Creio ser muito importante respeitar a memória de nossos antepassados e, mais importante ainda, respeitar a memória das vítimas de todo e qualquer crime, respeitar a memória dos seus familiares e amigos e respeitar a verdade. Isso é algo que nenhum cidadão que ama seu país e que ama seu povo pode renunciar a fazer ou ser impedido de fazer.
Fiquei pensando se deveria postar algo sobre isto aqui, mas considerando as opiniões que tenho lido e que caem liberalmente e irresponsavelmente aqui e ali sem refutação, considerando o dano do processo de desinformação acidental ou intencional, julguei por bem, em absoluta boa fé, ser importante transmitir esta informação. Penso que no fundo trata-se aqui de uma questão moral e de humanidade, para que estas perversões não se repitam, não sejam naturalizadas ou simplificadas em suas graves conseqüências, não sejam diminuídas pela ignorância ou desconhecimento, nem julgadas levianamente por tibieza ou sadismo e, pensei sim, em quem sabe gerar a reflexão nos freqüentadores desta e de outras comunidades sobre os fatos envolvidos e as pessoas envolvidas neste processo todo de muito sofrimento, violência, destruição de vidas, projetos e, acima de tudo, seres humanos.
Creio que assim como todos nós merecemos e conquistamos certa consideração e o direito de ter opinião, sem temor ou ameaça, seria, então importante submeter a consideração aqui estes fatos que foram perpetrados contra cidadãos iguais à nós, sem nenhuma relação com um projeto externo ao do nosso país como seus algozes que foram pagos a soldo por interesses externos como se comprova hoje em dia com os arquivos da CIA, e a grande maioria deles que simplesmente falaram, discursaram ou foram contrários ao regime de exceção e seus crimes contra a vida, a liberdade e a dignidade de seus concidadãos.
Cito:
“No Brasil, a radiografia dos atingidos pela repressão política não está concluída, mas podemos dizer que cerca de 50 mil pessoas foram presas somente nos primeiros meses de ditadura; cerca de 20 mil pessoas foram submetidas a torturas durante a ditadura; há 356 mortos e desaparecidos políticos indenizados pela Comissão Especial sobre Mortos e Desaparecidos Políticos da SEDH/PR; 7.367 acusados e 10.034 atingidos na fase de inquérito em 707 processos judiciais por crimes contra a segurança nacional que foram estudados no Projeto Brasil Nunca Mais; milhares de presos por motivos políticos; quatro condenações à pena de morte; 130 banidos; 4.862 cassados; 6.592 militares atingidos; grande número de exilados; e centenas de camponeses assassinados.”
In: OS HERDEIROS DA MEMÓRIA: A LUTA DOS FAMILIARES DE MORTOS E DESAPARECIDOS POLÍTICOS POR VERDADE E JUSTIÇA NO BRASIL. De Janaina Teles (USP-2005)
Para vossas considerações e juízos.
Daniel Adams Boeira – em 4 de dezembro de 2013.
ao querido Gilson Conto - que me forneceu esta fonte - e a querida Sonia Maria Haas em defesa da memória e do respeito a memória e à verdade...
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