Powered By Blogger

domingo, 14 de junho de 2009

Na vésperas da Assembléia do CPERS que deflagrou a GREVE de 2008

O DESTINO DE UM PROJETO DE EDUCAÇÃO PÚBLICA

Na próxima sexta-feira haverá uma batalha espiritual sobre os rumos da educação estadual. Mas não é somente uma batalha entre o magistério estadual e a atual gestão estadual, é uma batalha dentro de cada coração e mente do magistério estadual entre duas soluções colocadas para a equação marcante que vivemos hoje na educação pública.

Esta equação foi formulada nos anos 80, quando ocorreram dois processos de extraordinária importância para todos educadores que não vivenciaram a história como expectadores passivos ou como massa de manobra de uma Ideologia ou outra. Os processos de Universalização do Acesso e de Democratização da Gestão foram construídos com muita luta contra um sistema de educação elitista e excludente, em que a educação não era para todos nem por todos, e um sistema de gestão positivista e autoritário, em que um espírito de super supervisão, de delegacia de educação e de intervenção, fiscalização e direção permanente dominavam a prática e a teoria educacional.

Não podemos dizer, com garantias e salvaguardas científicas que a educação era melhor, até porque o acesso a ela já era somente e exclusivamente para s melhores e os mais aquinhoados e servidos. A democracia e a universalidade estão em jogo mais uma vez, e sob suspeita mais uma vez.

Mas desta vez a história se repete não como tragédia ou farsa, mas sim como opção seja para o avanço seja para o retrocesso. A equação envolve o desafio de dar solução para o tema da Qualidade na Educação.

E a pergunta da Secretaria Estadual é exatamente esta: como dar qualidade sem reduzir a democracia e a universalidade? A resposta dela é: reduzir a democracia – tirar a autonomia e a liberdade das escolas, dos educadores e dos educandos, e, também, reduzir o acesso – senão isto, então dificultá-lo de tal modo que ele se reduza e deixe de ser uma opção, fechando escolas, enxugando turmas e equipes de trabalho.

Ora, temos muita dificuldade para crer e ao mesmo tempo aceitar que esta solução seja qualitativamente superior. Pois, na contramão da realidade, opta por não enfrentar a evasão, a reprovação e o baixo aproveitamento pelo seu caminho pedagogicamente mais conveniente, que é o de diagnosticar a situação real das escolas, dos educadores, dos alunos e das comunidades e envolve-los na superação de suas dificuldades.

Por isto a nossa crença é portadora de outra resposta: a única forma de superar estes desafios é com mais democracia, mais universalidade e mais responsabilidade.

Afinal, qualidade em processos sociais, ao contrário do que sói pensar este anacrônico positivismo, não se constrói por decreto sem o envolvimento livre e aberto de todas as partes.

Que esta batalha espiritual dentro de cada um dos educadores resulte na opção pelo avanço no processo, que todos aprendam mais uma vez a desistir de desistir e continuar lutando, perseverando num projeto de sociedade para todos e com todos.

novembro de 2008

Nenhum comentário:

Postar um comentário