Concordo plenamente com um amigo
meu chamado Alexey que escreveu um texto explicando sua relação com a
filosofia e também interpelando
provavelmente algum comentário maldoso que recebeu. Em praticamente todos os
pontos que discriminei e entendi do texto dele. Ser de fato um filósofo ou não,
logo se design ar filósofo ou não, a vantagem de um curso de filosofia expressa
pelo reconhecimento da necessidade de aprender a ler os textos, considerando o
que o autor disse e descartando o que ele não disse, o estudo e o compreender
certo número de filósofos razoavelmente adquirido no curso, mas não todos os
filósofos, a necessidade de, em respeito ao próximo, argumentar e dar razões
para concordar, discordar em parte ou em tudo, ou julgar as posições, opiniões
e os argumentos de outros. O que também vale para as crenças e convicções que
quando criticadas ou contrariadas também requerem razões e a apresentação de
razões. Também, além disso, sou formado em filosofia, licenciado e bacharel com
uma especialização que é produto de um mestrado incompleto, mas isso não me
torna filósofo de per si. Sou apenas um professor de filosofia com o tal
diploma e aproximadamente 20 anos de carreira no ensino médio. Não sou
filósofo, não somente no sentido pitagórico, porque não possuo a sabedoria por
inteira nem por todo o tempo, como também porque ainda ando procurando ela
muito mais através das ideias, conceitos, métodos e teorias, das buscas e
dos achados e perdidos dos outros
pensadores do que dos meus próprios. Nesse sentido me vejo como alguém que
tenta ensinar e transmitir as reflexões de outros colocando talvez uma pitadinha
das minhas. E isso não é uma declaração de humildade, nem auto depreciação,
muito menos uma declaração de ignorância para efeito heurístico ou
impressionista. Isto é apenas uma forma de dizer que não me julgo original, por
mais que possa parecer. Isto é uma forma de dizer que não creio estar trazendo
nada de novo, mas sim apenas reapresentando num outro tempo, num outro espaço e
por outros meios velhas ideias e algumas novidades que são apenas
desdobramentos delas, interpretações delas e também, em alguns casos mesmo,
distorções e criações sobre velhas ideias. Também concordo que é preciso
argumentar para concordar, discordar, divergir ou criticar. E assim como a mera
negação não é refutação, a reiteração e afirmação simples de uma mesma ideia
não a torna verdadeira. Do mesmo modo a repetição de uma conduta ou o hábito
não torna esta ação ou outra mais justa do que qualquer outra ação excepcional.
Então, isso significa que não é correto ficar repetindo uma conduta só porque a
maioria a tolera ou aceita, nem muito menos desconsiderar certa conduta
simplesmente porque poucos a adotam. E nesse caso, ainda que sejam raros
textões no facebook e ainda que poucos argumentem de fato sobre alguma coisa
aqui - alguns se limitando a reapresentar boatos ou opiniões sobre as coisas -
disso não se segue que não devamos dar razões, nem muito menos argumentar com
cuidado sobre nossas posições e opiniões aqui. E a parte legal - e é por isso
que estou te comentando - é que muita gente mesmo sem ser filósofo ou filósofa
tem contribuído para mudar certo panorama e padrão dos debates. E ainda que
argumentar não seja a regra, já há certa compreensão de muitos sobre esta
necessidade, ainda que muitos não o façam por falta de tempo em alguns casos,
em outros por falta de encorajamento e em outros por ainda estarem pensando se
seria o caso de fazer isso ou se valeria a pena fazer tal coisa. Mas mudou,
basta lembramos do que já foi um dia para nós aqueles debates, incêndios e
lambanças de orkut de dez anos atrás. Ainda que existam trollers por ai... já
tá passado da hora isso...a questão fundamental, enfim, não deveria ser vencer
o debate mesmo, mas sim argumentar da melhor forma possível em relação ao
ponto, porque assim todo mundo ganha ao ler algo e mesmo que discorde o fará
com razões e com clareza dos motivos.
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