Quando Sto. Tomás de Aquino, na Suma Teológica, na Questio CXVII, no que respeita a um tipo de ação do homem, procura responder, no artigo 1, a seguinte questão: se um homem pode ensinar a outro, ele está a expressar na sua resposta, justamente, um certo princípio de compreensão de uma simplicidade extrema, mas que pode ser observado em sua aplicação. Como este princípio é apresentado num contexto de discussão da capacidade do mestre de ensinar, Sto. Tomás também apresenta um princípio que permite verificar se o discípulo apreendeu o ensinamento.
Para ensinar, segundo Sto. Tomás, numa descrição genérica do seu princípio fornecida por suas palavras deve-se “partir do conhecido para o desconhecido”. Isso pode ser também mais exemplarmente qualificado in extremis do seguinte modo: deve-se partir do mais conhecido para o menos conhecido. E, também, podemos exemplificar isso em um sentido prático e de um modo simples dizendo que devemos partir na ordem do ensinamento ou da exposição de uma certa matéria daquilo que podemos facilmente conhecer ou assentir para aquilo que nos custa mais esforço para conhecer ou assentir. Parece ser assim que se apreende matemática, física, geometria, etc.
Pode-se, assim, caracterizar e nomear esse princípio como um princípio essencialmente pedagógico e didático, pois no sentido que parece ser o mais nobre da expressão “dar ciência”, trata-se de um método específico de “dar ciência sobre alguma coisa a alguém que antes não possuía de todo essa ciência”. Esse princípio também pode ser ressaltado, numa certa tradução, a levar em conta principalmente o preceito de facilitar a admissão do argumento de uma obra apresentando primeiro na sua ordem de exposição o argumento de mais fácil assentimento e posteriormente aquilo que talvez exija uma demonstração mais árdua e, portanto, de difícil assentimento.
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