Trata da morte e do nosso confronto ou pensamento sobre ela.
É uma bela dica de leitura da Aniger de Oliveira - veja alguns excertos selecionados por ela adiante. Vou ler porque é uma coisa muito bem feita para gente que tem que lidar com isto todos os dias e que não tem como não pensar nisto. Para mim este tema e o amor são talvez os temas mais intrigantes e desafiadores à reflexão e só fazem sentido na vida da gente em certas épocas ou períodos e a partir de certas experiências e vivências. Não são coisas que basta ser humano para encarar não. Aqui não é todo mundo filósofo, metafísico ou romântico não. Vivemos em uma cultura em que muitos educam, são educados e não estão nem aí mesmo. E cada dia que passa me dou conta que isto é uma questão estritamente pessoal mesmo e intransferível, no sentido de que por mais que você compartilhe e fale disso, não faz sentido para quem não tem este tipo de sentimento, não o teve nem nunca terá. Ou seja, as pessoas podem ter a mesma experiência que você, mas sentir, sofrer e pensar de forma completamente diferente de você sobre isto.
Ainda que eu tenha minhas divergências com algumas idéias que ele apresenta - para mim é a vida boa que faz a gente não querer morrer também...mas vá lá como a seguir:
De Frente para o Sol - Irvin Yalom:
"O que mais o assusta na morte?" (...) "Todas as coisas que eu deixaria de fazer".
(....) quanto mais mal vivida é a vida, maior é a angústia da morte; quanto mais se fracassa em viver plenamente, mais se teme a morte. Nietzsche expressou esta ideia vigorosamente em duas inscrições curtas: "Realize a sua vida" e "Morra no momento certo", como fez Zorba, o Grego, ao exortar:
"Não deixe à morte nada senão um castelo incendiado", e Sartre, em sua autobiografia:
"Eu caminhava lentamente para o meu fim (...) certo de que a última batida do meu coração seria gravada na última página de meu trabalho e que a morte estaria levando apenas um homem morto".
Ainda mais...
“Nenhuma mudança positiva pode acontecer na vida enquanto você se agarra ao pensamento de que o motivo para não viver bem está fora de você. Enquanto responsabilizar inteiramente os outros, que o tratam injustamente - um marido grosseiro, um chefe exigente e pouco encorajador, maus genes, compulsões irresistíveis -, sua situação vai estar num impasse. Você e apenas você é responsável pelos aspectos cruciais da sua situação na vida, e apenas você tem o poder de mudá-los. Mesmo que enfrente obstáculos externos opressores, você ainda vai ter a liberdade e a opção de assumir diferentes atitudes perante eles.”
Encerrando, Irvin Yalom, citando Schopenhauer:
“É apenas o que somos que verdadeiramente importa. Uma boa consciência significa mais que uma boa reputação. Nossa maior meta deve ser a boa saúde e a riqueza intelectual, que levam a uma fonte inesgotável de ideias, à independência e à vida moral. A tranqüilidade interna advém da sabedoria de que não são as coisas que nos perturbam, e sim a nossa interpretação das coisas.”
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