Creio que o maior erro é
desprezar o valor da democracia e persistir neste jogo infantil e primário de
vale tudo pelo poder.
O fim do vale tudo pelo poder
deve ser a nossa maior bandeira agora.
Ainda que para superar o
impeachment tal MODELO persista sendo aplicado é muito importante constituir a
plataforma de reforma política para construir um grande campo de lutadores pela
nova democracia e que venham a pugnar por isto já nas eleições de 2016 e que em
2018 consigam criar a tal maioria necessária no congresso para estas reformas
eleitorais, políticas e constitucionais.
A proposta de um plebiscito e de
uma Constituinte para tal me parece a única saída para um rearranjo no
horizonte e a superação do Vale Tudo amplamente vigente.
E segue a linha de que a culpa é
sempre dos outros.
Sim, e isso ocorreu por
responsabilidade da esquerda desunida, sem projeto construído coletivamente e
sem acordos estratégicos e sequer táticos.
Só observo o que Ruy Fausto
apontou como desafio para o movimento democrático mas que para mim já é fato
que parcelas bem importantes da pequena burguesia já aderiram ao movimento
contra o golpe e que o grande debate é o DEPOIS...a tal agenda progressista..
A ideia de Ruy Fausto de que ele
deve pertencer a uma certa ESQUERDA INDEPENDENTE me é muito
interessante....pois haveria uma seção autônoma e auto suficiente material e
espiritualmente da esquerda brasileira...e é parte desta esquerda sim que eu
vejo em massa nos atos desde a condução coercitiva de Lula, dia 13 em Porto
Alegre, 18 em todo o Brasil e 31 também...ele aponta para um campo
intermediário que não se veste em cores ideológicas, mas que é progressista e
me parece ter razão sim....
Mas me escusa a ironia porque do
falar assim eu também me coloco no gabinete ou sofá da sala s ser parte do
problema, mas apenas como observador.
A democracia está em jogo sim.
Não se trata de gostar ou não
gostar, ter poder ou não ter poder, vencer ou perder eleições, mas sim da nossa
liberdade de organização, liberdade de opinião e formulação, liberdade de ter
projetos ou não ter projetos e liberdade de diferenças e de direito a ter
direito e direito a buscar direitos ou mudança social.
A democracia é fundamental é por
ela todos devemos nos posicionar, sob pena de nunca mais podermos fazer isto...
Tenho falado de mais tempo sobre
a frente ampla no Uruguai - que também tem suas mazelas e dissidências só que
tem se mantido.
E no caso por muita dificuldade
de diálogo com as bases, muita dificuldade de capitalizar as políticas
acertadas e por um desmedido ônus nos erros e no que não foi possível.
Temos aqui uma espécie de grande
promessa das esquerdas não cumprida.
Mas que não passa de uma fantasia
de que um governo de esquerda vai conseguir maximizar a agenda, pauta ou
programa dos movimentos ou partidos sem ter que negociar em sua síntese com
outros segmentos sociais organizados.
E ainda tem a volta aqui ao
debatendo sistema político eleitoral que torna a eleição não uma colheita é uma
conversa com votos e eleitores, mas sim uma colheita de votos e uma conversa
com financiadores de campanha.
Tenho discordância em um único
ponto.
Não é o caso que não saibamos que
quem sai às ruas para defender a democracia não morre de amores nem pelo PT,
nem por Dilma, mas sim que teme muito mais a agenda golpista do que o próprio
golpe.
Estes atuam porque olham para o
congresso e o atual sistema político e vêem a mesma coisa: uma gigante e esnobe
maioria de plutocratas que defendem apenas interesses econômicos, rentistas e
patrimonialistas e que não estão nem aí para o povo, os trabalhadores, as leis
e os direitos de toda ordem.
Eu penso que o PT não se ufana
tanto assim quanto a quem defende a Democracia.
Eu prefiro ser mais otimista e
pensar numa agenda política construída a partir dos comitês para superar na
economia e na política esta crise, vencendo o golpe e reordenando o arranjo.
E ai a FBP - frente Brasil
popular - e a FBSM - frente Brasil sem medo, podem não representar todos que se
manifestam defendendo a democracia e alguma estabilidade na economia e na
política, mas pode contribuir para debater a agenda nova de uma nova
Democracia.
Se não for tão utópico aqui posso
dizer o seguinte também: agora o tal orçamento participativo se transforma numa
necessidade.
A constituição das frentes Brasil
popular e Brasil sem medo deverá chegar em suas sínteses pós impeachment em
plataformas como estás.
Candidatos e candidatas à
vereador e à prefeitos podem ser portadores desta plataforma política em
diversos partidos e com estes compromissos podem nos ajudar a dar um revés
nacional no golpismo e neste esquema de vale tudo.
E isto deverá se traduzir com
muito diálogo, consenso e projetos comuns em novos senadores e deputados para
chegarmos ao plebiscito e à Constituinte.
Espero e estar vivo para assistir
isto nos próximos dez anos
Temos, portanto, que construir
uma unidade política e programática para construir novo congresso, um novo
senado, novas assembléias e novas câmaras de Vereadores.
Ir contra o golpismo é ir contra
esta lógica do Vale Tudo que torna possível está agenda e construir uma agenda
progressista.
E isso pode acabar sendo a base
para a construção de uma representação mais direta.
As frentes respondem a um desafio
de reposicionamento e ampliação do debate.
Acredito muito nelas porque saem
do formato tradicional de disputa de maioria ou hegemonia.
E podem ser o caminho para a
formulação de uma estratégia mais compartilhada também.
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