É uma pena esta questão das biografias: de um lado, existem biografais terríveis, mas veja que eu não sei citar uma aqui que tenha sobrevivido na memória, para exemplificar, mas contra este exemplo - que não tenho - a liberação das biografias poderia ser condicionada ao critério de verdade, mas também à liberdade de opinião poderia gerar um resgate e uma valorização de quem merece, e Lupicínio é um exemplo extraordinário de alguém que merece, mais reconhecimento e conhecimento. Fico imaginando a qualidade de um trabalho que fizesse a costura e as ligações entre a vida e a obra dele....e tal trabalho deveria ter o direito de fazer um retrato realista da vida deste homem e não esconder embaixo do tapete as mazelas que todos nós enfrentamos com maior ou menor impacto em nossas obras e biografias...eu não sou filho dele, não sou parente dele, não sou procurador dele, não cantei com ele, mas me emociono toda vez que escuto suas músicas e certa vez assisti uma bela aula sobre uma linha de sua canção "como é que a gente voa quando começa a pensar" pelo mestre Cirne-Lima e me impressionei com a ligação de Lupicínio com alguns intelectuais de Porto Alegre, especificamente da tempos Faculdade de Direito da UFRGS, mas quem mais sabe disto? e sabe do que se deu nestes tempos? E muitos poetas, cantores e demais artistas sofrem de incompreensões e preconceitos. Eu imagino o impacto de uma biografia séria sobre nós e também que ela não vai tratar somente de amenidades. Ora, leio biografias rigorosas de muitos filósofos e nosso trabalho deveria ser contribuir para que a verdade sobreviva a esta disposição de encobrir a personagem e os sentidos e caminhos de sua vida. Lupicínio merece e muito!
Juarez Fonesca publicou na Zero Hora de hoje um belo texto sobre este tema: OS SEM BIOGRAFIA
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