Não vou nunca ter este tipo de
impressão sua Gabriel. De que dizes algo por má intenção ou para deslindar os
outros. Confio em teu caráter e tenho boas razões para ser sempre compreensivo
contigo. Mas tua postagem sobre a escola do neto do Jango me provoca ou chama o
memorialista.
Com teu post de que:
"o "Colégio da Cidade",
no qual estudou o Neto do Jango, é (era - porque fechou) um dos piores colégios
do Rio de Janeiro, sendo mais conhecido como antro de patricinhas e playboys (o
colégio se localizava em um casarão em Ipanema) repetentes, ou seja, era uma
instituição que seguia o primado papai-pagou-passou. Desconfio que a escolha do
jovem por estudar em Cuba tenha sido pelo fato dele não ter nenhuma opção no
Rio de Janeiro. O Jango não estaria orgulhoso, creia."
Eu penso que posso falar de algo que como professor e aluno
aprendi e julgo importante expressar. Eu estudei num colégio que tinha esta
fama de Colégio de Patricinhas, Playboys, maconheiros e etc, e também mais adjetivos e descrições que são desimportantes agora, mas eu digo quc não me
arrependo em nada disso.
Existe algo geracional nisso e eu mesmo penso em ter uma escola meio assim um dia. Foi bem difícil para nós jovens dos anos 80 nos ajustarmos ao status quo meu amigo. As reprovações e matacões de aula eram frequentes e a maioria da minha geração cai na escola e cai mau. Naquela época até fliperama era motivo para matar uma aula Alguns porque pertenciam a ele – ao status quo - e não sabiam mesmo o que fazer e outros porque tinham consciência que jamais teriam parte nisso. É a geração do Cazuza e do Renato Russo e de outros caras mais ajustados e integrados também. E também é a geração dos barbudinhos e bichos grilos. Não vou jamais olhar de forma preconceituosa para minha geração. Tu não tem ideia do que é saber que uma menina gosta de você e que os pais dela jamais aceitarão que ela namore ou ande na rua com o filho do eletricista ou outros signos. A gente não sofreu por isso não. O pior mesmo era a falta de perspectiva de futuro cara.
Existe algo geracional nisso e eu mesmo penso em ter uma escola meio assim um dia. Foi bem difícil para nós jovens dos anos 80 nos ajustarmos ao status quo meu amigo. As reprovações e matacões de aula eram frequentes e a maioria da minha geração cai na escola e cai mau. Naquela época até fliperama era motivo para matar uma aula Alguns porque pertenciam a ele – ao status quo - e não sabiam mesmo o que fazer e outros porque tinham consciência que jamais teriam parte nisso. É a geração do Cazuza e do Renato Russo e de outros caras mais ajustados e integrados também. E também é a geração dos barbudinhos e bichos grilos. Não vou jamais olhar de forma preconceituosa para minha geração. Tu não tem ideia do que é saber que uma menina gosta de você e que os pais dela jamais aceitarão que ela namore ou ande na rua com o filho do eletricista ou outros signos. A gente não sofreu por isso não. O pior mesmo era a falta de perspectiva de futuro cara.
O Brasil estava
tão mal econômica e politicamente nos anos 80 que a opção era - para quem como
eu pertencia a determinado segmento daquela geração - loquear ou mergulhar em
um projeto político ou as duas coisas juntas. Emprego era difícil mesmo e a
maioria dos desajustados sofreram pacas para ter alguma forma de sustento. Não
dá nem para comparar com as condições de hoje. Eu digo que a política me salvou
cara, e sei que só quem sobreviveu aquilo tudo sabe do que falo. E não foram
tantos que sobreviveram não. Não vou falar da escola para não revelar algo
parcialmente. Outro dia farei uma postagem bem detalhada sobre isto. Mas o que
eu aprendi de história, biologia, inglês e português neste colégio me
impulsionou a passar em vestibular da federal.
E saiba que para o meu pai pegar
o jornal e ler que o filho tá no listão da UFRGS foi motivo de muita alegria,
muito orgulho. Para ele o filho aparecer no listão foi quase um milagre. Me
confidenciou que chorou ao ler aquilo. E olha que isso aconteceu duas vezes. E
sou muito grato aqueles meus professores e professoras do colégio de malucos. A
escola não fechou e continua firme. Claro deve ficar que a Filosofia não era
tão concorrida. Mas mesmo assim ingressar e concluir o curso é ale eu tenho
muito orgulho de ter passado por lá cara. Agora para mim, como professor a
mágica do conhecimento e do bom caráter está na alma como diria o velho Platão.
Nunca me considerei acima da média. E digamos até que só aprendi a escrever e
interpretar um texto nos assentos da universidade mesmo. Mas bem, estamos ai
tentando fazer o melhor possível, inclusive com nossas memórias e relações. A
nossa geração de jovens dos anos 80 era bem desajustada socialmente. Isto
misturava playboys e filhos de prestadores de serviços num balaio só.
Talvez o
neto do Jango seja algo bem melhor do que seus colegas, talvez não, mas o que
vai determinar isso é a ação dele não o lugar de onde ele veio, ou por onde ele
passou ou para onde ele está indo. Um abraço.
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