O surto de direitizacão, fascismo
e reacionarismo conservador não me parece um momento da positividade dialética
hegeliana. É bom analisar com mais cuidado. Eu diria que isto é fruto de uma
certa acomodação de idéias e simplificações de idéias gerada por diversos
efeitos combinados. Fragmentação da esquerda, pós modernismo, colapso provocado
dos sistemas de bem estar social, diluição dos valores democráticos e grande
concentração de riqueza. Um senso comum mais rebaixado e antiintelectualista
também se faz presente. A impaciência conceitual e cognitiva também está
presente. Então, dito isto, não creio que seja a formação de um espírito, mas
sim a descrença em um espírito e a opção direta por valores meramente
materiais, imediatos e pragmáticos. A ausência de espírito também se mede pela
incapacidade destas pessoas ou massas de pessoas de medirem ou do visarem as
consequências e as condições reais em que estão metidas. Hegel deveria olhar
para este quadro e considerar que o momento é justamente da negatividade de um
projeto do espírito. É um momento também de desnutrição espiritual... e de
destruição de um ciclo de democratização coletiva, pelo impulso individualista
e egoista e bem amesquinhado que responde aos 25 anos de disseminação,
resistência e reação ao neoliberalismo e ao capitalismo globalizado, pós queda
da polarização da guerra fria. A crise econômica é um ajustamento...material...
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