.
Minha filha de 15 anos, por exemplo, que completa 16 em 29
de novembro, disse algo sobre a televisão que eu creio que vale para tudo: tem
que filtrar. Só isso já é uma baita dica para quem segue por impulso
"certa imprensa" e certos "senhores da opinião pública".
Estes "senhores da opinião pública" e seus
"candidatos" são sempre aqueles que são cevados diariamente e
positivamente em seus meios e que se encontram montados em monopólios
adquiridos através de concessões na ditadura e na minha opinião por tráfico de
influência política nos anos 80, 90 e recentemente. Aqui no RS temos uma
plêiade de notáveis que são impingidos pela tevê, rádio e jornal e muitos deles
são eleitos. Se alguém me provar que eles fizeram algo de bom por este estado
eu me calo. Mas é altamente controverso o resultado dos governos e dos mandatos
deles. E já é indubitável os danos causados por eles a este estado e este país.
Os casos "Ford", "Copa do Mundo" e sobre a economia
nacional hoje são gritantes. E existem casos abundantes que demonstram este
propósito de obter resultados fazendo uso de manipulação e de terrorismo no
trato dos fatos e das versões.. A "propaganda fraudulenta" feita por
certa imprensa e um destes cevados em 1996 sobre a dívida do estado é somente
uma ilustração deste absurdo, deste engodo e do abuso sobre a boa-fé do nosso
povo. É inadmissível este desserviço, a desinformação intencional e a
manipulação dos fatos e dos acontecimentos por uma imprensa tendenciosa e que
não oferece informação de qualidade, fazendo o tempo todo proselitismo político
e ideológico através do uso e abuso de uma concessão pública.
Isso precisa ser fiscalizado para o bem da democracia,
porque representa sim uma ameaça e me é claro que os propósitos de manipulação
são somente para efeitos de atendimento aos interesses, chantagens e pressões
destes senhores. Não é pelo bem do povo, pelo bem do país, nem pelo bem da
democracia.
sexta-feira, 22 de agosto de 2014
ESSA VIDA DE LUTA
Eu fiquei pensando numas coisas hoje. Após o helicóptero da nossa presidenta passar sobre minha cabeça na lomba da estação Unisinos, ele ia em direção a Novo Hamburgo com um outro helicóptero militar fazendo escolta, enquanto eu voltava da escola e do almoço no Mano's. Eu olhei para cima e senti na hora que a pessoa que passava ali acima de mim estava a pensar em algo semelhante ao que eu penso todos os dias desde que me conheço por gente em como vai a vida desse povo aqui em redor, como vai a vida dessa gente toda que como a gente trabalha e vive no mesmo tempo e espaço que nós todos? Pensando que é tão bom ter uma presidenta que você conhece, que trabalha e que visita obras, que tem presença e nunca se esconde, que não tem medo de povo nem de nada e que defende com a gente o povo brasileiro, o serviço público brasileiro, o estado brasileiro, a petrobras, a inclusão social e tudo que tem sido feito por aqui e, ao mesmo tempo, saber, assim, que não se está sozinho. Um cidadão que me cruzou pelo caminho e que me viu olhando para os céus e esperando a aeronave passar exclamou: Essa não cai! e eu continuei pensando mais ainda nesse destino que nos apareceu como obra de uma grande luta, de uma grande batalha nossa. Completo 50 anos em poucos meses e metade deste tempo foi de Ditadura Militar e a outra metade foi de democracia e eu, enfim, pensei mais uma vez a mesma coisa: Não podemos vacilar! Não podemos brincar de votar ou de fazer política porque é a nossa vida e a do nosso povo que depende disso! Muito obrigado por estar de verdade junto com agente onde estiveres!!! #DILMADENOVO
quinta-feira, 21 de agosto de 2014
FUNDAMENTALISMO VERSUS CONSTITUCIONALISMO - QUAL CONTRADIÇÃO VOCÊ PREFERE? MARINA DO PSB OU O PMDB DO TEMER?
O debate eleitoral deste ano
encobre muitas questões que não tem sido tratadas, nem debatidas e muito menos
enfrentadas com propostas políticas e com uma análise rigorosa do que realmente
está em jogo nestas eleições. Creio que estamos num processo de regressão
política. Não digo isso para causar temor, terror ou tremor, mas simplesmente para
trazer à luz também uma grande questão de fundo que não tem sido encarada com a
seriedade que eu julgo merecer. E é um sintoma disso para mim certas ousadias e
abordagens simplistas que são adotadas para defender esta ou outra opção para a
presidência do Brasil.
É realmente incrível que seja
feita a comparação entre Michel Temer e a Marina que vi alguns fazerem aqui,
apontando que a opção de votar em Marina é melhor que a opção do vice da Dilma.
Isso só pode ser ingenuidade ou desfaçatez. Nem Marina é tão verde e pura assim
e nem Temer representa o pior do PMDB. O currículo do Temer e a sua capacidade
me parecem indiscutíveis. E eu sou um daqueles que defendo ele sem titubear e
creio que qualquer pessoa sensata pode verificar por si mesmo este vice que não
tem nada a esconder nem a omitir.
Penso que vale a comparação e que
ela deve mesmo ser feita de forma objetiva e com toda ênfase na democracia e em
sua estabilidade, sem intolerância religiosa, nem falso moralismo ou um pseudo
anti-pragmatismo, que só vale para os outros. Creio, pois, que há que se pensar
mesmo no que é pior, no que é institucionalmente e ideologicamente pior. E daí é que me parece que a vaca vai para o
brejo, porque, para mim, Michel Temer é ideologicamente e institucionalmente
melhor e muito melhor que a Marina.
E quando falo disto preciso ser muito
claro. Para mim o problema não é a Marina ser pentecostal, apoiada pelo Itaú ou
Natura e etc. Para mim o pior é a conduta e as posições da Marina que são
atrasadas – que vem de antes do Ministério do Meio Ambiente e que seguem até
hoje, que em relação ao seu pentecostalismo são arriscadas, em relação às orientações
sexuais são atrasadas e mesmo as interpretações de mundo que também considero
bem atrasadas e retrocessos, o que se soma a esta nova fusão entre poder
político e poder religioso que a candidatura dela, como de outros candidatos
representa.
É uma pena que as pessoas tratem
a questão da religião e da conduta da Marina em relação a isso como algo
secundário ou desimportante. Todos os ambientalistas que eu conheço e que
atuaram de alguma forma em relação ao Ministério do Ambiente na gestão dela me
relataram que houve um agravamento do fundamentalismo e do enrijecimento dela à
medida que o ministério enfrentava pautas e opções mais intensas. E eu não
creio que este habitus tenha sido superado ou que não vá interferir na gestão
do estado brasileiro. Julgo sinceramente isso uma temeridade e isso não é uma
rejeição ou um preconceito com esta ou outra religião, nem digo isto aqui com o
impeto de defesa absoluta do PT e da Dilma. Eu creio sinceramente que o que
está em jogo é a democracia brasileira e as instituições brasileiras. E neste
caso digo que até Aécio - que eu rejeito por ene outras questões, é mais
palatável com todo o respeito. E nos debates eu quero mesmo é verificar se
vamos ter um banho de mistificações ou
fugas da realidade se apresentando. Não vejo a hora de ver o debate entre ela e
Dilma, para desmistificar e colocar certas questões que alguns tratam aqui com
um infantilismo e uma irresponsabilidade que só é possível pela dieta de
informação e desinformação da grande imprensa brasileira que tem se portado de
forma muito irresponsável também em relação a democracia.
Muito me admira que alguns dos eleitores,
militantes e diferentes ativistas que criticaram Dilma por comparecer na
Inauguração do tal Templo de Salomão tenham agora feito odes à candidatura de
Marina. E vou resumir isto dizendo que a presença de Dilma não é mesmo uma
afronta ao estado laico, é um gesto institucional de reconhecimento de uma religião
que tem milhares de fiéis e seguidores neste país, assim como o Catolicismo, e
outras orientações religiosas. Não podemos confundir tolerância e respeito às religiões com apoio ou submissão a elas.
Somente um governante tíbio e despreparado faria alguma desfeita ou afronta ao fenômeno
religioso
Eu, por meu lado, fico sem
indigestão alguma com o Michel Temer e o PMDB inteiro sem titubear neste
confronto.
Ou ninguém tem parado para pensar
nem porque de fato a religião e certas seitas religiosas precisam criar outros
partidos e disputar com muitos candidatos a cada ano que passa nas eleições?
A história nos ensinou que a burguesia
liberal moderna tratou de se livrar de certa forma da igreja e da ascendência da
igreja sobre os poderes terrenos, porque sabia que a democracia é incompatível
com a infalibilidade, sua santidade e os ungidos. Precisava, ao mesmo tempo,
abolir a relação entre o poder real e o poder divino, estabelecida na unção dos
reis, rainhas e príncipes das monarquias absolutistas. E isso deu muito
trabalho meus amigos, Levaram aproximadamente 250 anos para fechar um ciclo da
primeira teoria republicana contra as monarquias reais ou imperiais. Quando você
olha mais de perto o intenso debate vivido por John Locke com os seus e consigo
mesmo sobre este tema, tanto da tolerância religiosa, quanto do governo
constitucional e laico, você entende o quanto é sutil a diferença e também que significa um retrocesso histórico e
perigoso nisso. Quando olho para o fundamentalismo islâmico, por exemplo, fico
pensando nos diferentes tipos de fundamentalismos que surgem hoje no mundo
ocidental. Há um traço comum destes com aqueles, todos tributam às questões de fé
as soluções absolutas aos problemas reais e civis. Eu diria que há uma espécie de NOVO
ABSOLUTISMO surgindo aqui e ali e que, aqui no Brasil, precisamos criar uma
legislação bem mais detalhada e rigorosa para evitar a dissolução das
fronteiras entre poder real e poder divino, posto que a supressão desta
fronteira leva com certeza ao autoritarismo e ao irracionalismo. Penso que é
mais do que necessário promover debates constitucionais sobre isto, sobre a
legitimidade de partidos religiosos num estado laico e numa democracia civil.
Talvez coubesse pensar mais hoje no
problema que surge ai como é que você vai substituir santos ou adorados em
eleições democráticas, quando eles começarem a cometer as barbaridades em larga
escala do que o Pastor Feliciano é só a ponta do Iceberg. Mas sim, é claro, o
problema é o PT e o PMDB.
Cada um escolhe a contradição que
preferir, mas que seja absolutamente responsável por ela. Aprendemos muito cedo
que os maiores pecados não são os dos pecadores, mas daqueles que se julgam
santos e que tem certa dose de convicção e uma crença inabalável em sua própria
infalibilidade. É preciso conhecer muitos seres humanos para julgar alguns, mas
aqui, neste caso, somente a ignorância histórica e a falta de reflexão poderia
supor que o fundamentalismo é e pode ser melhor nas questões de estado do que o
constitucionalismo representado pela tradição democrática brasileira. Isso leva
mais água ainda para a necessidade de uma reforma política e de uma NOVA
CONSTITUINTE, que dê instrumentos de regulação e equilíbrio mais eficazes ao
sistema político brasileiro e que sustentem em pilares mais sólidos a nossa
democracia contra qualquer aventura, recaída ou desvio autoritário e fundamentalista.
Não dá para vacilar nisto!
E MAIS UM CAPÍTULO DO: EU NÃO ACREDITO!
Isso é incrível mesmo, de um lado
uma candidatura que procura satisfazer a ambição de uma seita de chegar ao
poder neste país – e meu ponto é simples: se fizeram o que fizeram no Ministério
do Meio Ambiente imagina na Presidência da República, ainda que ninguém ouse
tratar disto porque foi um verdadeiro escândalo -, de outro lado, um
esquerdista – Rui Costa Pimenta do PCO - que acredita que criando milícias
civis irá debelar a violência. Com Vês estou na linha: NO MERCI!...assim, uma
quer a autoridade máxima do país para logo ali acabar por arguir infalibilidade
da sua água benta, haja vista sua relação com o divino, o outro quer alcançar a
autoridade máxima do país para renunciar à autoridade sobre política de segurança
e sobre o monopólio da força...
Ambos são pré-modernos, e pré-contratualismo.
E quem pensa que vai conseguir algum avanço com uma ou outra destas opções
sofre de um surto de irracionalidade completa! No poder, no poder de estado não
existe a opção "depois a gente vê" ou vê na hora ou baila! Se armar
as milícias de cidadãos quem terá a autoridade para dizer: Agora pára de
atirar! Se der o poder a uma seita religiosa e a uma personalidade
individualista quem terá a autoridade para dizer: Agora pára de dizer besteira!
Nem o vice e nem o comandante em chefe das forças armadas, e tem mais se um
destes tiver de fazer isto, como é provável o fim dos dois casos, então, já
era. Ou a democracia entra em crise de novo ou o estado balança com todos os
prejuízos imagináveis e inimagináveis disto.
Eleição para presidente não é uma
aventura, nem loteria esportiva para o bom mocismo e as ingenuidades! E não há
prova maior de irresponsabilidade do que propor uma sandice como esta! Partiu
Pimenta!
quarta-feira, 20 de agosto de 2014
NOVA CHAPA, VELHOS PROBLEMAS
A ingenuidade de algumas pessoas e a tolice de outras despertada com a morte de Eduardo, a substituição da Marina e a força ou qualidade da posição do Beto Albuquerque como vice na chapa nova do PSB é algo surpreendente.Só sei dizer que nós do PT, fomos milhares de vezes chamados de populistas, carismáticos e messiânicos e quando temos talvez o mandato mais racional possível, uma cambada de inocentes se abraça justamente num messianismo confesso e bem confessado, cuja vertente e viés carismática é nitidamente sem conteúdo programático algum. A morte do cara - do Eduardo Campos - não é nada engraçada, nem mesmo um sinal de que as coisas iam tão bem assim daquele lado. Não vale tudo pelo poder e eu me indigno em ver certas pessoas que se julgam racionais, honestas e igualitárias e libertárias acreditando em algo como isso. É trágico, bem mais trágico do que qualquer um dos defeitos que ainda possam querer imputar à Dilma, ao PT e aos seus governos, os quais navegam justamente no meio desse cipoal de messianismo, clientelismo, esquerdismo e voluntarismo. Qualquer charge que for feita sobre isso é ruim sim, mesmo um posicionamento LGBT favorável à Marina, por conta do Beto Albuquerque ser mais ou menos compreensívo com a comunidade LGBT também é ruim, mas não é pior nem mais perversa que a realidade que a Nova Chapa da Marina representa em seus traços tortos e coloridos.
RENOVANDO MINHA ASSINATURA NO MANIFESTO DA CULTURA-RS
Eu, Daniel Adams Boeira, Professor de Filosofia, Blogueiro, Ativista Cultural, Músico Autodidata, domiciliado em São Leopoldo, para todos os efeitos de pensamento, debate, divulgação e construção da cultura no Rio Grande do Sul, renovo minha assinatura no Manifesto pela Cultura, com Ana Affonso para Deputada Estadual (13813), Ronaldo Zulke Perfil Lotado para Deputado Federal (1300), e com Tarso Genro para Governador, Olívio Dutra para Senador e Dilma Roussef para Presidente...e assim, atesto para os devidos fins que tenho acompanhado todas as políticas culturais e dou fé de que é fato e é direito ao nosso povo Crescer Ainda Mais, e, enfim. a quem interessar possa informo que o lançamento do manifesto será no Bar Ocidente em Porto Alegre, nesta próxima terça-feira, dia 26 de agosto às 18 horas, segue o Manifesto que vai sendo assinado por mim e por quem mais quiser no seguinte endereço: manifestodacultura13@gmail.com
Manifesto da Cultura
Cultura para o Rio Grande crescer ainda mais
Nós, artistas, produtores culturais, militantes, gestores e membros da comunidade gaúcha manifestamos neste documento a necessidade de defender e aprofundar as enormes conquistas na área da Cultura em curso no Estado. De 2011 a 2014, o Governo Tarso trabalhou em diversas frentes visando a um desenvolvimento sistêmico da Cultura no Rio Grande do Sul. Com isso, introduziu elementos inovadores e estruturantes em nossa agenda política, importantes para se avançar da ação pontual e desconectada para programas, políticas e um Plano Estadual de Cultura articulado ao desenvolvimento. A Cultura agora é parte de uma agenda estratégica do Estado. Para muito além do ornamental, do acessório ou do supérfluo, qualifica a economia e é um direito humano e social fundamental. O tema da diversidade cultural foi colocado no centro das ações, junto ao respeito às identidades, às tradições e ao desenvolvimento da inovação e da criatividade.
Em vez de se ater a apenas um ou outro elemento do complexo mosaico cultural do Estado, o governo Tarso Genro trabalhou com o amplo conceito de “cultura em três dimensões”: como valor estético e artístico, como um direito de cidadania e como economia. Tal paradigma solidificou a compreensão das políticas culturais e contribuiu decisivamente para superar a visão da cultura como simples promotora de eventos. Foram quatro anos reorganizando a casa, trazendo recursos e distribuindo-os de maneira republicana via editais, uma das marcas da gestão atual. Agora, é preciso avançar mais, a partir das enormes conquistas obtidas.
A transversalidade é outra diretriz que precisa ser aprofundada no segundo governo Tarso. Afinal, como sabemos, “educação sem cultura é ensino, saúde sem cultura é remediação, desenvolvimento social sem cultura é assistencialismo, segurança sem cultura é repressão”. Para atingir esses objetivos, é preciso ampliar o diálogo com as demais secretarias, governos municipais, universidades e instituições da sociedade civil.
Resultados já obtidos
O governo Tarso criou o Sistema Estadual de Cultura por lei. Apenas seis Estados da Federação possuem sistemas, o que garantiu ao Rio Grande do Sul mais R$ 5 milhões para diversas ações. O Sistema Estadual de Cultura é composto por elementos de planejamento e conteúdo conceitual, como o Plano Estadual de Cultura; de participação, com Conselho Estadual de Cultura, 10 Colegiados Setoriais, Diálogos Culturais e Conferência Estadual de Cultura; e de financiamento. Nesta área, o governo qualificou e ampliou o uso da Lei de Incentivo à Cultura (LIC) e implementou, de maneira inédita, o Fundo de Apoio à Cultura (FAC), além de realizar diversos convênios com o Ministério da Cultura.
Muitos resultados já foram alcançados e muitos outros virão. Desde 2011 foram captados cerca de 1.500% a mais em convênios com o governo federal que no governo anterior. Foram celebrados mais de R$ 60 milhões em convênios com o Ministério da Cultura para projetos como a construção do Museu da Música e da Sala Sinfônica da OSPA, Pontos de Cultura, Modernização de Bibliotecas, Museu de Direitos Humanos do Mercosul e Cadeia produtiva do Carnaval. O orçamento da Secretaria de Estado da Cultura passou de R$ 16 milhões em 2011, para R$ 52 milhões em 2013 e R$ 85 milhões em 2014, em um aumento de 517%. A previsão orçamentária para as três fundações vinculadas - Fundação Orquestra Sinfônica de Porto Alegre, Fundação Theatro São Pedro e Fundação Instituto Gaúcho de Tradição e Folclore - soma R$ 18 milhões para 2014.
O volume de recursos utilizados pelo Sistema Pró-Cultura RS para o financiamento de projetos apresentados pelos agentes culturais e artistas está em alta. O Fundo de Apoio à Cultura (FAC) já investiu R$ 22,5 milhões em 14 editais financiando diretamente mais de 360 projetos em todo o Estado. Já a Lei de Incentivo a Cultura (LIC) tem investimentos de R$ 110 milhões até agora em mais de 400 projetos - no final de 2014 chegará a R$ 125 milhões. Esses investimentos todos significam um incremento inédito no desenvolvimento da economia da cultura do nosso estado.
A Fundação OSPA está construindo sua nova Sala Sinfônica com recursos de R$ 25 milhões. A Casa de Cultura executa R$ 8 milhões do Banrisul em reformas de fachadas, esquadrias, telhados e modernização dos espaços. Pelo PAC das Cidades Históricas, serão mais R$ 21,5 milhões no Museu de Artes do Rio Grande do Sul, Museu Julio de Castilhos, Museu Hipólito José da Costa e Memorial do Rio Grande do Sul. Via Sistema Nacional de Cultura, a Sedac vai investir cerca de R$ 3,5 milhões no Museu Arqueológico.
Através de convênio de R$ 18,13 milhões com o Ministério da Cultura foram potencializados 82 Pontos de Cultura e, até o final de 2014, serão selecionados mais 78, totalizando uma rede de 160 Pontos de Cultura. Entre 2011 e 2013, foram contempladas 110 bibliotecas públicas através de convênio no valor de R$ 3,4 milhões com o Ministério da Cultura. A partir de 2013 mais 50 projetos estão sendo contemplados com recursos próprios da Secretaria, garantindo que um terço das bibliotecas públicas do Estado sejam modernizadas.
Foram as conexões com o Governo Federal que permitiram a busca de recursos para o desenvolvimento de projetos fundamentais, como os Pontos de Cultura, a modernização de museus e bibliotecas e tantos outros que fomentam a arte e a cultura. A disposição para o debate permitiu a construção do Plano Estadual de Cultura, do Sistema Estadual de Cultura e a construção de uma relação respeitosa entre os gestores culturais e a comunidade artística e cultural.
Diálogos Culturais
Ainda nos primeiros meses da atual gestão, de maneira inédita, foi realizado um amplo processo de planejamento participativo junto à comunidade cultural. Por meio dos Diálogos Culturais, realizaram-se anualmente grandes encontros com a comunidade em mais de 300 municípios em todas as regiões do Estado. Nesses diálogos discutiram-se as Diretrizes para uma Política Cultural no Rio Grande do Sul. O ponto alto deste processo de planejamento foi a Conferência Cultura para o Rio Grande Crescer, no final de abril, em Santa Maria.
Na gestão 2015-2018 o objetivo é realizar as seguintes ações importantes para gerar um ambiente cada vez mais criativo, inclusivo e potencializador de autonomia no RS:
1. Implementar Plano Estadual de Cultura, Planos Setoriais, fortalecer o Sistema Estadual e contribuir para a ampliação de Sistemas Municipais;
2. Ampliar a rede de Pontos de Cultura e desenvolver programa de potencialização de rede;
3. Ampliar o Fundo de Apoio à Cultura, equilibrando seu orçamento ao destinado à Lei de Incentivo à Cultura;
4. Modernizar bibliotecas em todas as regiões, incluindo as comunitárias, restaurar a Biblioteca Pública do Estado e criar uma biblioteca parque centro cultural;
5. Fortalecer o sistema de participação e regionalização, com colegiados, diálogos e conferências;
6. Promoção das culturas populares, da acessibilidade e da diversidade cultural;
7. Aprofundar uma política de potencialização dos territórios culturais;
8. Ampliar capacidade operacional da Sedac, valorizando e ampliando o quadro de servidores, reestruturando o organograma;
9. Promover a produção e o acesso a bens e serviços culturais por meio de um circuito popular e da projeção da cultura do RS no Brasil, no Mercosul e no Mundo;
10. Fortalecer os museus, a memória e o patrimônio cultural na sua organização, estrutura e fomento; realizar obras do PAC das Cidades Históricas nas instituições da Sedac, ampliar o Museu de Artes do Rio Grande do Sul e concluir o Museu e Sala Sinfônica da Ospa, entre outras;
11. Potencializar a cadeia produtiva do Carnaval;
12. Implementar política de cultura de rede, digital e colaborativa em todo o Estado, potencializando o software livre;
13. Ampliar políticas transversais especialmente com um Programa de Cultura e Educação interligando pontos, escolas, mapa digital da cultura etc.;
Agora é...
Dilma Presidenta!
Tarso Governador!
Olívio Senador!
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