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terça-feira, 21 de junho de 2016

PELO FIM DO VALE TUDO PELO PODER: 10/04/2016


Creio que o maior erro é desprezar o valor da democracia e persistir neste jogo infantil e primário de vale tudo pelo poder.

O fim do vale tudo pelo poder deve ser a nossa maior bandeira agora.

Ainda que para superar o impeachment tal MODELO persista sendo aplicado é muito importante constituir a plataforma de reforma política para construir um grande campo de lutadores pela nova democracia e que venham a pugnar por isto já nas eleições de 2016 e que em 2018 consigam criar a tal maioria necessária no congresso para estas reformas eleitorais, políticas e constitucionais.

A proposta de um plebiscito e de uma Constituinte para tal me parece a única saída para um rearranjo no horizonte e a superação do Vale Tudo amplamente vigente.

E segue a linha de que a culpa é sempre dos outros.

Sim, e isso ocorreu por responsabilidade da esquerda desunida, sem projeto construído coletivamente e sem acordos estratégicos e sequer táticos.

Só observo o que Ruy Fausto apontou como desafio para o movimento democrático mas que para mim já é fato que parcelas bem importantes da pequena burguesia já aderiram ao movimento contra o golpe e que o grande debate é o DEPOIS...a tal agenda progressista..

A ideia de Ruy Fausto de que ele deve pertencer a uma certa ESQUERDA INDEPENDENTE me é muito interessante....pois haveria uma seção autônoma e auto suficiente material e espiritualmente da esquerda brasileira...e é parte desta esquerda sim que eu vejo em massa nos atos desde a condução coercitiva de Lula, dia 13 em Porto Alegre, 18 em todo o Brasil e 31 também...ele aponta para um campo intermediário que não se veste em cores ideológicas, mas que é progressista e me parece ter razão sim....

Mas me escusa a ironia porque do falar assim eu também me coloco no gabinete ou sofá da sala s ser parte do problema, mas apenas como observador.

A democracia está em jogo sim.

Não se trata de gostar ou não gostar, ter poder ou não ter poder, vencer ou perder eleições, mas sim da nossa liberdade de organização, liberdade de opinião e formulação, liberdade de ter projetos ou não ter projetos e liberdade de diferenças e de direito a ter direito e direito a buscar direitos ou mudança social.

A democracia é fundamental é por ela todos devemos nos posicionar, sob pena de nunca mais podermos fazer isto...

Tenho falado de mais tempo sobre a frente ampla no Uruguai - que também tem suas mazelas e dissidências só que tem se mantido.

E no caso por muita dificuldade de diálogo com as bases, muita dificuldade de capitalizar as políticas acertadas e por um desmedido ônus nos erros e no que não foi possível.

Temos aqui uma espécie de grande promessa das esquerdas não cumprida.

Mas que não passa de uma fantasia de que um governo de esquerda vai conseguir maximizar a agenda, pauta ou programa dos movimentos ou partidos sem ter que negociar em sua síntese com outros segmentos sociais organizados.

E ainda tem a volta aqui ao debatendo sistema político eleitoral que torna a eleição não uma colheita é uma conversa com votos e eleitores, mas sim uma colheita de votos e uma conversa com financiadores de campanha.

Tenho discordância em um único ponto.

Não é o caso que não saibamos que quem sai às ruas para defender a democracia não morre de amores nem pelo PT, nem por Dilma, mas sim que teme muito mais a agenda golpista do que o próprio golpe.

Estes atuam porque olham para o congresso e o atual sistema político e vêem a mesma coisa: uma gigante e esnobe maioria de plutocratas que defendem apenas interesses econômicos, rentistas e patrimonialistas e que não estão nem aí para o povo, os trabalhadores, as leis e os direitos de toda ordem.

Eu penso que o PT não se ufana tanto assim quanto a quem defende a Democracia.

Eu prefiro ser mais otimista e pensar numa agenda política construída a partir dos comitês para superar na economia e na política esta crise, vencendo o golpe e reordenando o arranjo.
E ai a FBP - frente Brasil popular - e a FBSM - frente Brasil sem medo, podem não representar todos que se manifestam defendendo a democracia e alguma estabilidade na economia e na política, mas pode contribuir para debater a agenda nova de uma nova Democracia.

Se não for tão utópico aqui posso dizer o seguinte também: agora o tal orçamento participativo se transforma numa necessidade.

A constituição das frentes Brasil popular e Brasil sem medo deverá chegar em suas sínteses pós impeachment em plataformas como estás.

Candidatos e candidatas à vereador e à prefeitos podem ser portadores desta plataforma política em diversos partidos e com estes compromissos podem nos ajudar a dar um revés nacional no golpismo e neste esquema de vale tudo.

E isto deverá se traduzir com muito diálogo, consenso e projetos comuns em novos senadores e deputados para chegarmos ao plebiscito e à Constituinte.

Espero e estar vivo para assistir isto nos próximos dez anos

Temos, portanto, que construir uma unidade política e programática para construir novo congresso, um novo senado, novas assembléias e novas câmaras de Vereadores.

Ir contra o golpismo é ir contra esta lógica do Vale Tudo que torna possível está agenda e construir uma agenda progressista.

E isso pode acabar sendo a base para a construção de uma representação mais direta.

As frentes respondem a um desafio de reposicionamento e ampliação do debate.

Acredito muito nelas porque saem do formato tradicional de disputa de maioria ou hegemonia.

E podem ser o caminho para a formulação de uma estratégia mais compartilhada também.


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