“No fim, o que Neal era,
simplesmente, era tremendamente apaixonado pela vida, e mesmo sendo um
vigarista só trapaceava porque tinha uma vontade enorme de viver e também de se
envolver com pessoas que de outra forma não lhe dariam a mínima atenção. Ele
estava me enrolando, por assim dizer, e eu sabia, e ele sabia que eu sabia
(essa era a base do nosso relacionamento) mas eu não me importava e seguíamos juntos
numa boa. Comecei a aprender com ele tanto quanto ele provavelmente aprendeu
comigo. Quanto ao meu trabalho, ele dizia, “Vai em frente, tudo que você faz é
bom demais.”
In: KEROUAC, Jack. On the Road: O Manuscrito
Original. Tradução de Eduardo Bueno e Lucia Brito. Porto Alegre:
LP&M, 2012, p. 128.
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